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sábado, 5 de maio de 2012

Ousadia ou Oportunismo?

Chamado por muitos jornais de OUSADA, a ação de dona deelma sobre as regras da caderneta de poupança parecem mais um ato de oportunismo.
Tida e havida como "a opção dos pequenos aplicadores, o seguro das reservas financeiras dos mais pobres, o destino das moedas dos cofrinhos"; a caderneta de poupança sempre foi preservada em todos os famosos planos financeiros por que este país passou. Apenas o tresloucado Collor ousou confiscar seus depósitos em nome de uma liquidez necessária a municiar sua espingarda para o único tiro que poderia dar na inflação.
Preservando em parte os "direitos adquiridos" dos poupadores mais antigos, as novas regras amarram os rendimentos às taxas manipuladas ao bel prazer dos governantes.
Feito isso, diz ter se libertado as amarras para que a taxa SELIC seja levada a patamares cada vez mais baixos, permitindo o "controle do spread" que os bancos praticam em seus empréstimos.
No raciocínio do governo, ao reduzirem essa margem, os bancos vão aumentar o volume de crédito e reduzir a inadimplência, criando um ciclo virtuoso que permitirá novas reduções de juros.
Um termo em voga é a Portabilidade Financeira, que seria a permissão para que os clientes levem suas dívidas de banco em banco na busca de taxas de financiamento menores.
Com isso, seria também possível extender os empréstimos consignados, quem sabe convencendo até a iniciativa privada a utilizar este mecanismo, para além das fronteiras dos bancos que se beneficiam dos salários e rendimentos da previdência depositados compulsoriamente sob uma determinada bandeira, quase sempre de grandes doadores de campanhas federais, estaduais ou municipais; com destaque daquela famosa marca BMG que abocanhou zilhões de depósitos e emprestimos vinculados por ocasião do inicio do maior dos escândalos desde Cabral (o Pedro e não o Sérgio); o MENSALÃO.
Penso que os juros reduzidos que se pretende obter, utilizando o nosso dinheiro de impostos aplicado no Banco do Brasil e Caixa Economica, como líderes do pushing down das taxas; irão trazer ao Brasil mais inadimplência, pois os novos devedores ou aqueles que negociarem com estes bancos suas dívidas vindas de outros, não têm a cultura do compromisso com reduzir suas dívidas de forma efetiva. Parte considerável dessa verba nova será convertida em TV's de LCD ou LED, carros e outras facilidades concedidas à emergente classe C.
Uma vez que não há políticas publicas sérias para combater a corrupção, as reformas trabalhista ,tributaria, legislativa, etc; não saem, este governo está somente montando um teatro para ganhar as eleições deste ano, ampliando suas base municipais, no tão sonhado rumo à perpetualização no poder..
Basta ver que o presidente do partido ligado à governANTA disse que "O poder da mídia que aí está tem que ser enfrentado".
Rui Falcão declarou que, depois de levar os bancos à alça de mira em sua cruzada contra os juros altos, deelma prepara-se para mover a infantaria do governo na direção dos veículos de comunicação.
Num tom extremamente bélico, Rui disse que "este é um governo que tem compromisso com o povo e que tem coragem para peitar um dos maiores conglomerados, dos mais poderosos do País, que é o sistema financeiro e bancário; e agora se prepara para um segundo grande desafio, com que iremos nos deparar na campanha eleitoral, que é a apresentação para consulta pública do marco regulatório da comunicação.”
Coroando o insano pensamento, Falcão junto num mesmo tacho bancos e meios de comunicação, tratando-os  como antagonista do petismo:
O grande fetiche dos petralhas continua sendo, portanto, o projeto que cria o Marco Regulatório das Comunicações, aquele monstrengo ditatorial gerado pela avuada cabeça do Frankin Martins durante o tempo do 9 dedos no governo (???).
Ainda que seja leviano, vou tomar Falcão a sério. Neste caso, deelma estaria na bica de desengavetar o projeto na esteira da investida contra os bancos, antes de outubro e em meio à campanha municipal de 2012.
Falcão falou ainda sobre Cachoeira, Demóstenes, e outros não atrelados ao governo, livrando a cara de Cabral, Dudu, Agnelo e os apaninguados. Mas isso é outro tema.
Fico só na parte de que vão usar esta CPI (CPI ZZA) para gerar uma cortina de fumaça sobre o julgamento no STF do processo do mensalão. Ou, no dizer de loola e Cia., "a farsa do mensalão".
As palavras de Ruizão indicam que a atuação da imprensa vem sendo incômoda e eles vão usar de todos os meios de fazer calar a mídia, nem que prá isso, alguns tenham que ser imolados.
A ver...

