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sábado, 2 de abril de 2011

O Cacique é Um Atentado à Igualdade Social



A semana passada o ex-BBB e atual deputado federal Jean Willys, conseguiu fazer bloquear as contas de twitter e facebook do também blogueiro Carlos Renato Fortes Vendramini, o @crfvendramini; sob alegação de que ele havia sido preconceituoso por se manifestar contra projetos de casamentos e adoções por casais do mesmo sexo, proibições de recomendações religiosas ou familiares contra o homosexualismo e outros temas relativos a uma hipotética ação de homofobia.

Esses dias li sobre uma ação por perdas e danos morais sofrida por um restaurante que não dispunha de uma cadeira de tamanho adequado para uma senhora com o peso acima dos padrões.

O deputado jair Bolsonaro, que não tem essas papas todas na língua, está em vias de sofrer um processo de falta de decoro por ter dito "palavras ofensivas" à cantora Preta Gil que alega ter sido destratada como negra. Ele alega que a sua fala foi contra a promiscuidade que ela mesma já declarou em outras ocasiões ter vivido.

Por conta disso, a ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir - isso lá é sigla?), Luiza Bairros, disse que as declarações do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) sobre cotas raciais e a possibilidade de um filho se apaixonar por uma mulher negra são "caso explícitos de racismo". "Não podemos confundir liberdade de expressão com a possibilidade de cometer um crime. O racismo é crime previsto na Constituição", disse Luiza. Socióloga e ligada ao movimento negro, Luiza Bairros diz acreditar que as manifestações racistas ocorrem na medida em que as pessoas negras vão se deslocando na sociedade e passam a ser vistas em lugares que eram historicamente ocupados por pessoas brancas. "Isso provoca reação. Para muitas pessoas, parece perda de espaço. Isso demonstra como ser branco na sociedade brasileira implica em determinados privilégios em detrimento dos direitos dos negros em geral", disse.

Remontando à minha situação, passo a temer que seja um verdadeiro atentado à progressão das igualdades sociais: sou homem, hetero, caucasiano, magro e católico.

A essa altura pouco importa se há que coexistir a ambiguidade de homens e mulheres, na sociedade; o que importa é que elas tenha privilégios que nunca tiveram.

Não interessa que os relacionamentos sexuais entre pessoas de sexos diferente são normais, naturais e saudáveis; o que importa é que se combata quem não aceita por princípios morais ou religiosos os comportamentos homossexuais.

Que se danem os que possuem equilíbrio entre peso e altura, o que vale é dar prioridade aos obesos.

Que apodreçam no fogo dos infernos os que pregam uma vida o mais santa possível, já que a promiscuidade carnavalesca deve se perpetuar todos os demais dias do ano.

Não vem ao caso nada disso. Muito menos se ao longo de toda uma vida pais, parentes, amigos e professores com quem interagi neste jubileu de ouro, deram o melhor de si para me fazer um bom profissional, cidadão e ser humano.

Pouco tem a ver as lutas para passar no vestibular e cursar engenharia com enormes dificuldades e passando muitas limitações inclusive alimentares durante o curso, andando de buzões lotados, dividindo livros em bibliotecas, dando aulas particulares em todos os horários disponíveis prá garantir alguma grana prá comprar isso tudo, sem comprometer ainda mais o parquíssimo orçamento da família que lutava com dureza para manter 4 filhos estudando.

Digo de novo, NADA disso adiantou: hoje sou homem, hetero, caucasiano, magro, católico e, acrescento, bem sucedido.

Portanto, sou um verdadeiro mau exemplo para a sociedade progressista.

Não saio mais nas ruas. Posso apanhar por isso. E o culpado serei eu.

Chefe Gentil

Eu já tive uns chefes muito brabos, mas o seu Gervásio é campeão.










sexta-feira, 1 de abril de 2011

Analise do Discurso Opositor



Nossa articulista Mara Kramer nos brinda mais uma vez com seus sábios textos

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Na semana passada publicamos um artigo sobre o discurso político de Geraldo Alckmin intitulado Alckmin pisou na bola feio (veja abaixo neste blog).

No dia 29 de março último, o governador foi entrevistado na rádio do Jornal Estado de São Paulo http://tinyurl.com/688bdyd e um dos temas abordado foi sua postura como oposição, o que ofereceu um rico material para apreciação de seu pensamento ao qual não pude resistir à tentação de interpretar.

