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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Jimmy Hendrix Imortal

Náo resisti ao prazer de dividir com vocës uma versão inédita do lendário e imortal Jimmi Hendrix (1942-1970). A música é parte do álbum "People, Hell and Angels" que será lançado em 5 de março e vai reunir canções gravadas na década de 1960.
O álbum incluirá onze canções ainda inéditas de Hendrix, e que foram gravadas entre 1968 e 1969.
Desde sua morte, aos 27 anos, várias coletâneas, reedições e compilações de material inédito foram lançadas por seus herdeiros.
Este cacique estará a postos para incluir a maravilha na sua discoteca.

Térmicas Brasileiras São Muito Ruins

Entrevista com o diretor da COPPE, Luís Pinguelli Rosa em que comenta sobre a péssima qualidade das usinas térmicas brasileiras.
A operação de unidades em ciclo combinado permitiria aumentar o rendimento do ciclo térmico em até 40%, mas requereria a troca do parque atual, que é obsoleto e usa máquinas de pequeno porte.
 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Se Eles Não Pagam, Nós Pagamos


Tá certo que tudo isso estava nos famosos Cadernos de Encargos da FIFA desde sempre, mas ter que aceitar, sem discutir ao menos, é cróeu. E aqui eu volto a pergunta: precisava fazer a poha da copa do mundo no Brasil?
No pacote, consta que a FIFA e suas empresas parceiras estão desobrigadas do pagamento de impostos, taxas, tributos e um monte de outras coisas nos seus aplicativos para a Copa das Confederações deste ano e a Copa do Mundo em 2014. O mesmo não pode ser dito sobre os brasileiros que prestarem serviço para elas. O Sortudo que for contratado pela FIFA ou suas parceiras, além de recolherem parte nos impostos e contribuições, ainda serão obrigados a complementar a parte que caberia à outra parte, o contratante FIFA.
Pela regra brasileira, o trabalhador autônomo paga 11% sobre a remuneração ao INSS e o empregador recolhe outros 20%. No caso FIFA, o governo cobrará uma alíquota de 20% do trabalhador ao invés dos tradicionais 11%.
Uma instrução normativa, estabelecida pela Secretaria da Receita Federal em 28 de dezembro do ano passado, dispensa a FIFA e suas parceiras de apresentar a Guia de Recolhimento do FGTS e prestar informações à Previdência Social (GFIP). Na verdade, ficam desobrigadas de pagar a taxa para o INSS e, na eventual contratação de profissionais com carteira assinada, recolher o FGTS.
A mesma instrução também deixa clara a obrigação do profissional autônomo contratado para trabalhar na organização ou realização dos torneios de pagar os tributos cabidos normalmente quando diz que "O disposto (...) não desobriga o contribuinte individual do recolhimento de sua própria contribuição previdenciária". Caso não seja registrado como autônomo na Prefeitura de sua cidade, o trabalhador ainda paga mais cerca de 5% sobre seu salário de ISS.
Pelos ditames legais, todos os recolhimentos ao INSS entram na conta do valor que o trabalhador irá receber quando se aposentar. Assim, é do interesse do profissional estar em dia com o tributo e recolhê-lo pelo vaor o mais próximo possível do teto. No caso que trato, o valor registrado será inferior, já que não contará com a contrapartida da empresa.
Caso queira que a conta da contribuição ao INSS seja feita em cima do valor correto do salário no período que vigorar o contrato, o trabalhador autônomo tem a opção de pagar ele mesmo a diferença. Além dos 20%, o profissional pode ainda pagar mais 11% para totalizar a contribuição correta, que seria de 31% (11% do trabalhador e 20% da empresa) se não houvesse a isenção.
De acordo com a Receita Federal, caso alguém seja contratado pela Fifa ou parceiros com carteira assinada, a regra é mesma. Com a diferença que os empregadores deverão descontar do salário a parte que cabe aos funcionários de imposto de renda (o desconto depende do salário), INSS, FGTS e outras contribuições e repassar ao governo. Os cerca de 34% sobre o salário do funcionário cujo pagamento caberia à Fifa e às empresas não serão cobrados.
Os estrangeiros não residentes no Brasil contratados para trabalhar na realização dos mundiais também estão livres de qualquer imposto sobre seus salários, incluindo os árbitros das partidas, comissões técnicas e jogadores, sem qualquer necessidade de visto específico da imigração para trabalhar no Brasil.
Tudo isso pelo "prazer"  de realizar uma copa do mundo na vã esperança de ser equiça-campião.
A tragédia emocional de 1950 vai ser complementada por um enorme prejuizo financeiro, moral e previdenciário. Oremos.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Candidato é Quem tem Candura