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Cordelando 61: CPI ZZA

Começou lá no planalto,
Uma nova brincadeira.
Vai ter pizza de montão
Por causa do Cachoeira.
No comando Humbertão,
Acostumado ao suspiro,
No caso das ambulâncias,
Foi chamado de vampiro.

Convocaram meio mundo,
Ligado à oposição.
Deixando bem esquecido,
O pessoal que é do cão.
Seu Cabral que nem dormiu,
E ficou até quietinho,
Com a foto que saiu,
No blog do garotinho.

MP anunciou,
Começou a botar banca.
Que já ia investigar,
Se tem Delta lá em Sampa.
Esquecendo que do lado
Noutra grande capital,
Tem rolo de toda cor,
Um furdunço sem igual.

Corre-corre da bexiga,
No rumo da capital.
Venda de telha de barro,
Nunca se viu coisa igual.
Na esperança dos caras,
De se proteger do perigo,
Sabendo que todos têm,
Seu telhadinho de vidro.

Tá certo que é correto,
Respeitar quem já morreu.
Mas não pode se esconder,
O fato que aconteceu.
Mandaram o garotinho,
Tirar ligeiro correndo,
Retratinho de dona delta,
Com o sapato aparecendo.

Mesmo que ele fosse fino,
Do soladinho vermelho.
Caro que nem o cacete,
Virou coisa de fedelho.
Pode até deixar por lá,
Mas numa ordem ele esbarra.
Tem que pintar retratinho,
Prá não mostrar mais a cara.

E a promessa eterna,
De proteger a poupança.
Em todas 3 eleições,
Falavam com toda pança.
Poupança é coisa de pobre,
Que ter que ter proteção.
Só pego coisa de rico,
Que só causa inflação.

Pois na primeira passagem,
Quando quis aparecer,
A governANTA esqueceu,
O que falou prá você.
Mudou a regra do jogo,
Puxando tudo prá baixo.
E o peão poupador,
Vai levar seu esculacho.

Mais uma vez variou,
Posição lá na energia.
Lobão disse que aumenta,
Gasolina qualquer dia.
Graciosa disse que não,
Que ela não dá aumento.
E outra vez a promessa,
Vai cair no esquecimento.

Passada a eleição,
Que vão tentar manobrar.
No finzinho de outubro,
Combustível vai aumentar.
Passado o segundo turno,
De acordo com a situação.
A conta vem no seu bolso,
Dessa não se escapa não.

De volta pro tema um,
Aquele da CPI.
Tem papel que o PT,
Não tá deixando bulir.
Quando é pro outro lado,
Pro Dedé e pro Perillo.
Escavucam e divulgam,
Tem papel prá mais de quilo.

Relembrando um tema antigo,
Do acidente na pista.
Aquele da bicicleta,
Com o menino Thor Batista.
Um homem foi quase preso,
Pagou multa e coisa e tal.
Por andar numa magrela,
Sem capacete ideal.

Por incrível que pareça,
O danado foi flagrado.
Numa blitz de lei seca,
Era um perigo danado.
A magrela que ele usava,
Não era das comuns não.
Usava uma a bateria,
“Voava” igual avião.

Não podia me esquecer,
Dum evento arretado.
O netinho do Brizola,
Finalmente nomeado.
Pro lugar do que já fez,
A declaração de amor.
E que ficou um tempão,
Sem quem fosse seu senhor.

Ao invés de declarar,
O que tinha de intenção.
Do que ia melhorar,
No trabalho da nação.
Prometeu que ia unir,
Seu partido PDT.
Pelo jeito quem trabalha,
Só vai mesmo se fu***.

Uma notícia que eu li,
No jornal de seu plim-plim
Foi que seu Huguito Chaves,
Tá meio prá lá de ruim.
O tratamento que fez,
Todo à base de cobalto.
Tá lhe estragando os ossos,
Lhe causando sobressalto.