A seguir exponho a análise crítica realizada tendo consciência de minhas limitações, pois não sou analista ou cientista política nem estudiosa do assunto. Sempre que escrevo, o faço como uma brasileira, eleitora preocupada com os rumos que nosso país, a qual expõe suas apreciações sobre temas políticos de forma despretensiosa. A política assume o protagonismo na segunda metade entrevista.

Em uma das primeiras perguntas Alckmin oferece uma explicação para as dificuldades de se exercer a oposição no Brasil, diz o governador: Não é fácil ser oposição no Brasil. Num país cujo sistema político é montado de tal maneira que não há salvação fora do governo. O que todo o mundo quer é aderir ao governo, porque a realpolitik estabelece isto, a política é feita incrustada na máquina pública, mas o PSDB fará oposição.

É possível que os regimentos e regulamentações das ações políticas no Brasil tenham peculiaridades que dificultem a atividade oposicionista, entretanto não a impede, pois o PT realizou uma oposição ferrenha ao governo FHC como todos sabem.

Não estamos aqui falando da forma ou dos critérios da oposição, mas das possibilidades reais e legais de realizá-la. Se o PT encontrou espaço para fazer oposição, porque a atual oposição não consegue?

Em nenhuma democracia do mundo a oposição conta com a máquina pública. A máquina pública é gerenciada pelo partido de situação, que logicamente impedirá que os partidos que desejam substituí-lo sejam beneficiados por ela. Entende-se que ter a máquina pública a seu favor facilita as atividades, mas me parece inerente ao conceito de oposição saber agir sem este suporte. Pode-se interpretar as palavras de Alckmin como o que de fato acontece é que o PSDB não sabe fazer política sem a máquina pública, e neste caso, não sabe fazer oposição. Neste caso, o problema é do partido não do sistema político nacional. Se a atividade opositora deve ser independente da máquina pública porque todo mundo quer aderir ao governo, conforme diz Alckmin?

Considerando que a não disponibilização da máquina pública é uma premissa de ser oposição, poderia entender-se que os opositores buscam manter-se sob o manto governamental não para exercer a oposição, mas pela continuidade dos benefícios pessoais que dele possam usufruir.

Não me parece que este seja o caso do governador, mas entendo oportuno atentar para esta possível interpretação do fato. Alckmin diz no final da resposta que o PSDB fará oposição, aqui cabe a pergunta: Como o PSDB fará oposição sem a máquina pública? Sugerimos que os atuais partidos de oposição busque alternativas de ação, como por exemplo criar canais permanentes de comunicação com a grande mídia, promover trabalhos de base, agilizar a organização interna, etc....

A forma de realizar oposição é outro tema recorrente nas declarações oposicionistas. Sobre este assunto Alckmin afirma: Nós somos oposição, vamos exercê-la, apenas não fazemos de forma raivosa como o PT fazia na época do FHC.

O eleitorado do PSDB nunca pediu ao partido que fizesse uma oposição raivosa, e sim que faça oposição, por conseguinte não tem sentido que os políticos do partido sigam repetindo à exaustão que não farão este tipo de oposição. O que o eleitorado do PSDB solicita é uma oposição firme, profissional e permanentemente atenta.

Nenhuma destas características relaciona-se com raivosa. A insistência neste argumento parece ser apenas mais uma justificativa vazia de por que o PSDB não exerce seu dever e direito democrático. A oposição que queremos é que o partido se entregue unido à tarefa oposicionista, tenha um discurso claro, vá direto ao assunto, diga com todas as letras o que e porque esta criticando/fiscalizando, quais são as propostas do partido em cada caso.

Para tanto, não é preciso ser desrespeitoso, ofensivo e muito menos ir contra o que é bom para o país. As ações positivas realizadas pela situação não necessita ser tema do discurso oposicionista, a situação se encarregará de divulgá-lo e enfatizar suas qualidades. A oposição deve ser onipresente, expressar seu parecer com relação a todos os assuntos sobre os quais o governo mereça ser fiscalizado e criticado.

Atualmente, assim como nos últimos oito anos, não foi esta a postura de nenhum partido da oposição.

Seguindo a entrevista Alckmin visa explicar qual é sua função como governador de oposição dentro do sistema federativo brasileiro: Uma coisa é a luta política, outra coisa é o governo. O Brasil é uma república federativa. A federação impõe uma cooperação dos entes federados. Então eu como governador de São Paulo não fui eleito para fazer oposição ao governo Dilma. Eu tenho o dever de ter uma cooperação com o governo federal independente de sigla partidária. Agora, sou do partido de oposição, donde tiver o PT nós vamos estar do outro lado.