CULTURA INÚTIL, mas bem que se poderia aproveitar alguma coisa.
Candidato vem de cândido. Candidatus, em latim, significa “puro, vestido de branco”. Na Roma antiga, os postulantes a cargos no governo usavam branco, para transmitir a ideia de pureza e honradez, que normalmente associamos à cor branca. Daí a palavra CANDIDATO.
Nas democracias modernas, com suas escolhas periódicas dos representantes do povo, os candidatos se vestem do jeito que quiserem, mas a palavra candidato permaneceu.
No mínimo é ironia, pois a maioria dos candidatos não tem a menor ideia do que seja pureza e honradez.
Pelo menos nós que nos propomos a debater política, temos a obrigação de, na hora de escolher em quem votar, ter em mente a origem da palavra, e verificar se o nosso candidato faz jus a esse nome, tentando orientar os que desprezam ess característica. cabe também cobrar dos eleitos a coerência com as promessas feitas durante a candidatura, quando a maioria se comporta como se realmente vestisse uma túnica imaculada, da pureza e da candura.

Empresa Estatal: Um Novo Conceito Petralha

Por mais que seja incompleto o dicionário, EMPRESA é uma organização que gera e administra seus recursos e renda para gerar resultados POSITIVOS; seja ela pública ou privada.
Por sofrerem fortes influência de governos, as empresas públicas, conhecidas nas bocadas como ESTATAIS, são muitas vezes deficitárias ou raspam o tacho do caixa, mas existem muitos exemplos de sucesso econômico e financeiro.
Os governos do PSDB promoveram uma venda de diversas delas, num processo que pessoalmente concordo e endosso, sobre o qual pairaram dúvidas sobre lisura, mas que nunca se provaram. Fato é que muitos serviços melhoraram significativamente. Problemas ocorreram, mas por absoluto aparelhamento das Agência Reguladoras que não cumprem seus papeis por incompetência de seus administradores. 
No caso da administração dos petralhas, a coisa se inverteu e passou-se a recriar estatais. E da forma mais errada possível: fazendo delas sumidouro de recursos e não geradoras de renda.
Com base em informações publicadas na Folha mostra que durante os governos 9 dedos e governANTA nasceram dez estatais, sem falar nas chamadas Holdings Investidoras  CaixaPar, BndesPAr, BBpAr e a recém-lançada Infraero Serviços.
Apenas uma tem uma possibilidade de gerar receitas para financiar seus investimentos e operações: a Hemobrás, fundada em 2004 para fabricar e vender medicamentos derivados do sangue.
As demais ou não saíram do papel ou são mantidas com recursos da arrecadação de tributos como uma repartição pública.
Já tem a EPL, substituta da Etav, criada exclusivamente para viabilizar o famigerado trem-bala com um orçamento de R$ 166 milhões, do qual se aplicou apenas R$ 3 milhões jstamente com salários e despesas administrativas.
Também necessitam do dinheiro do contribuinte a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), a EBC (Empresa Brasil de Comunicação), o Ceitec (Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada), a EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) e a Amazul (Amazônia Azul Tecnologias de Defesa).
A maior delas, a EBC, não é propriamente uma novidade: surgiu em 2007 a partir de uma ampliação da antiga Radiobrás. No ano passado, segundo dados preliminares, ela gerou cerca de R$ 70 milhões em receitas com os serviços de radiodifusão, mas suas despesas ultrapassaram os R$ 400 milhões.
Criado em 2008 para fabricar chips eletrônicos, o Ceitec informou uma receita de R$ 300 mil no ano passado com a venda de seus produtos para a iniciativa privada. A legislação considera microempresas aquelas com receita anual até R$ 360 mil.
Outras duas estatais estabelecidas por lei nos últimos anos ainda não existem na prática: a PPSA, concebida para explorar o petróleo do pré-sal, e a ABGF, apelidada de Segurobras, para garantir obras de infraestrutura.
A maior das aberrações é a Brasil 2016, ou Empresa Brasileira de Legado Esportivo, criada no final do governo loola só para desenvolver projetos ligados à Olimpíada do Rio de Janeiro. Felizmente alguém teve o mínimo de vergonha e acabou com ela, não sem antes ter registrado como único gasto em seu balanço R$ 110 mil para remunerar conselheiros.
A Hemobrás, até agora, é a única incluída no orçamento federal de investimentos, que reúne as empresas utilizadoras de recursos próprios, como a Petrobras, a Eletrobras e os bancos públicos.
Ela recebeu aportes do Tesouro Nacional para a abertura de uma fábrica em Pernambuco, ainda não concluída. De um orçamento de R$ 264 milhões em 2012, R$ 50 milhões foram investidos até outubro.
Um estado aparelhado e ampliado...Tái um grande legado da corja vermelha.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Seca: Ótima Oportunidade de Negócios