Talvez por coincidência,
Talvez por ser uma mandala.
9 dedos apareceu,
Segurando uma bengala.
Ao lado de seu Cabral,
Que se diz bem injuriado,
Que não quer falar de Delta,
Até achar advogado.

Prá encerrar o cordel,
Deu no ar a questão.
Diz que tem mais uns rolinhos,
Pros homens do capotão.
Que tem juiz do Supremo,
E lá do Superior,
Envolvido até o pescoço,
Com o tal contraventor.

Quem descobriu foi Gurgel,
O maior procurador.
Que mandou prá CPI,
Outro grande bololô.
Falam que está gravado,
Denúncia de outra quadrilha.
Deixando bem agitada,
A já nervosa Brasília.

Confesso que lá no fundo,
Mais que queira creditar.
Essa é outra CPI,
A em pizza se acabar.
Talvez pegue um e outro,
Mas vai ser só um pouquinho.
Você pode ter certeza,
Não vão passar de bagrinho.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Depois do Delta Vem o Quê?

Acertou quem respondeu Epsilon. Mas isso só vale para o alfabeto grego.
Em qualquer outra situação, principalmente em licitações públicas, tem que começar tudo de novo. Se uma empreiteira, construtora ou prestadora de serviço abandona uma obra, é retirada por motivos técnicos, legais ou adminisrativos; deve-se proceder um novo certame.
Mas parece que não é o que vai acontecer com a gloriosa Construtora Delta, um verdadeiro espetáculo do crescimento, como disse o 9 dedos. Um fenômeno de eficiência empresarial que vem ganhando licitações de grande montante uma após a outra de ponta a ponta da nação.
Com a implosão do império no rastro dos escândalos decorrentes da investigação sobre o mega-contraventor Carlinhos Cachoeira, fala-se me todos os níveis e poderes da administração pública em "retirar a Delta"  das obras e serviços em curso.
Tá, até aí morreu o Neves. Mas não é tirar de uma gang e dar a outra.
Os governos envolvidos com a Delta querem acelerar a saída da construtora Delta de seus contratos pelo risco de atraso ou não execução; e estão "fazendo levantamentos" para tomar suas decisões para substituí-la "o mais rápido possível" onde for necessário; em especial onde envolvem a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Tecnicamente, tem que se ver quando a empresa sair desta ou de outra obra, como fazer essa substituição, para não acontecer milagres contratuais como na obra do Maracanã onde a amiga Odebrecht assumiu a parte da Delta sem que se desse satisfação aos donos da obra: o povo brasileiro.
Se for declarada inidônea, a empresa será impedida de manter outros contratos com o governo e a farra vai começar a acontecer por aí.
Olho no lance...

quarta-feira, 2 de maio de 2012

A Moda Agora é Expropriar

E não é que os bolivarianos tomaram gosto por expropriar as empresas dos outros? Lá atrás o índio louco Evo tomou as refinarias da Petrobras e ficou por isso mesmo. Quinze dias atrás o tamborim portenho tomou a YPF da REPSOL e agora de novo o cocaleiro tomou mais uma.
Comemorando o primeiro de maio Evo Morales expropriou ontem os ativos da operadora espanhola REE - Red Electrica de España, uma empresa especializada em sistemas de transmissão, com mais de 34.700 km de linhas, 3.400 subestações nas quais têm mais de 66.000 MVA de capacidade de transformação. Na Bolívia, a REE é responsável por 73% do sistema de transmissão, sendo seu capital 99,94% da empresa espanhola e 0,06% dos empregados.
Imediatamente, o louco ordenou que as Forças Armadas bolivianas ocupem as instalações da companhia, do mesmo jeito que fez com as refinarias.
Num arroubo de arrogância, Evo discursou dizendo que "Hoje, nós homenageamos os trabalhadores e os cidadãos da Bolívia que lutaram para a recuperação dos recursos naturais e serviços básicos. Nós estamos nacionalizando a provedora de transmissão de energia elétrica".
A medida é uma resposta aos pedidos dos trabalhadores, que exigem reajustes salariais maiores.
O ministro da Economia da Espanha, Luis De Guindos, classificou nesta quarta-feira como "negativa" a decisão da Bolívia de nacionalizar a Transportadora de Electricidade (TDE), subsidiária da Rede Elétrica Espanhola (REE), mas ressaltou que o governo de Evo Morales garantiu que compensará a empresa espanhola pela expropriação e pelos investimentos feitos no país.
Essas decisões desagradam ao governo espanhol, pois acreditamos ser fundamental manter a segurança jurídica dos investimentos em países como a Bolívia, disse De Guindos.
O comando da Rede Elétrica Espanhola (REE) informou que vai pedir indenização financeira ao governo boliviano pela decisão. Em comunicado, a direção da companhia lamentou a decisão da Bolívia, mas disse que espera chegar a um acordo para uma "compensação adequada", uma vez que a medida "vai contra todas as regras do mercado livre".
A União Europeia (UE) expressou nesta quarta-feira sua preocupação com a decisão do governo boliviano de nacionalizar a empresa TDE. Um porta-voz do governo espanhol disse que a Espanha está analisando a situação de perto e poderá divulgar um comunicado ainda hoje.
É mais uma estupidez dos vizinhos amigos de nossos governantes.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Dia do Trabalhador. E Não é Feriado.