Aqui, sob meu ponto de vista, o governador demonstra que tem uma visão equivocada sobre sua postura política. Entendo que no momento em que separa política e governo ele exige que a pessoa que encarna esta simultaneidade opte por uma das posições, ou política, ou governo. Assim, ele como governador de um partido de oposição ao governo federal não tem como conciliar as duas posições, ou se alia ao Planalto para governar, ou age como oposição. Segundo o governador não há possibilidade de harmonizar ambas as posições. Neste caso, Alckmin esta dizendo que no Brasil os governadores de oposição não devem opor-se politicamente ao governo federal. Conseqüentemente, os partidos de oposição no país estão destinados a estarem definitivamente divididos, os governadores falarão bem do presidente e os demais deverão criticá-lo e fiscalizá-lo. Em termos de mensagem ao povo/eleitorado como funciona esta divisão, na qual parte do partido tem um discurso e a outra parte tem um discurso inverso? Como funciona um partido no qual parte do partido elogia o governo e a outra parte critica? Com este perfil o partido oferecerá uma mensagem clara ao povo/eleitor?

Esta é situação atual, por um lado Alckmin, Anastásia, Perillo são só elogios ao governo e a presidente, por outro Serra e Dias criticam. Qual é a ideologia deste partido? Me parece óbvio que, por uma questão de clareza, unidade e princípios ideológicos, aspectos fundamentais na política, um partido deve ter em todos os níveis um mesmo discurso e uma mesma posição frente aos seus eleitores e opositores. Um partido cujo seus quadros tenham discursos opostos guarda dentro de si uma contradição a qual inevitavelmente o levará ao fracasso. Portanto a questão não esta em separar as duas posições, governador e político de oposição, e sim conciliar, pois na pratica esta situação pode recair na mesma pessoa, a qual não pode abrir mão de nenhuma das duas posições.

O governador, cargo da administração pública terá com o governo central uma cooperação administrativa, jamais uma submissão política, pois esta significaria uma traição a seus seguidores. No campo da administração pública ambas as esferas, estadual e federal, trabalharão em permanente colaboração visando o beneficio do povo, funções para as quais foram eleitos. No âmbito político estarão presentes as diferenças ideológicas e propositivas inerentes da oposição política. Os governadores manterão o discurso coerente com as posições de seu partido e do eleitorado que o elegeu.

Chegando ao final da entrevista o repórter perguntou qual a avaliação do cidadão Geraldo Alckmin dos primeiros 100 dias do governo Dilma. A resposta do governador foi a seguinte: Acho que é muito cedo pra gente estar fazendo analise de governo, mas acho que ela começou bem intencionada, na política internacional corrigindo alguma coisa que precisava ser corrigido. A conversa que tivemos sobre os temas de interesse de São Paulo (...) É bom para o Brasil que ela vá bem.

Nesta resposta vejo dois aspectos a serem destacados, ambos reincidentes. Primeiro, é saber quando o PSDB vai iniciar sua oposição. Alckmin sugere inclusive na entrevista que se pode avaliar um governo apenas no seu final. Também afirma em mais de uma ocasião ser oposição, entretanto sempre encontra um motivo para não exercê-la, ou é cedo, ou ele é governador, ou devemos torcer pela presidente. Ser oposição, não é nomear-se como oposição, é exercer uma postura contraria ao governo, é fiscalizá-lo e criticá-lo aberta e diretamente. Os políticos do PSDB adiam sempre para o futuro a virtual oposição do partido, discurso este que estamos ouvindo desde o primeiro governo petista. Iniciamos há poucos meses o terceiro governo petista e o PSDB segue repetindo as mesmas justificativas para sua incompetência como oposição. Tal postura demonstra que também o PSDB não escuta seu eleitorado, esta distante de suas bases, não demonstra capacidade de autocrítica e revisão de posturas. Em segundo lugar, mais uma vez, Alckmin vê bem o início do governo Dilma, mesmo depois de sua proposta inconstitucional para definir o salário mínimo por decreto, ou a pressão do governo para o aparelhamento da Vale Alckmin entende que a presidente esta bem intencionada. Fica difícil entender onde Alckmin e o PSDB querem chegar com discursos e posturas contraditórias, ambíguas e superficiais.

