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sábado, 7 de abril de 2012

O Testamento de Judas

Um ritual tradicional no Brasil é a malhação do Judas. A brincadeira chegou ao país junto com a colonização portuguesa e representa o julgamento popular de Judas Iscariotes, o traídor de Jesus, aquele que o entregou ao Sinédrio, conselho supremo e representação dos judeus perante os romanos, em troca de dinheiro.
Por conta desse episódio relatado no Novo Testamento, as populações seguidoras da fé católica adotaram o ritual de na semana da Paixão de Cristo fazer simbolicamente o julgamento, a condenação e a execução de Judas, o traidor. Na tradição popular, antes da “execução” dele, é lido o "testamento" de Judas, que escrito em versos é colocado no bolso do boneco e traz sátiras às pessoas e a fatos locais.
Sem mais delongas, Vamos ao testamento do traira...

Nesta Páscoa do Senhor,
Vamos já anunciar.
Testamento do traira,
Que vamos defenestrar.
Deixando para os que vivem,
O que pode se salvar.

Pr'aquele que falta um dedo,
Deixo com muito carinho.
Pedacinho da minha mão,
Da esquerda o mindinho.

Prá atual governANTA,
Eu não posso esquecer.
Deixo a minha vassoura,
Prá faxina ela fazer.

Pro ômi lá do senado,
Sempre dono do lugar.
Deixo um rolo de fita,
Prá de múmia se enrolar.

Pro outro Ômi da Câmara,
Deixo cá e não me Avexo,
Um bocado de concreto,
Pro novo prédio do anexo.

Pro ministério da pesca,
Onde todos tem malícia.
Deixo uma lancha novinha,
Mais um caso de polícia.

Pro PT lá de São Paulo,
Deixo com muita atenção.
Uma cartilha de gay,
Prá ganhar a eleição.

Bem daqui na minha taba,
Não poderia faltar.
O Braguinha novo líder,
Que babador vai ganhar.

Pro outro Eduardo, O Campos,
Que Pernambuco governa.
Deixo a aula de capoeira,
Pr'ele saber passar perna.

Lá prá Bahia do Wagner,
Deixo um livro de cordel.
Prá que no final do ano,
Saiba enganar o Geddel.

Prá Barbie do Paraguai,
Junto com seu maridão.
Deixo meu cartão Smiles,
Prá não alugar avião.

Pro margarina meu nêgo,
Prá somar a inflação.
Deixo uma calculadora,
Que cabe até um trilhão.

Do Ômi da educação,
Não poderia esquecer
Para o dotô Mercadante,
Um diploma prá valer.

Não esqueço a Graciosa,
A quem cabe perfurar.
Deixo uma broca bem grande,
Prá no fundo ela enfiar.

Lá prá terra dos Pinhais,
Deixo a alimentação.
Um pacote de mamona,
Pro senador Requião.

Pro meu amigo Agnelo,
O trovador não se esquiva.
Deixo a grande gorjeta,
Do contratinho da ANVISA.

Pro meu amigo Dedé,
Senador que fez besteira.
Deixo aqui meu colete,
Prá nadar na cachoeira.

Para todos os vizinhos,
Da América excremento.
Deixo um monte de contrato,
Do banco lá do fomento.

Pro meu querido Padilha,
Da Saúde encarregado.
Deixo um dotô lá de Cuba,
Prá ele ficar curado.

Prá Maria do Rosário,
Lá dos direitos humanos.
Deixo um pacote de férias,
Num SPA que é cubano.

Dona Holanda da cultura,
Amarga que nem giló.
Deixo um monte de CD,
Do grande Marcelo Teló.

Naquela grande prisão,
Bem no meio do Brasil.
Deixo paga uma estação,
Pros "ministro que caiu".

Deixo prá Corte maior,
Onde só tem indicado.
Especial pro seu Toffoli,
Manual de advogado.

Pro ministro Luis Fux,
Fica o Livro Alcorão.
Prá ser firme decidindo,
Não mudar de opinião.