Dia primeiro de maio. Dia do trabahador. Feriado?
O(a) incauto(a) aí acha que está de folga num feriado? Ledo engano. Enquanto você aproveita o dia com amigos e familiares, seu dinheirinho na forma de impostos está fazendo a festa das centrais sindicais.
Shows, prêmios, sorteios etc, às suas expensas rolam Brasil afora. Não existe dia melhor para uma boa média com os operários e os poliqueiros deitam e rolam. 
Com um olho hoje e outro nas eleições de outubro, com os dirigentes partidários embaixo do braço; candidatos e seus padrinhos farão uma verdadeira via-sacra nos atos programados nos grandes espaços para eventos desse porte não só nas capitais mas em em todas as cidades nacionais.
E nesta caso a serrergonhice é apartidária. Quem está no poder faz a festa, seja vermelho, azul, verde ou de qualquer outra matiz. Com SUA grana.
O trabalhador  mais ilustre de hoje é o recém-nomeado ministro do Trabalho, Brizola Neto, que deverá pisar nos palanques mais badalados, da  CUT e da Força Sindical em Sampa. A expectativa é de que os dois eventos reúnam um total de 1,2 milhão de pessoas.
De qualquer forma, parabenizamos aos verdadeiros trabalhadores que sustentam essa nação com impostos sem ter voz que os defenda. Somos uns pelos outros, igual aos mosqueteiros de Alexandre Dumas.

segunda-feira, 30 de abril de 2012


Minha taba consta na serrergonhice da construtora Delta. Além do aluguel da frota da puliça que publiquei AQUI, ela recebeu rendimentos de mais de R$ 100 milhões no AM para manutenção de trechos da rodovia BR-174, a estrada que liga Manaus a Boa Vista, que como se vê nem de longe foi feita. A obra é coordenada pelo DNIT vinculado ao Ministério dos Transportes de Fedoca Nascimento.
O governador Omar Aziz jura que o grupo de trabalho que ele criou para investigar os contratos da construtora Delta com o Governo do Amazonas para fornecer carros para o programa Ronda no Bairro e que usam placas frias, vai botar prá quebrar. Vejamos...