Com Informações do Jornal do Comércio - Recife
 
Depois de perder dois gados, a sertaneja de Solidão teme pela vida dos seus últimos animais
Cisternas feitas de polietileno  foram adquiridas pelo Ministério da Integração Nacional (MIN) como parte da ação do programa Água para Todos para atender as famílias da Região Nordeste. Na primeira pegada, foram 60 mil unidades em novembro de 2011 por R$ 210 milhões, numa licitação prá lá de suspeita e que teve como única concorrente a empresa mexicana Dalka e foi realizada pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF), que também coordenou os pregões eletrônicos para contratação das empresas responsáveis pela instalação em oito estados da região Nordeste e em Minas Gerais. Em Pernambuco, a Engecol, sediada em Petrolina, terra do ministro Fernando Coelho, ganhou a concorrência para instalação de 22.679 cisternas. Por acaso, é de propriedade do empresário Carlos Augusto de Alencar - irmão da vereadora reeleita e ex-presidente da Câmara Municipal de Petrolina na gestão passada, Maria Elena de Alencar, do mesmo partido de FBC, o PSB. Em agosto de 2012, o jornal Folha de S. Paulo publicou matéria informando que o empresário Carlos Augusto de Alencar fez doações, no valor de R$ 84 mil, para as campanhas de Maria Elena e para o filho de FBC, Fernando Filho, nas eleições de 2004 a 2010. Em 2012, quando as eleições ocorreram após a publicação da matéria, nenhuma doação foi registrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Acontece que as benditas cisternas que poderia atenuar a tragédia das cidades e regiões isoladas estão literalmente derretendo sob o sol forte, acumuladas desde setembro em um terreno na entrada do município de Solidão. Uma verdadeira tortura para os moradores que transitam todos os dias pela cidade, na expectativa de serem contemplados com uma delas.
"As cisternas se acabando lá no sol e a gente precisando. Pra que o Governo mandou aquilo?". O desabafo é de dona Damiana Antônia de Souza Félix, 55 anos. Ela mora com a mãe de 90 anos, a irmã e um sobrinho no Sítio Jardim de Fora, área rural do município de Solidão, no Sertão do Pajeú, distante 411 km do Recife. Todos os dias, desde que a cacimba da sua casa secou há cinco meses, Dona Damiana precisa caminhar cinco quilômetros até encontrar um dos últimos poços com água na região, ainda assim salobra. A água - levada para casa em latões por um jumento que, por não ter o que comer, "já anda cruzando as patas", como ela definiu - mal dá para beber, cozinhar e tomar banho. Sobrevivendo em meio à pior seca no Nordeste brasileiro dos últimos 40 anos, não consegue entender o motivo de centenas de cisternas, que poderiam mudar a realidade de várias famílias, estarem