Muita coisa eu deixaria,
Tenho muito que doar.
Mas só são 30 dinheiros,
Para todos agradar.

Perdoem os que esqueço,
Coisa muito infantil.
São sempre muitos safados,
Que ainda tem pelo Brasil.

Todos Os Carros da GovernANTA

Carlos Alberto Sardemberg escreveu na quinta feira um artigo tendo como base os carros que servem a presidência da república, sobre o qual faço algumas inserções e comentários a seguir.
Todos conhecem o Rolls Royce Silver Wraith aí de cima, supostamente um presente da rainha Elisabeth II (a Highlander) ao presidente Getúlio Vargas; se bem que ninguém comprova a doação. Há controvérsias, como diria seu Nelson Pedreira.
Percebesse, portanto, em quem senta na cadeira de presidente uma paixão decenal por veículos importados, ao que parece por glamour ou desdém com a industria automotiva nacional. Ou será que nossas montadoras disponibilizam no Brasil apenas modelos requenguelas? Aqueles que o Collor chamou, com justa razão, de carroças. 
Itamar em sua simplicidade, clamou e reclamou pela volta do fusca. Talvez por sua mineirice humilde e pacata. Ganhou. O bezouro voltou às ruas, ainda que por pouco tempo.
Por muito tempo, as carroças serviram aos nossos governantes. Teve a época do Diplomata e do Landau (o carro, não a Helena).....
 ...Num passado mais recentemente o 9 dedos ganhou alguns Fusion blindados da FORD como mimo, permanecendo a serviço do gabinete de segurança institucional de dona deelma.

Prá não deixar a governANTA meio que somente com heranças do seu padrinho, a FORD acrescentou à frota uns SUV's tipo EDGE, também blindados.

...Os quais se juntarão aos Chevrolet Ômega disponíveis, formando uma considerável e confortável frota...