E Tiraram o Agnelli da VALE

Circula desde ante-ontem nos principais jornais os rumores, hoje confirmados, de que a VALE fará a indicação de um novo presidente através de uma empresa internacional de seleção de executivos após a elaboração de uma lista com três nomes, de onde o conselho de administração definirá o escolhido. O comunicado da empresa informa ainda sobre a realização de uma reunião de acionistas e do Conselho de Administração da Valepar nos dias 4 e 7 deste mês para homologar a contratação dessa empresa e indicar o novo diretor presidente. As indicações mais coerentes dão conta que Tito Botelho Martins, presidente da Inco, subsidiária da Vale no Canadá, será o substituto de Agnelli na presidência da maior empresa privada do Brasil. Desde 1985 na Vale, Martins é visto como um executivo "linha-dura" nas negociações. A substituição é uma consequência das ações que o (des)governo vem fazendo desde o final da gestão do EX e continuadas por deelma, que pressionam pela saída do executivo, apenas porque consideram que ele é inábil politicamente e refuta sugestões oficiais. Mas é uma empresa particular, meu povo. A Vale S.A. (Vale) informa que recebeu correspondência de seu acionista controlador, Valepar S.A. (Valepar), comunicando a realização de reunião prévia de acionistas e reunião do Conselho de Administração da Valepar nos dias 4 e 7 de abril de 2011, respectivamente, com a seguinte pauta: - Homologar a contratação de empresa internacional de seleção de executivos ("headhunter"). - Manifestar-se sobre a indicação do diretor presidente da Vale S.A., com base em nomes propostos em lista tríplice elaborada por "headhunter", para assumir o cargo após o término do mandato do atual diretor presidente. A indicação de Tito Martins, diretor-executivo de Metais Básicos da Vale e presidente da sua subsidiária canadense (Vale Inco), para a presidência da mineradora acalmou os ânimos na diretoria da empresa e entre seus empregados, que ameaçavam um movimento de revolta caso a indicação não seguisse critérios técnicos coerentes.

O fato é que tanta badalação absolutamente improdutiva causou queda de quase 10% no valor das ações da empresa na bolsa, gerando prejuízos inevitáveis aos seus acioninstas, inclusive os fundos de pensão das estatais.

É um absurdo que o (des)governo não respeite a propriedade privada e isso pode se tornar um precedente perigoso no Brasil. Uma pena.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Brinde da Receita Federal

A Receita Federal acaba de anunciar que vai enviar um brinde especial para todos os contribuintes que pagaram seus impostos dentro do prazo nos últimos três anos. O brinde, um exclusivo apontador de lápis de design único, poderá ser colocado na mesa de trabalho para servir de lembrete constante dos serviços a que os impostos desta grande nação dão direito.

terça-feira, 29 de março de 2011

Quem Precisa de Oposição? É Difícil? Vê Se Pode.

Na semana passada, em meio à repercussão do absurdo do blog da Betânia, que serviu de mote para que se debatesse em todas as redes sociais sobre o péssimo uso que se está fazendo da Lei Rouanet, nossa colaboradora Mara Kramer escreveu esse excelente artigo, que mais uma vez temos a honra de sermos convidados a compartilhar. Leiam. Voltamos depois.

