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terça-feira, 12 de agosto de 2014

Operação Abafa


Existe uma distância enorme entre o surgimento dos escândalos envolvendo o PT e seus acólitos e alguma coisa vir a acontecer com eles. Exemplo maior está aí, o caso do Mensalão, o maior de todos desde 1500, que levou quase 10 anos, botou líderes e destaques na cadeia, mas acabou gorando, já que o STF aparelhado, deixou que os condenados "cumprissem pena em casa o saíssem pra trabalhar".
Quando começaram a pipocar os casos das refinarias gambiarradas da Petrobras (Pasadena, Abreu e Lima, Premium do Maranhão) a maior das preocupações não era identificar os culpados por prejuízos bilionários e identificar os beneficiados por um óbvio e ululante chuncho para fazer dinheiro para alguém ou alguma organização. O corre-corre foi pra fazer com que se desvinculasse a responsabilidade pelas decisões do Conselho de Administração da empresa, onde tinha assento a nossa atual governANTA.
Driblando ao bom estilo Neymar até o Estatuto da petroleira, que fixa inapelavelmente o nível de competência das decisões, os tribunais responsáveis pelas decisões que se sucederam, restringiram os erros aos diretores, ficando a dentuça fora da confusão.
Mas ainda era pouco. Tinha lá no meio da patota, a graciosa Graça Foster, amiga de cadeia da madame. Deu-se a merda. A luta continuava.
Mobilizou-se céu e terra, ministros de estado e até o sempre presente X9-dedos, para conversar com os ministro do TCU e seu presidente numa extraordinária ação de pressão explícita pra livrar a cra de dona Graça.
Num primeiro lance, "esqueceram" o nome dela nas lista de implicados e que deveriam ter seus bens indisponibilizados, entre outras penas. A grita foi geral e tiveram que "fazer revisão" do acórdão já emitido. E isso está engatado até hoje.
A pressão maior é sobre o relator do processo, José Jorge que cogita recuar do pedido de indisponibilidade dos bens de Graça Foster, com a justificativa de que ela participou "apenas da tomada de uma decisão secundária", e que provocou apenas uma parcela pequena (coisa de US$ 92,3 milhões) do prejuízo total, estimado em US$ 792,3 milhões.
Com esta ação, fica respeitada a jurisprudência vigente no TCU que rege no sentido de que, aos responsáveis por más ações da administração pública e a decretação de indisponibilidade de seus bens se justifica apenas em situações de acentuada gravidade.
E mais um "pequeno detalhe": quem está defendendo os diretores acusados são os próprios advogados da Petrobras e ninguém menos que o advogado-geral da União, Luís Adams, que chegou a usar o parlatório do TCU para falar a favor deles, uma verdadeira excrescência. 
Mais ainda; a empresa se comprometeu a pagar eventuais multas, também milionárias, que sejam impingidas. Na minha opinião, é como se a vítima pagasse a fiança de seu agressor criminoso. 
Ao aprovar por unanimidade, no fim de julho, o texto de Jorge que apontava prejuízo total de US$ 792,3 milhões na compra da refinaria, os integrantes do TCU “erraram” ao atribuir aos ex-diretores Ildo Sauer, da área de gás, e Nestor Cerveró, da área internacional, prejuízo de US$ 92,3 milhões que, segundo o tribunal, foi causado pelo adiamento do cumprimento da decisão arbitral sobre a disputa contra a Astra Oil, antiga proprietária da refinaria. Quando essa decisão foi tomada, faziam parte da diretoria Graça Foster, como sucessora de Sauer, e Jorge Zelada, sucessor de Cerveró. O que está em discussão agora é a correção desse erro.
Neste fim de semana, surgiu mais uma bronca, neste infindável link de falcatruas. Graça Foster foi apontada por reportagem do Estadão, por prestação de informações falsas sobre Pasadena em seu depoimento à Comissão de Infraestrutura do Senado, em abril. A suspeita é que ela teria omitido informações sobre a compra da refinaria dos EUA. Isso já seria outro crime. Lá vem a brigada de defesa a campo de novo.
Tem ainda o lance dos contratos da empresa do maridão de Graça com a Petrobras, mas isto será uma nova negociata....

