Não sou um expert nem tão grande admirador assim de poesia. Mas esses dias lembrei de um livro do acervo de meu pai, de um poeta paraibano chamado Zé da Luz intitulado Brasil Caboclo. Além do efeito emocional da lembrança, veio à tona o uso de uma de suas poesias, justamente a que dá título ao livro, numa apresentação que fiz no Colégio Nóbrega, quando a usei como base para uma evolução e personalização. Tantas emoções, diria Roberto Carlos.
Reproduzirei o tal cordel em outra ocasião, mas hoje escolhi um outro chamado As Flô de Puxinanã.
Para registro, Severino de Andrade Silva (Zé da Luz), nasceu em Itabaiana, PB, em 29/03/1904 e faleceu no Rio de Janeiro-RJ, em 12/02/1965
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Três muié ou três irmã,
três cachôrra da mulesta,
eu vi num dia de festa,
no lugar Puxinanã.
A mais véia, a mais ribusta
era mermo uma tentação!
mimosa flô do sertão
que o povo chamava Ogusta.
A segunda, a Guléimina,
tinha uns ói qui ô! mardição!
Matava quarqué critão
os oiá déssa minina.
Os ói dela paricia
duas istrêla tremendo,
se apagando e se acendendo
em noite de ventania.
A tercêra, era Maroca.
Cum um cóipo muito má feito.
Mas porém, tinha nos peito
dois cuscús de mandioca.
Dois cuscús, qui, prú capricho,
quando ela passou pru eu,
minhas venta se acendeu
cum o chêro vindo dos bicho.
Eu inté, me atrapaiava,
sem sabê das três irmã
qui ei vi im Puxinanã,
qual era a qui mi agradava.
Inscuiendo a minha cruz
prá sair desse imbaraço,
desejei, morrê nos braços,
da dona dos dois cuscús!
três cachôrra da mulesta,
eu vi num dia de festa,
no lugar Puxinanã.
A mais véia, a mais ribusta
era mermo uma tentação!
mimosa flô do sertão
que o povo chamava Ogusta.
A segunda, a Guléimina,
tinha uns ói qui ô! mardição!
Matava quarqué critão
os oiá déssa minina.
Os ói dela paricia
duas istrêla tremendo,
se apagando e se acendendo
em noite de ventania.
A tercêra, era Maroca.
Cum um cóipo muito má feito.
Mas porém, tinha nos peito
dois cuscús de mandioca.
Dois cuscús, qui, prú capricho,
quando ela passou pru eu,
minhas venta se acendeu
cum o chêro vindo dos bicho.
Eu inté, me atrapaiava,
sem sabê das três irmã
qui ei vi im Puxinanã,
qual era a qui mi agradava.
Inscuiendo a minha cruz
prá sair desse imbaraço,
desejei, morrê nos braços,
da dona dos dois cuscús!
2 comentários:
Nossa, que bárbaro! Viva o poeta popular, que fala com a mesma alma que o erudito. Viva o erudito popular...rs
Eu confesso que não entendo nada de poesias. Só gosto da alma que detecto nelas, da cadência, e da musicalidade que trazem. Se encontro essas três características, escolho o poema. Esse, tem.
É maravilhoso!! Rico! Tem a beleza e a riqueza da simplicidade popular.
Faço minhas as palavras da Regina; não entendo nada de poesia, apesar de ter estudado Letras...rs
Gosto daquilo que bate no meu coração e eu posso dizer: taí, gostei. E essa bateu.
Obrigada, cacique. Beijo!
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