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Alckmin pisou na bola feio

Hoje é um dia de indignação! O Ministério da Cultura autorizou Maria Bethânia captar no mercado R$ 1.3 milhões para produzir um blog de difusão de seu trabalho. É ético um artista gastar tanto para colocar um blog no ar em um país como o Brasil? Entretanto o que me chamou mais atenção, e sobre o que quero tratar é a declaração do governador de São Paulo Geraldo Alckmin em visita hoje à Brasília onde disse torcer pelo governo Dilma. Pessoalmente, ainda não havia engolido aquele apoio amplo e irrestrito dos governadores do PSDB ao governo Dilma expresso na Carta de Maceió. A explicação dos governadores, e de Alkmin, era a priorização do pacto federativo. Ora, o pacto federativo, mau ou bem, esta posto, e não é necessário que em uma reunião da oposição ele seja prioridade. O que ficou claro com relação à Carta de Maceió é que o PSDB, no caso seus governadores, não participariam da oposição ao governo exigida pelo eleitorado oposicionista, e responsabilidade de seu partido. Neste caso, o partido estaria dividido em dois: alguns se oporiam e outros não. Como isto funciona não me pergunte. Passado algumas semanas de dita reunião FHC, em entrevista senão me engano a Kennedy Alencar, demonstra seu apreço a Lula, não como pessoa, mas como político. Também em entrevista FHC diz que Dilma começou bem seu governo. Diz isto mesmo depois de todas as negociações de cargo em troca de apoio realizadas pela presidenta, da incorporação de Palocci ao governo, da inação do governo frente ao caso Erenice Guerra o qual por sua importância, pois envolve a própria presidenta, deveria ser prioridade do executivo, da manutenção do aparelhamento de várias instituições públicas, e sobretudo, do significado de ter Dilma como presidente da república. Ou seja, uma pessoa que nunca concorreu sequer a uma vereança, basicamente desconhecida da população, é colocada no cargo mais alto do país pelas mãos de um homem que para alcançar seu objetivo não mediu esforços em termos de uso do dinheiro público e da máquina pública na campanha, da desobediência à legislação eleitoral inúmeras vezes, da ofensa às instituições e aos partidos, da mentira deslavada como foi o caso da "bolinha de papel" atirada na cabeça de Serra no Rio de Janeiro, etc. FHC desconsiderou completamente o que consiste em termos de autonomia do poder o fato, muito bem lembrado por Ferreira Gullar, de termos no cargo mais alto do país uma pessoa que não tem autoridade frente a outrem, no caso o ex-presidente. Temos aí o criador e a criatura, e todas as conseqüências inerentes a essa relação. Ainda assim, FHC só soube apoiar o discurso vigente na época que destacava como maravilhoso o novo governo baseado exclusivamente na discrição de Dilma, ou seja, confundia discrição com competência. Creio que FHC perdeu uma ótima oportunidade de elucidar quais seriam as ações do partido como oposição, não o fez, preferiu agradar o governo. Não encontro os motivos para isto, mas não posso interpretar de outra maneira. Não contente o PSDB, que simultaneamente grita aos quatro ventos que fará (sempre no futuro) oposição ferrenha, lemos hoje a declaração de Alckmin que diz torcer pelo governo Dilma. As palavras textuais de Alckmin foram: “Torcemos por ela, pelo seu trabalho. Ela tem conhecimento das questões de Estado e conhecimento de gestão. São Paulo será parceiro nesse trabalho”. http://g1.globo.com/politica/noticia/2011/03/alckmin-diz-torcer-por-sucesso-de-dilma-na-presidencia.html Penso que o governador foi muito infeliz em suas palavras por várias razões. Primeiro que esta confundindo torcer pelo país com torcer pela situação, embora não pareça são coisas muito distintas e com conotações também muito diferentes, as quais não devem escapar a um político experimentado como Alckmin. O governador não disse que torce pelo país, deixa claro que torce pelo governo. Segundo, os partidos de oposição constituem-se oposição porque tem uma proposta para o país diferente do(s) partidos de situação, portanto não concordam e não acreditam na eficiência do programa da situação. A oposição deve a partir daí mostrar à população em geral os equívocos desta proposta, segundo sua ótica, na condução do país, assim como as vantagens de seu programa. A oposição é critica ao programa da situação. No momento que um político da oposição diz torcer pela situação ele esta dizendo que espera que sua política seja boa para o país. Como? Ele não pertence à oposição que se diz contrária ao programa da situação? Ele não fez (ou seu partido) campanha contra este programa? Se a política da situação pode ser boa para o país, porque ele não faz parte da situação? Em outras palavras, porque ele se opõe? Em terceiro lugar, se o PSDB, pela voz de Alckmin, entende que a política da situação é capaz de ser exitosa, entendo torcer como desejar que seja vitoriosa, então o PSDB não é oposição. Entretanto, o PSDB e o próprio Alckmin disseram em outras ocasiões serem oposição. Opa! Tem algo aqui que não fecha e que teremos que pensar melhor, mas em outra ocasião para não sair da linha de pensamento deste artigo. Em quarto lugar, Alckmin com esta declaração demonstra explicitamente seu apoio ao governo Dilma, e portanto a tudo o que ele envolve. Alckmin esta assinando embaixo do governo sobre o qual Álvaro Dias em recente entrevista no Twitter disse, “nunca na historia desse país houve tanta corrupção como nos últimos 8 anos”, assim como da incompetência na educação, saúde, segurança, infra-estrutura, etc. Esta reconhecendo a validade da aparelhagem do Estado, do uso de empresas públicas pelo partido de situação, da aliança do partido do governo com as oligarquias, da repressão à liberdade de expressão e busca de monopolização da informação. Diante de tal aberração só podemos concluir que Alckmin e conseqüentemente seu partido estão completamente confundidos com o que é ser oposição e como fazer oposição. Não tem a menor idéia do que isto significa. São “barcos” ao sabor dos ventos que navegam a deriva. Situação cada dia mais preocupante. A irresponsabilidade política da declaração de Alckmin é imensa! A inconseqüência da declaração de Alckmin beira a insanidade! Alckmin não tem noção das conseqüências de seus pronunciamentos como governador do estado mais rico da União, político de destaque e peso no maior partido da oposição do país? Alckmin nunca "escutou" o eleitorado do PSDB que exige do partido oposição constante, firme e profissional? Se é assim em que mundo ele vive? A situação é séria, mas o PSDB continua brincando.

