
Nossa relação com o mundo se dá pelos 5 sentidos. O que de nós sai ou entra, se passa pelo tato, audição, olfato, visão e paladar. A perda de um deles é forte, embora compensável em alguns casos.
No buzão, a captação tem uma característica própria e inusitada. É o que aqui tentarei apresentar. Comecemos com a audição.
Os sons de um buzão são absolutamente impares. As conversas trovejam e lhe fazem sentir parte integrante delas, como se fosse intimo dos proseadores.
Ouve-se de tudo: filhos que tratam com seus pais de assuntos domésticos das mais diversas naturezas; amantes (oficiais ou não) que debatem suas intimidades (invoco aqui a @MarciaNL para relatar alguns casos da periguete do buzão dela rsrsrs); colegas que acertam detalhes das baladas; observações de crianças com seus pais sobre a paisagem ou, supremo mico, sobre os demais ocupantes da nave; e, o melhor de tudo, os sons dos aparelhos MP3 em todo seu esplendor.
Em hipótese nenhuma soam coisas como noturnos de Chopin, MPB do quilate de Caetano, Ivan, Nando Codel, etc; New Age de Enya, Vangelis ou Yanny; só dá funk, rap, forró, sertanejo e hinos evangélicos; troando soberanos e insolentes sobre os ouvidos alheios.
Nas conversas, seja entre usuários ou entre eles e seus interlocutores telefônicos, a seletividade é nula. Toda e qualquer palavra pode, e é, usada sem remorso ou restrição. O praticante torna-se inexplicavelmente invisível e, principalmente, inaudível. Saem coisas que até Tupã duvida.
Mas uma coisa é certa: a capacidade seletiva de meus ouvidos. Consigo separar claramente em meio ao caos sônico cada palavra dita por Joelma do Kalypso ou Michel Teló ainda que teimem em se misturar e fazer instalação de uma babel no meu cérebro.
Há algum tempo li sobre uma hipotética campanha #DoeUmFoneDeOuvido como forma de aliviar o padecer dos demais passageiros. Seria um excelente meio de propaganda para um fabricante de fones e aliviaria por demais a sensação de estupro auricular de todos.
No buzão, a captação tem uma característica própria e inusitada. É o que aqui tentarei apresentar. Comecemos com a audição.
Os sons de um buzão são absolutamente impares. As conversas trovejam e lhe fazem sentir parte integrante delas, como se fosse intimo dos proseadores.
Ouve-se de tudo: filhos que tratam com seus pais de assuntos domésticos das mais diversas naturezas; amantes (oficiais ou não) que debatem suas intimidades (invoco aqui a @MarciaNL para relatar alguns casos da periguete do buzão dela rsrsrs); colegas que acertam detalhes das baladas; observações de crianças com seus pais sobre a paisagem ou, supremo mico, sobre os demais ocupantes da nave; e, o melhor de tudo, os sons dos aparelhos MP3 em todo seu esplendor.
Em hipótese nenhuma soam coisas como noturnos de Chopin, MPB do quilate de Caetano, Ivan, Nando Codel, etc; New Age de Enya, Vangelis ou Yanny; só dá funk, rap, forró, sertanejo e hinos evangélicos; troando soberanos e insolentes sobre os ouvidos alheios.
Nas conversas, seja entre usuários ou entre eles e seus interlocutores telefônicos, a seletividade é nula. Toda e qualquer palavra pode, e é, usada sem remorso ou restrição. O praticante torna-se inexplicavelmente invisível e, principalmente, inaudível. Saem coisas que até Tupã duvida.
Mas uma coisa é certa: a capacidade seletiva de meus ouvidos. Consigo separar claramente em meio ao caos sônico cada palavra dita por Joelma do Kalypso ou Michel Teló ainda que teimem em se misturar e fazer instalação de uma babel no meu cérebro.
Há algum tempo li sobre uma hipotética campanha #DoeUmFoneDeOuvido como forma de aliviar o padecer dos demais passageiros. Seria um excelente meio de propaganda para um fabricante de fones e aliviaria por demais a sensação de estupro auricular de todos.

Próxima edição: Olfato.