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Como Dói Falar da Petrobras


Hoje a Folha de São Paulo publica uma entrevista de José Eduardo Dutra, diretor de gestão corporativa da Petrobras e ex-presidente do PT. Eu poderia para por aqui e deixar de encher o saco de vocês. À história já bastaria este vínculo PT-diretor de estatal; mas, teimosamente, vou mais adiante.
Desnecessário repetir aqui tudo que se sabe do estrago que a corja vermelha e seus apaniguados fizeram com a outrora gloriosa e pujante Petrobras, destronando-a da posição de destaque no cenário internacional do lado do bem para colocá-la no outro extremo, encalacrada em dívidas e sem a menor credibilidade entre eventuais sócios e investidores. Vou me ater ao último escândalo relativo à querida BR
Fazer midia training (chique né?) para ensaiar as lorotas e mentiras que iriam os depoentes dizer nas CPIs do congresso, que por si só já são uma grande fraude; é de uma gravidade enorme, mesmo num país eivado de serrergonhices.
Pobrema não foi fazer a patifaria. Pobrema foi a coisa ter sido gravada por um dos presentes e cair na mídia. É justamente nisso que o gente boa do Dutra de pega.
Lá pelo meio da entrevista, o glorioso chega a dizer que a única ilegalidade foi um dos três empregados da Petrobras presentes ter feito a gravação, "uma grave transgressão do código de ética" e que deve levar à apuração rigorosa e sumária demissão.
Cuuuuuma? A criatura iluminada, e provavelmente revoltada com o que estão fazendo na empresa, que fez seu papel de denunciar uma falcatrua é que vai pegar a conta? Tomanocó.
Gente de Deus, é enojante ler e ouvir a todo instante os acólitos correrem a defender que "combinar com os russos" o que se ia perguntar num inquérito é demais da conta. Até a governANTA disse que a única finte de informações existente no planeta é a Petrobras, dai terem preparado as pergunta lá. Minha Nossa Senhora, é demais.
Em se tratando de PT Et Caterva com as mão na botija, nada surpreende. Para encobrir um chuncho, só fazendo outro maior ainda. Os escândalos ocorrem pela total incompetência dos administradores indicados apenas por critérios políticos, visando facilitar roubos e achaques ao caixa da empresa, numa volúpia incontida de enriquecimento dos que comandam este país.
Da nojo ver congressistas de renome controlados igual fantoche pelo palácio do planalto e seus ministros, por terem o rabo preso por suas próprias malandragens e fazendo o diabo (esta expressão está muito em moda né?) para encobrir os desmandos das administrações de empresas e repartições públicas.
Ou, plagiando Roberto Campos, empresas privadas são aquelas que o governo controla com leis, impostos e regras mil; empresa pública não é controlada por ninguém.
Tem gente que coleciona borboletas, garrafas de whisky, selos e outras cositas mas. No Brasil se coleciona dossiês. Com um bom pacote de informações sobre uma pessoa, entre mamando e caducando, faz-se com que os venais digam ou façam qualquer coisa.
Fato é que, é imperioso que se tire esta corja do poder. Não vai resolver tudo, mas dá um alento para tentar dar uma limpada na casa e abrir algumas caixas pretas que se mostram cada vez mais fechadas.
Claro que na entrevista tem outras pérolas como a Petrobras está endividada porque está investindo, a diretoria tem conhecimento do exato momento de fazer reajustes de preços dos combustíveis, que não há ingerência do governo nos negócios (aqui cabe um destaque do entrevistado: ingerência houve no governo de quem?... Isso mesmo, FHC).
Recomendo que leiam.

domingo, 10 de agosto de 2014

Uma Cartinha Pra Você...



Não... Não é frase inicial de música do Vinícius de Morais. Foi a forma que eu escolhi para tratar de uma cartinha enviada para a governANTA pelo presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko. Como cabe a um chefe de governo responsável, Petro tem sempre um olho no peixe e outro no gato. 
Uma guerra da poha rolando no país, separatista querendo picotar o país e aderir ao neo-uniãosovietismo do glorioso Putin, avião de voo comercial sendo derrubado no quintal de casa e ele continua pensando onde aplica bem o dinheiro público.
A missiva não trata de nada do que citei acima ou da posição do Brasil no conflito, mesmo sabendo que a corja vermelha fica dando pitaco no problema na Faixa de Gaza. Nela, Poroshenko cobra o que chama de forma cabal de “desaceleração no ritmo de construção das instalações de infraestrutura” do projeto Alcântara-Ciclone 4, uma plataforma de lançamento de foguetes e mísseis que os dois países estão erguendo desde 2006 no Maranhão. Desde 2013, que as obras pararam porque Dilma segurou os 140 milhões de reais previstos no Orçamento, mesmo constando em compromissos e protocolos internacionais.
Só pra lembrar, às 13h30min do dia 22 de agosto de 2003, há quase 11 anos, três dias antes da data prevista para o lançamento, uma enorme explosão destruiu o foguete brasileiro VLS1 (Veículo Lançador de Satélites) ainda em sua plataforma durante os preparativos para o lançamento, matando 21 técnicos civis.
Incapaz de refazer a cagada sozinho, o Brasil do PT recorreu a parceiros internacionais. Uzistaduzunidus nem pensar; França, talvez; China, ainda não era tão confiável. Então optaram pela Ucrânia, que tinha tecnologia e grana para tal.
Foi criada então uma empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS) para tocar as obras e implementar o projeto.
É difícil encontrar, no mundo, local melhor para uma base de lançamentos espaciais do que o município de Alcântara, no Maranhão. Como fica a apenas 2° ao sul da Linha do Equador – onde a velocidade de rotação da Terra é maior e, assim, o impulso natural para o voo do foguete também – oferece a possibilidade de realizar lançamentos para qualquer direção a partir de um único ponto. A economia de combustível é bastante significativa em comparação a outros centros de lançamento (com condições mais próximas há o de Kourou, na Guiana Francesa, 5° ao norte do Equador, utilizada pelas agências espaciais europeia e francesa, além da companhia Arianespace SA, da França).
Além disso, Alcântara é privilegiada com um vasto oceano à sua frente, o que diminui o valor do seguro, já que não há risco de o nariz do foguete, ejetado antes de atingir o espaço, cair em regiões habitadas. “Outra vantagem é a possibilidade de voos todo ano, sem estações do ano que sejam preferenciais.
Claro que nem tudo são flores.Apesar de ser elogiado pela sua eficiência, o foguete ucraniano foi aposentado nos lançamentos espaciais europeus por utilizar como combustível propelentes hipergólicos, de alto potencial tóxico. No Cyclone-4, os combustíveis são tetróxido de nitrogênio e dimetil hidrazina, classificados pela União Europeia como altamente tóxicos e perigosos ao meio ambiente.
Mas era época de governo do PT e tudo se resolve.
Fato é que, agindo bolivarianamente, o Brejil correu dos compromissos, assim como a Venezuela fez em Pernambuco, e agora o caboco Petro está cobrando a bagaça.
Considerando a quantidade de munição que 150 milhões pode comprar, acho que ele vai insistir de forma mais enfática.
Aguardemos.