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Achando pouco, o governador de um partido de OPOSIÇÃO, ainda dá uma entrevista na rádio estadão-ESPN e diz que "ser oposição no Brasil é difícil e que o início do governo de deelma é bem intencionado". Ouça AQUI.

Ora governador, nos poupe. É difícil sim, mas tem que ser macho prá assumir esta posição. Perder votações faz parte do jogo democrático, mas tem-se que honrar as calças que veste e os votos que teve. São 44 milhões de eleitores que disseram NÃO à patota que aí está. Se os opositores fincarem posição, reagirem aos desmandos e botarem a boca no trombone, a base alugada será constrangida e desmoralizada perante a opinião pública.

E ainda tem as marcha-ré de Traécio, Anastasia, Teotônio, Pirilo e outros.

Todo mundo querendo ficar bem com o (des)governo federal prá não perder boquinhas e indicações.

Luvinha de pelica, camisas de seda e punhos de renda não ganham votos. Tem que ter sangue no canto da boca senão vamos sempre ter derrotadas as posições liberais que defendemos todos.

O texto da Mara liquida qualquer argumentação.

A Caridade Herdada do EX



O blog do Josias de Souza dá conta que está sendo acelerada de forma absolutamente ilegal, uma votação na Câmara Federal para aprovar a Revisão do Acordo de pagamentos do fornecimento de energia da UHE Itaipu ao Brasil.

Quando foram negociados os protocolos para a contrução da usina binacional, sabía-se que o Paraguai não teria recursos nem crédito internacional para honrar sua metade do custo da obra.

A saída adotada foi que o Brasil pegaria os empréstimos internacionais, e os pagaria, é claro. Saldadas as dívidas, o Paraguai será feliz proprietário de 50% da segunda maior hidrelétrica do planeta sem ter levado a mão ao bolso.

O tratado determina que a energia produzida por Itaipu é rateada meio-a-meio. Como o Paraguai nunca utilizou mais que 10% da energia que lhe cabe, todo excedente é repassado ao Brasil, que remunera o “sócio-caracu”. Com um pedaço dessa remuneração, o Paraguai paga sua parte na dívida.

As tarifas que sempre vigoraram no custo da energia comprada pelo Brasil estão previstas no “Anexo C” do velho tratado, e têm como referência os valores internacionais praticados em fornecimentos de grandes pacotes de energia internações no mundo inteiro .

É esse anexo que o governo pretende agora alterar. Mas para que a mudança tenha validade, tem de ser aprovada pelos Congressos do Brasil e do Paraguai.

O texto determina um reajuste de US$ 120 milhões para US$ 360 milhões sobre a taxa anual de cessão paga ao Paraguai pela energia não usada da Usina de Itaipu. Pela parte que lhe toca na usina, o Brasil paga atualmente US$ 43,8 pelo megawatt-hora de Itaipu, somados a US$ 3,17 pela cessão da energia que o Paraguai não utiliza. O novo valor da taxa de cessão será de US$ 9,51 tão logo o acordo seja aprovado pelos dois parlamentos.

O que denuncia Josias é que a Câmara planeja votar na surdina e irregularmente nesta quarta (30), o projeto polêmico que dormia nos escaninhos há um ano, quatro meses e 11 dias.

Cabe lembrar que essas benesses ainda são parte do surto beneficente do EX que cedeu refinarias à Bolívia, perdoou milhões de dólares em dívidas mundo afora, financiou a fundo perdido obras que nem no Brasil eram feita através do BNDES aos ditadores amigos e por aí vai.

O texto da tal mensagem é assinado por Celso Amorim (Itamaraty), Guido Mantega (Fazenda) e Edison Lobão (Minas e Energia).

A caridade terá um preço aos pagadores de imposto: haverá uma elevação da conta de luz dos brasileiros, posto que as concessionárias que compram energia de Itaipu terão que repassar esse custo aos seus clientes.

