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domingo, 10 de agosto de 2014

Uma Cartinha Pra Você...



Não... Não é frase inicial de música do Vinícius de Morais. Foi a forma que eu escolhi para tratar de uma cartinha enviada para a governANTA pelo presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko. Como cabe a um chefe de governo responsável, Petro tem sempre um olho no peixe e outro no gato. 
Uma guerra da poha rolando no país, separatista querendo picotar o país e aderir ao neo-uniãosovietismo do glorioso Putin, avião de voo comercial sendo derrubado no quintal de casa e ele continua pensando onde aplica bem o dinheiro público.
A missiva não trata de nada do que citei acima ou da posição do Brasil no conflito, mesmo sabendo que a corja vermelha fica dando pitaco no problema na Faixa de Gaza. Nela, Poroshenko cobra o que chama de forma cabal de “desaceleração no ritmo de construção das instalações de infraestrutura” do projeto Alcântara-Ciclone 4, uma plataforma de lançamento de foguetes e mísseis que os dois países estão erguendo desde 2006 no Maranhão. Desde 2013, que as obras pararam porque Dilma segurou os 140 milhões de reais previstos no Orçamento, mesmo constando em compromissos e protocolos internacionais.
Só pra lembrar, às 13h30min do dia 22 de agosto de 2003, há quase 11 anos, três dias antes da data prevista para o lançamento, uma enorme explosão destruiu o foguete brasileiro VLS1 (Veículo Lançador de Satélites) ainda em sua plataforma durante os preparativos para o lançamento, matando 21 técnicos civis.
Incapaz de refazer a cagada sozinho, o Brasil do PT recorreu a parceiros internacionais. Uzistaduzunidus nem pensar; França, talvez; China, ainda não era tão confiável. Então optaram pela Ucrânia, que tinha tecnologia e grana para tal.
Foi criada então uma empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS) para tocar as obras e implementar o projeto.
É difícil encontrar, no mundo, local melhor para uma base de lançamentos espaciais do que o município de Alcântara, no Maranhão. Como fica a apenas 2° ao sul da Linha do Equador – onde a velocidade de rotação da Terra é maior e, assim, o impulso natural para o voo do foguete também – oferece a possibilidade de realizar lançamentos para qualquer direção a partir de um único ponto. A economia de combustível é bastante significativa em comparação a outros centros de lançamento (com condições mais próximas há o de Kourou, na Guiana Francesa, 5° ao norte do Equador, utilizada pelas agências espaciais europeia e francesa, além da companhia Arianespace SA, da França).
Além disso, Alcântara é privilegiada com um vasto oceano à sua frente, o que diminui o valor do seguro, já que não há risco de o nariz do foguete, ejetado antes de atingir o espaço, cair em regiões habitadas. “Outra vantagem é a possibilidade de voos todo ano, sem estações do ano que sejam preferenciais.
Claro que nem tudo são flores.Apesar de ser elogiado pela sua eficiência, o foguete ucraniano foi aposentado nos lançamentos espaciais europeus por utilizar como combustível propelentes hipergólicos, de alto potencial tóxico. No Cyclone-4, os combustíveis são tetróxido de nitrogênio e dimetil hidrazina, classificados pela União Europeia como altamente tóxicos e perigosos ao meio ambiente.
Mas era época de governo do PT e tudo se resolve.
Fato é que, agindo bolivarianamente, o Brejil correu dos compromissos, assim como a Venezuela fez em Pernambuco, e agora o caboco Petro está cobrando a bagaça.
Considerando a quantidade de munição que 150 milhões pode comprar, acho que ele vai insistir de forma mais enfática.
Aguardemos.

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