Somando os valores da compra da cisterna de polietileno e da instalação, cada unidade custou em média R$ 5.090 para os cofres públicos, quase o dobro do preço das cisternas de placa (alvenaria), até então únicas construídas no País por ONGs que recebem apoio financeiro do Governo Federal. Cerca de 500 mil cisternas de placas, que custam em média R$ 2.500, já foram construídas no Brasil. Alegando que, apesar de mais caras, as cisternas de polietileno são mais duráveis, resistentes e, principalmente, mais rápidas de ser instaladas - tendo em vista a urgência das famílias que enfrentam a seca -, o Ministério da Integração Nacional optou em adotar essa nova tecnologia. O problema é que a "rapidez" prometida pelo órgão não saiu do papel. Sem contar a geração de empregos, coisa rara no nordeste.
O programa deveria ter sido concluido no último mês de agosto. Pois até agora a Dalka ainda nem concluiu a fabricação e a entrega de todas as unidades, e as empresas contratadas para a instalação estão com serviços atrasados. Por diversos locais se ouve apenas queixas dos moradores sobre a demora na entrega das unidades e se vê centenas de cisternas acumuladas em terrenos, expostas ao sol. Uma montanha de plástico cinza em meio ao solo batido do Sertão.
Mesmo com o serviço atrasado, em dezembro o MIN permitiu um aditivo de R$ 21 milhões para empresa Dalka para aquisição de mais seis mil cisternas, para  "contemplar novas famílias que foram incluídas no programa", disse o diretor nacional do programa Água para Todos", Sérgio Duarte. Claro que o novo prazo para entrega e instalação das agora 66 mil cisternas foi prorrogado para o final de fevereiro de 2013, sob o argumento que "o atraso foi provocado pela decisão, por uma questão de logística, da fabricante Dalka construir fábricas próximas aos estados contemplados com as cisternas em Petrolina-PE, Penedo-AL, Teresina-PI e Montes Claros-MG.
Várias cisternas defeituosas, podem ser vistas em frente à fábrica da Dalka no parque industrial de Petrolina. O defeito foi provocado por um erro de cálculo estrutural e detetado em março de 2012.
Além de não fazerem, ainda causam prejuizo. Uma das 19 mil já contempladas com a cisterna em Pernambuco, dona Noemia Pereira Neves, 56, informa que no dia em que a equipe da Engecol deixou a cisterna em frente à sua casa, localizada às margens da PE-275, em Albuquerque Né, distrito de Sertânia, a 316 km do Recife; deu uma ventania fez a cisterna rolar, atravessar a pista e atingir o muro do vizinho. "Vou ter que pagar o conserto do muro, que deve ser pelo menos uns R$ 150. Além disso, a equipe da Engecol deixou a cisterna aqui e pediram para fazer o buraco, prometendo retornar em uma semana. Até hoje ela aguarda. Em dezembro, a dona de casa que, sem parente que pudesse fazer o buraco, precisou pagar R$ 200 para um vizinho realizar o serviço
Cisternas recolhidas pela Dalka e deixadas em frente à fábrica da empresa, em Petrolina