Lógico que era necessário passar a eleição e colocar o fantoche na cadeira e o EX decidiu espetar o custo nas arcas da Viuva. A exposição dos ministros anota: “O custo adicional, conforme decisão já antecipada por Sua Excelência (O EX), será arcado com recursos a serem definidos pelo Tesouro Nacional...” “...De forma a não onerar a tarifa de energia elétrica paga pelo consumidor brasileiro”. O que ainda não se pode assegurar em época de cortes e redução de custos.

No apagar da luzes e antes de renunciar à presidência da Câmara para ser o feliz vice da deelma, Michel Temer, transformou a mensagem do EX num projeto de decreto legislativo. Com isso, teria que tramitar em cinco comissões: Defesa Nacional, Minas e Energia, Finanças, Relações Exteriores e Justiça. Claro que não andou nem um passo e muito menos foi votado em nenhuma delas.

Além disso, reza o regimento que, quando uma matéria corre em mais de três comissões, é preciso constituir uma outra comissão, chamada de “especial”, o que também não aconteceu pois tal comissão jamais se reuniu.

Portanto, o xodó ao Paraguai com verbas arrancadas do contribuinte brasileiro chega à pauta do plenário por um atalho que não consta em nenhum mapa nem de rally.

Ao que se sabe, dona deelma já determinou aos submissos e genuflexos parlamentares da base alugada que aprovem a encrenca. Da Câmara, a proposta seguirá para o Senado. A oposição (???) acena com a hipótese de obstruir a votação. Pode retardar. Mas não tem número para prevalecer.

Portanto, podem anotar mais custos no seu bolso via conta de energia ou via impostos, para honrar as bobagens do EX e de sua sucessora.

Um Goleiro Artilheiro: Rogério Ceni Completa 100 Gols na Carreira

Não é meu time portanto posso fazer um elogio sem medo de errar ao excelente goleiro Rogério Ceni, do São Paulo Futebol Clube pelo centésimo gol marcado em sua carreira uma marca invejável até para centro-avantes e outros atacantes.

Além de grande goleiro, na minha opinião entre os 10 melhores de todos os tempos no Brasil, Rogério é um cidadão de formação moral inabalável, atleta exemplar, defensor dos bons hábitos e boas práticas no dia a dia e na administração do futebol, daí quase não haver sido convocado para a seleção nacional, posto que sempre se posicionou contra todas as bandelhairas que se verificam nas federações estaduais e brasileira.

Os principais jornais e revistas do mundo publicaram o feito.

Fica nosso registro e a homenagem da Tribo para esse evento que marcará para sempre o futebol brasileiro.

Na sequência, a imagem do gol histórico, a lista dos 100 gols e um clip com todos os gols.


segunda-feira, 28 de março de 2011

Na Força da Grana



Foi um escárnio o volume de transgressões a todas as lei do país cometidas pelo EX e pelo seu séquito de seguidores e acólitos por sua ordem durante os dois anos que antecederam as eleições de 2010.

O uso da estrutura da união em benefício próprio, o fingimento de inaugurações de canteiros de obra, placas e "pedras fundamentais", as vociferações em palanques ilegais contra tudo e contra todos que atravessaram seu nefasto caminho, xingamentos e ofensas da pior qualidade, e por aí vai.

Mas tudo isso o povão gosta e rende votos. Como rendeu.

Mas o pior foi a exuberante gastança que se procedeu.

Dados obtidos pelos repórteres Julia Duailibi e Daniel Bramatti do Estado de S. Paulo dão conta que houve um considerável aumento de liberação de verbas não vinculadas do orçamento da união para estados e municípios nos anos de 2009 e, principalmente, em 2010, confirmando o berreiro do EX que dizia que "a prioridade é eleger deelma para o Palácio do Planalto".

Em relação a 2009, quando a transferência de verbas já foi um absurdo da ordem de R$ 9,2 bilhões, em 2010 a farra cresceu 51% em termos reais, descontada a inflação. No ano da eleição, o governo federal enviou para os governos estaduais e municipais cerca de R$ 13,9 bilhões como "transferências voluntárias".

Só prá saber, transferências voluntárias são recursos repassados pela União a Estados, municípios e entidades sem fins lucrativos, que podem ser usados para realização de obras ou na prestação de serviços. Esse dinheiro é repassado geralmente por meio de convênios ou acordos e não segue nenhuma determinação constitucional. É, portanto, recurso que pode ser distribuído de acordo com critérios escolhidos pelo próprio governo.