A Deterioração do Setor Elétrico Provada em Números


Com Informação do Portal G1
Brasileiro adora uma sigla. Mas tem duas que, a meu ver, devem merecer toda atenção.
DEC ou Duração Equivalente de Interrupção por Consumidor e FEC ou Frequência Equivalente de Interrupção por Consumidor. São os índices que conferem a qualidade no serviço de fornecimento de energia. São definidos de uma forma geral (igual à Nossa Senhora de deelma) para o setor elétrico e particularizados por concessionária, grupos ou famílias de empresas, por região e até por cidades e localidades isoladamente. Há portanto Ítem de Controle. Mas se são cumpridos é que são elas.
Mesmo tendo me acostumado a ter muito cuidado no uso de números médios, posto que sempre distorcem a verdade, leio que a aparelhada e manipulada Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL divulgou recentemente um quadro geral da qualidade do serviço elétrico brasileiro.
E os resultados são péssimos, de ponta a ponta da nação. O brasileiro ficou no ano passado, em média, 18 horas e 42 minutos sem luz. A marca é a segunda pior desde 2000 e superou a registrada em 2010, quando o país esteve “no escuro” por 18 horas e 38 minutos, em média.
Este número supera em muito, o limite estabelecido pela ANEEL para o DEC (16 horas e 22 minutos) e o FEC (13,61 interrupções).
 O G1 fez um levantamento dos dois índices apresentados no ano passado pelas distribuidoras. Das 65 empresas, 23 – pouco mais de um terço – deixaram de cumprir pelo menos uma das duas metas. Em 2010, foram 20.
Como se vê a degradação do setor elétrico, essencial para a estabilidade da produção industrial e o conforto doméstico, é gritante desde a assunção dos petralhas ao poder.
No afã de colocar seus apaninguados em cargos-chave deixam sistemaicamente de dar o devido valor à parte técnica e o resultado é inegável.
As próprias concessionárias informam à ANEEL seus números de DEC e FEC e depois, a agência faz uma fiscalização (???) aleatória para confirmar se eles estão corretos.
Das 23 distribuidoras “reprovadas” no ano passado, 13 deixaram de cumprir a meta de duração dos apagões, 3 a meta de frequência e 7 desrespeitaram ambas.
A região Norte é a que apresenta o maior número de concessionárias com problemas. Seis das dez distribuidoras registraram índices de DEC ou FEC acima do determinado.
Entre as 23 concessionárias com desempenho abaixo do esperado, estão cinco das seis distribuidoras de energia administradas pela própria ELETROBRAS nas Alagoas, Piauí, Rondônia, Acre e Amazonas. A única que cumpriu as duas metas foi a Eletrobrás Distribuição Roraima.
Para o diretor-presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), Carlos Faria, a qualidade do serviço de distribuição tem piorado. De acordo com ele, falta fiscalização por parte da ANEEL que, na visão dele, precisa arrumar meios de obrigar as concessionárias a darem respostas mais rápidas para os problemas no setor.
Sabe-se que o sistema de distribuição de energia no Brasil é frágil pois falta engenharia no planejamento, operação, manutenção e obras das concessionárias para garantir que os investimentos necessários sejam feitos.
Em sua defesa o diretor-geral da ANEEL, Nelson Hübner, diz que a qualidade do serviço prestado pelas distribuidoras é uma “preocupação permanente” da agência. De acordo com ele, a Agência pode cassar a concessão de empresas que insistirem em não cumprir as metas estabelecidas.
É claro que as empresas investiram em seus sistemas mas carece de qualidade nessa aplicação e fica claro que não trouxeram o resultado esperado.
Os números de DEC e FEC vão passar a ter impacto direto no reajuste da tarifa das concessionárias. Quanto menores os índices, maior vai ser o reajuste a que a empresa terá direito. Isso poderá amenizar a situação ou piorar de vez. O descumprimento das metas vai significar aumento menor da tarifa e, num efeito bola de neve, menos investimento.
O presidente da Eletrobrás, José da Costa Carvalho Neto, afirmou que está “muito preocupado” com o descumprimento das metas de qualidade pelas distribuidoras de energia controladas pela empresa (Rondônia, Acre, Amazonas, Alagoas e Piauí).
De acordo com ele, serão investidos R$ 2 bilhões por ano a partir de 2012 para melhorar a qualidade do serviço nas distribuidoras. “Com esse programa, nós temos certeza que, gradativamente, vamos melhorar os nossos níveis de tal forma que, em 2014, a gente esteja no patamar das melhores empresas de distribuição”, afirmou ele.
As desculpas são as mais variadas: interrupções não programadas e realizadas pelas supridora, problemas na rede causados por acidentes, chuvas, raios e vandalismo, asfixia financeira de empresas, elevação no número de abalroamento de postes, e até o trânsito nas cidades.
Até a outrora poderosa e modelo CEMIG, distribuidora em Minas Gerais, deixou de cumprir a meta de duração das interrupções em 2011. Segundo a empresa, isso se deve ao aumento no número de desligamentos programados, feitos pela própria distribuidora para realizar manutenção preventiva e melhorias.
Publico o quadro abaixo para guardar o registro histórico do fato, mesmo sabendo que é cansativo para o leitor. Mas mesmo assim veja como está a situação da concessionária de sua cidade. 
Distribuidoras DEC apurado em 2011 (duração) DEC limite para 2011 FEC apurado em 2011 (frequência) FEC limite para 2011 O que descumpriu
CEB (DF) 15,68 12,92 13,00 13,79 DEC
CELG (GO) 22,27 18,74 18,51 18,51 DEC
CHESP (GO) 15,59 18,68 39,63 27,15 FEC
CEA (AP) 59,87 32,69 55,61 32,94 DEC e FEC
CELPA (PA) 99,55 28,48 53,04 28,62 DEC e FEC
CELTINS (TO) 42,17 37,19 25,57 29,83 DEC
Eletrobras (RO) 38,48 32,77 28,90 32,77 DEC
Eletrobras (AC) 46,23 46,42 45,25 40,78 FEC
Eletrobrás (AM) 51,77 24,93 31,16 24,82 DEC e FEC
Eletrobrás (AL) 25,66 18,72 16,71 16,14 DEC e FEC
Eletrobrás (PI) 41,83 27,23 29,96 23,08 DEC e FEC
Coelba (BA) 22,86 20,23 10,28 13,62 DEC
Energisa (SE) 22,28 16,53 14,58 14,38 DEC e FEC
Ampla (RJ) 19,24 14,51 9,83 13,57 DEC
Cemig (MG) 14,32 12,99 7,00 9,05 DEC
Eletropaulo (SP) 10,33 8,74 5,45 6,99 DEC
Light (RJ) 16,73 9,68 7,76 8,15 DEC
AES Sul (RS) 15,35 14,73 9,27 12,79 DEC
CEEE (RS) 17,57 16,04 13,21 15,99 DEC
Demei (RS) 22,66 14,00 22,49 15,00 DEC e FEC
EFLJC (SC) 12,44 11,00 6,72 10,00 DEC
Eletrocar (RS) 21,54 15,94 17,13 17,50 DEC
Ienergia (SC) 10,91 13,00 14,12 13,00 FE