O NE10 encontrou cisternas
 


 

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Racionamento Cada Vez Mais Próximo


Li na VEJA, com informações da Agência Reuters

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) deve se reunir nesta quarta-feira para decidir medidas alternativas que possam evitar a adoção de um racionamento compulsório de energia no país, dizem fontes do setor. Entre as possibilidades em estudo estão a “premiação” a consumidores que reduzirem seu consumo de eletricidade e o aumento da transmissão de energia do sistema Norte para as regiões Nordeste e Sudeste. O CMSE é formado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Agência Nacional do Petróleo (ANP), a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
O mercado de energia elétrica começa a se preparar ante a possibilidade de o Brasil passar por um racionamento em 2013. Fontes do setor destacam que ainda existem dúvidas sobre quantas e quais medidas o governo federal pode vir a tomar para equacionar um eventual descompasso entre a oferta e o consumo de eletricidade. Tampouco há cálculos sobre qual seria a dimensão de uma potencial necessidade de redução do consumo de energia.
Entre agentes do setor, que falaram sob condição de anonimato, pairam incertezas ante o quadro atual que é formado por reservatórios baixos das hidrelétricas, chuvas insuficientes para recompor os estoques e um sistema de termelétricas emergenciais – usado em momentos de estiagem – praticamente no limite.
Preços disparam – “A chance de não ter racionamento é pequena. A situação está ultracrítica”, disse um executivo do mercado livre de energia que já considera essa possibilidade em suas projeções para o ano. O Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) – que serve como base para a negociação de energia em contratos de curto prazo – disparou mais de 60% para a semana de 5 a 11 de janeiro, para quase 555 reais por megawatt-hora (MWh), na carga média.
Outra fonte do setor elétrico que acompanha as estimativas de curto prazo dos preços do insumo disse que os programas computacionais usados pelo governo para planejamento e operação do sistema – Newave e Decomp – apresentam cenários de corte de carga acima de 5% para o Sudeste.
O Ministério de Minas e Energia (MME) publicou nesta sexta-feira autorização até o fim deste ano para importação de gás natural para alimentar a termelétrica de Uruguaiana (RS), da AES Brasil, que está desligada desde 2009. A ação foi classificada como "heterodoxa" por um importante executivo do setor elétrico.
Presidente Dilma – Além de implicações sobre a economia, num momento em que o governo da presidente Dilma Rousseff se esforça para impulsionar a fraca atividade, um eventual racionamento teria efeitos políticos. Dilma foi ministra de Minas e Energia no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e notabilizou-se por remodelar as regras do setor e garantir, nos últimos anos, a segurança do fornecimento de energia. Em encontro de fim de ano com jornalistas no último dia 27, ela descartou que haja uma crise energética no país, ao comentar os sucessivos apagões ocorridos em 2012 – a maioria por falhas no sistema de transmissão de eletricidade.
Nenhum representante do Ministério de Minas e Energia foi encontrado nesta sexta-feira para comentar os temores de racionamento pelo mercado.
Alternativas na mesa – Antes de um racionamento compulsório como o ocorrido entre meados de 2001 e começo de 2002, no mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governo pode lançar mão de medidas alternativas, como, por exemplo, estimular a redução voluntária de consumo "mediante prêmios", disse uma fonte do segmento.
Segundo essa mesma fonte, poderiam ser oferecidos benefícios como energia mais barata a indústrias que concordassem em reduzir temporariamente seu consumo. “Isso teria de ser feito sem afetar o desempenho da economia, com indústrias que estão com estoques elevados”, observou.
Reunião – O executivo lembrou que o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) tem reunião na próxima quarta-feira e alternativas como essa poderão ser discutidas na ocasião. Duas fontes do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) descartaram que o racionamento seja uma possibilidade avaliada atualmente, mas admitiram que medidas excepcionais podem ser tomadas na reunião do CMSE para evitar esse cenário. Uma ação citada por uma das fontes do ONS é o aumento da transmissão de energia do sistema Norte para Nordeste e Sudeste.
Segundo os dados mais recentes do ONS, relativos a esta quinta-feira, os reservatórios do sistema Sudeste/Centro-Oeste operavam com 28,83% da capacidade, enquanto as represas do Sul estavam com 38,95% e as do Norte, com 41,24%. Já as do Nordeste – que estão abaixo da curva de aversão ao risco – tinham 31,61 %.
Outra fonte do ONS disse que ficar abaixo da curva de aversão ao risco “não significa dizer que há iminência de racionamento”. Ela acrescentou que a chuva começou a cair no país, embora as massas de ar frio até agora não sejam estacionárias – o que significa que elas chegam e vão embora rapidamente.
Uma fonte da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) disse que a EPE também descarta neste momento a possibilidade de racionamento compulsório e que ainda é possível acionar algumas térmicas de "reserva" movidas a óleo diesel.
Meteorologia – O presidente da comercializadora de energia Comerc, Cristopher Vlavianos, ponderou que, embora as previsões de chuva não sejam muito boas, o Brasil ainda se encontra no início do período úmido. Essa fase, que concentra a maior parte do volume de chuva previsto para o ano, vai até abril e maio. “Muito provavelmente o governo vai optar pela segurança do sistema e manter as térmicas ligadas o ano inteiro, a não ser que chova muito”, disse Vlavianos.
Previsões de longo prazo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que as chuvas devem permanecer abaixo do normal no Nordeste ao longo do primeiro trimestre. No Sudeste e Centro-Oeste, as precipitações devem ficar dentro da média histórica, enquanto no Sul, acima do normal.
"O Nordeste é que preocupa", destacou o chefe do Centro de Análises e Previsão do Tempo do Inmet, Luiz Cavalcante.
(via Reuters)