Vencida a eleição e empossada a ungida, chega a conta para os contribuintes: inflação ressuscitando, corte de verbas para investimentos, paralizações de atividades país afora, etc, etc, etc.

Mas a farra ainda não acabou. As promessas e conchavos pré-eleição ainda chegam aos borbotões na mesa presidencial. Vorazes e insaciáveis, deputados e senadores da base alugada se atiram na disputa de cargos e vagas que lhe permitirão instalar apaninguados onde mehor possam obter frutos das suas incontidas sanhas de apropriação do que é público.

E os aumentos de impostos já começaram: sobre bebidas (inclusive água mineral em garrafinhas), sobre compras no exterios, sobre combustíveis para algumas aplicações.

E a panacéia do pré-sal e do etanol, alardeada em prosa e verso pelo EX, que nos transformaria numa Arábia Saudita dos Trópicos se esvai, como areia ao vento. Estamos comprando álcool e gasolina dos Estados Unidos, que sobretaxam nossos combustíveis.

Vamos lá dona deelma. Couro no lombo dos que pagam, pois os que recebem estão adorando e vão continuar votando em vocês.

domingo, 27 de março de 2011

E Voltamos às Cavernas?



Num lare-lare digno de fóruns internacionais, o ex-presidente americano Bill Clinton voltou a apontar a emissão de gases poluentes como principal causa de futuras catástrofes ambientais no mundo. Em Manaus para o Fórum Mundial de Sustentabilidade, Clinton criticou, sobretudo, as matrizes energéticas poluentes, como o petróleo. Afirmou ainda que o Brasil deve assumir a liderança na geração de energia limpa. "O mundo precisa de vocês para enfrentar este projeto. Pensem nisso", pediu Clinton em um auditório lotado de políticos, empresários e ecologistas. Nosso caríssimo EX apoia a construção de hidrelétricas como forma de energia alternativa, mas condena a construção das usinas na Amazônia. "É preciso pensar na população indígena, nos animais, nas espécies de plantas que podem ter a cura para doenças", disse . A construção da hidrelétrica de Belo Monte foi tema tratado por todos. Cameron, sobretudo, que disse se considerar um representante das tribos indígenas, criticou a obra.

Então tá...Não podemos fazer usins térmicas por causa da emissão pesada e carnoco na atmosfera; não podemos fazer hidrelétricas por causa dos índios e das florestas; mas temos que continuar nosso desenvolvimento. Ou não?

Enormes quantidades de energia para polos industriais requerem grandes usinas. E esses grandes pacotes energéticos não se conseguem com aero-geradores, placas fotovoltáicas ou formas não convencionais como quer mr. Clinton.

O buraco é mais em baixo.Ele que volte lá na sua casinha e reduza o carbono por lá. Do nosso cuidamos nós.

A Raposa Vigiando o Galinheiro



Coisas do Brasil do PT. Está quase definido que o novo presidente do INCRA será o agrônomo Celso Lacerda será o novo presidente do Incra em substituição a Rolf Hackbart, desde setembro de 2003 no cargo (longevo né?). Seria uma "oxigenação" na administração pública, louvável e interessante se não fosse um pequeno detalhe: Lacerda é filiado ao PT do Paraná, onde já foi superintendente do Incra entre 2003 e 2008, e a indicação de seu nome teve o apoio do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) durante o processo de escolha. Além dessa boquinha regional, o cumpanhêru Lacerda era desde 2008 diretor de Obtenção de Terras e Implantação de Projetos de Assentamento do Incra. Podia ser pior. O concorrente dele era Cássio Alves Pereira; secretário da Agricultura no governo da petista Ana Júlia Carepa no Pará, um estado onde os problemas fundiários são generalizados e geram dezenas de mortes e onde repousam em berço esplêndido dezenas de mandados de reintegração de posse, que durante o (des)governo da carimbozeira serviram de almofada de assentos. De qualquer forma, é um absurdo que o MST, uma organização marginal, sem existência legal, tenha esse poder.

Segundo informa a Folha de São Paulo, os funcionários do órgão afirmaram que a chegada de Lacerda pode indicar a aceleração da reforma agrária, cujos resultados durante os oito anos de governo Lula foram criticados por movimentos sociais agrários. O novo presidente nasceu em Tupã (SP) e se formou na Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR), onde se licenciou em matemática. Antes de chegar ao Incra, passou 23 anos trabalhando com cooperativas de pequenos agricultores do Paraná, caracterizando ainda mais a promiscuidade entre fiscalizador e fiscalizados.