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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Cordelando 139: Supremacia Mariana


Como pode se mudar,
Tudo de um dia pro outro.
Numa corte que devia,
Não fazer nenhum aborto.
Onde devia existir,
Magistrado com nobreza.
Mas na hora de votar,
Só mostrou a safadeza.

Num dia chega o Fachin,
Faz um voto arrumadinho.
Dizendo que deputado,
Tinha feito direitinho.
Que podia ser secreto,
Escolher a comissão.
E que podiam ser duas,
Pra poder ter eleição.

Param um pouco a descansar,
E tudo vira de mão.
Quando juntos vão sentar,
Surge muita objeção.
Os togados não gostaram,
Do que o par apresentou.
Quando foram se expressar,
Decisão se transformou.

Entendendo diferente,
Do que o novato mostrou.
Foi que çuas inçelenças,
O recurso aceitou.
Deixando os comunistas,
Bem felizes outra vez.
E com cara de babacas,
Os de bem: eu e vocês.

Voto secreto eu entendo,
Que valha só pra escolher.
Dos que vão nos governar
Nos três níveis de poder.
Ou que vão se assentar,
Pra escrever legislação.
Pra que no pobre eleitor,
Ninguém vá fazer pressão.

Mas se um parlamentar,
Que tem até imunidade.
Se tremer quando votar,
Não merece caridade.
Ponha a bunda na janela,
Se mostrando ao eleitor.
E mostrando no placar,
De que lado ele ficou.

Perguntinha desse índio,
Que não sabe o que é votar.
Se não tiver duas coisas,
Como pode se optar?
O Partido escolhe a chapa,
Inicia a votação.
Se só pode votar em um,
Como vai ter eleição?

Então como, magistrado,
Que sabe legislação.
Pode assim determinar,
Que se forme comissão.
Somente pelos partidos,
Se ninguém pra se opor.
Se não tem alternativa,
É coisa de ditador.

O pior de todo evento,
Foi mudar concepção.
De quem vai determinar,
O fim da situação.
Quando era o colorido,
Sentado lá como réu.
Ao senado caberia,
Só passar o seu chapéu. 

Pois agora o Cabeleira,
Tem poder de comandar.
No senado a sessão,
Que até pode rejeitar.
Todo processo corrido,
Ali na Casa do Povo.
Rejeitando o ocorrido,
Sem nem apurar de novo.

Uma manobra perfeita,
Na atual situação.
No senado tem guarida,
Pra quem governa a nação.
MenAs gente pra pagar,
A cota do mensalão.
Melhor taxa de sucesso,
E segura o cadeirão.

Fato é que o tribunal,
Mais supremo do Brasil.
Produziu um tsunami,
Como aqui nunca se viu.
Mudou a regra do jogo,
Com a bola ainda correndo.
Enquanto isso o povo,
Na rua vai se fud**do.

Lama escorreu morro abaixo,
Igual nas Minas Gerais.
Destruindo os anseios,
De quem já não aguenta mais.
Pagar imposto de monte,
Ver o dinheiro sumindo.
Cofre aberto na nação,
E o povo todo bulindo.