domingo, 29 de abril de 2012

Mais Uma da Maria Eduarda: E Se...

E se eu pudesse voar?
Voaria para longe.
E se eu pudesse nadar?
Sumiria no horizonte.
Se pudesse pilotar?
Sumiria então no ar.
E se pudéssemos fazer tudo que quiséssemos?
Não seria maravilhoso?
Mas não teria graça, não é?

Rio Negro a 70 cm do Record


O nível dos rios continua a subir em toda Amazônia. Dezenas de cidades estão em estado de calamidade ou situação de emergência. A situação mais uma vez é caótica, em função da incompetência dos orgãos de defesa civil que esperam acontacer uma coisa que não é imediata mas absolutamente programável.
Especificamente sobre o Rio Negro, a cota está a apenas 70 centímetros de alcançar a cheia histórica de 2009, quando a marca foi de 29,77 metros. Sexta-feira a cota já chegou a 29,07 metros e levou a Prefeitura de Manaus a decretar situação de emergência também na capital.
A foto aí de cima é no bairro de São raimundo. Observem a altura que se instalou a passarela (aqui chamada de trapiche) para a circulação na via.
Até o momento, a Defesa Civil Municipal estima que 18,3 mil pessoas sejam atingidas pela enchente, com pelo menos 11 bairros chegando a ter áreas alagadas nos próximos dias. A situação é mais preocupante em bairros como Glória, Presidente Vargas, São Raimundo, São Jorge, Educandos, Betânia e Raiz; todos localizados na área central de Manaus, e que foram prejudicados pela cheia de 2009.
E não pensem que são áreas baixas que são atingidas por qualquer chuvinha não. É uma elevação respeitável.
No Centro de Manaus, diversas ruas avenidas já foram atingidas pela água. Na Rua dos Barés a água já invadiu a via e dificulta a passagem de veículos; havendo mais uma preocupação quando o povo se dirigir ao centro da cidade, porque esse e outros trechos poderão ser interditados. Assim como no passado, comerciantes já improvisam sobrepisos para elevar o nível do piso na tentativa de evitar prejuízos.
De acordo com o superintendente do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Marco Antônio Oliveira, a expectativa é que o nível do rio continue subindo. Segundo Oliveira, existe a possibilidade real de a cheia deste ano superar a de 2009, apesar do fenômeno na nascente do rio está chegando ao fim.
Os moradores mais antigos em sua sabedoria popular, falam em superar a cota 30. Acompanhemos.