Pois bem...Diz o Sardemberg que "A presidente Dilma acredita que, com o aumento “extraordinário” de importação de carros, está em curso “uma tentativa de canibalização” do mercado brasileiro"; razão de seu recente plano de alida a algumas áreas industriais brasileiras, incuindo o setor automotivo.
Em sendo assim, suponho que ela mesma dá a resposta de como e por que ocorrem as importações. Senão vejamos...
Os Ômegas são produzidos pela General Motors na Austrália e importados pela GM brasileira. Os Ford Fusion e Edge são fabricados no México,  e também importados pela montadora.
O argumento "ecologico"de serem híbridos (movido a dois motores, um convencional, a gasolina, e outro elétrico), se esvai com o contraponto de que deveriam ser movidos a etanol, aquele combustível que inundaria o mundo, segundo o 9 dedos, transformado o Brasil na Arábia Saudita dos trópicos.
Ainda segundo Sardemberg, o Gabinete de Segurança Institucional informa que “esse carro atende, em melhores condições, os requisitos técnicos estabelecidos para garantir a segurança presidencial, e tais requisitos não são preenchidos por nenhum produto de fabricação nacional.”
AH, então tá....
Pergunta Sardemberg, com meu endosso: Por que as montadoras aqui instaladas ─ que formam a indústria nacional protegida pelas medidas do governo ─ não fabricam esses carros de maior qualidade e mais avançado conteúdo tecnológico?
O que fica patente é que elas produzem aqui os modelos populares, básicos e alguns médios. Na Argentina produzem os médios, já de maior valor agregado. Mas os carrões são fabricados em diversos outros países desenvolvidos, como Austrália e Alemanha, e mesmo emergentes, como o México, por exemplo, de onde podem ser importados para o Brasil livres de impostos, conforme o acordo firmado entre os dois países há dez anos, embora revisado recentemente.
E segue o Sardemberg...
Estariam essas montadoras canibalizando seu próprio mercado interno? Não faria lógica, não é mesmo? Elas importam os carros que não querem ou não conseguem produzir aqui com qualidade e preço internacional. Resumindo, a Ford mexicana é mais eficiente que a brasileira. Idem para a GM australiana em relação à local.
Cresceu no último ano a importação de carros chineses e coreanos de marcas sem fábricas no Brasil. Esses veículos impuseram forte concorrência em algumas faixas ocupadas pelas montadoras locais. Mas o volume dessas importações nem chega a arranhar o mercado brasileiro ─ 3,5 milhões de veículos/ano, o quarto ou quinto no mundo ─ muito menos canibalizar.
O regime automotivo anunciado nesta terça pela presidente exige que os carros aqui produzidos tenham mais conteúdo nacional, que as empresas gastem mais com engenharia e pesquisa, mas não exige que se fabriquem aqui os “carrões”. As montadoras (e o governo) sabem que, nas condições estruturais da economia brasileira, não haveria como cumprir essa regra.
A indústria local continua, pois, superprotegida. E o consumidor paga a conta. O imposto bem mais elevado cobrado sobre chineses e coreanos eleva seus preços e alivia a concorrência que faziam com básicos nacionais. As quotas sobre os importados do México reduzem a oferta e, pois, aumentam os preços.
Resultado: o carro local, que já é mais caro do que em qualquer outro lugar do mundo, tende a ficar mais caro ainda. E continuamos a importar os carrões, inclusive os coreanos, também mais caros.
Retomo; Deveria portanto o (des)governo, renovar sua frota de importados, devolvendo os mimos das montadoras, e comprando seus veículos, prá não ficar devendo favor, até porque no tal pacote de benefícios está prevista uma regra pela qual o governo, nas suas compras, deve dar preferência ao nacional mesmo quando este for até 25% mais caro que o importado. É prá fazer chuncho ou não é?
Logo, vendam os Ômegas, Fusions e afins e comprem os modelos com mais conteúdo nacional, todos movidos a etanol. Assim, as otoridades, incluindo a governANTA, circulariam em carros mais modestos e menos seguros, e a indústria nacional continuaria produzindo… as mesmas carroças de sempre, quer dizer, os tais carros sem “os requisitos técnicos estabelecidos para garantir a segurança presidencial”.
Acrescenta Sardemberg; e sem o conforto que merecem as autoridades.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Cordelando 57: Água Mole em Pedra Dura


Água mole em pedra dura,
Tem o dito popular.
Tanto bate até que fura,
Não me canso de contar.
Imagine se a água,
Tem força de cair,
Vindo de uma cachoeira,
Arrebenta o tucupi.

Pois foi vindo de Goiânia,
Do cerrado do central.
Que começou o buxixo,
Bem no nível federal.
Foi de lá que o tal Carlinhos,
Bicheiro e contraventor.
Começou o falatório,
Que derrubou promotor.

Escutando ao pé do ouvido,
Telefone e nextel.
A puliça descobriu,
Que nem tudo era de mel.
O bandido atuava,
No oeste do Brasil.
Montando lá grande esquema,
Coisa igual nunca se viu.

Envolvendo deputado,
Ministro e governador.
Por pouco não pega a dentuça,
Pelo menos não vazou.
Falando com tal de Fux,
Do supremo federal.
Pediu prá mudar o voto,
Coisa muito natural.

Nas perninhas que ele tinha,
Lá na terra do tio Sam.
Comprou um grande navio,
Coisa só de bambambam.
Já pensando no futuro,
De suas estrepolias.
Montando grande casino,
Quase da noite pro dia.

Isso são tempos recentes,
Coisa nova seu doutor.
Pois lá mesmo no passado,
Não me esqueço não senhor.
Teve ele e o Waldomiro,
Coisa que nunca se viu.
Recebendo o pacuru.
Dos Correios do Brasil.

Waldomiro era cupincha,
Do cumpanhêru Dirceu.
Chefe da casa civil,
Da casa se escafedeu.
E na Câmara Federal,
Onde foi se acoitar.
Lhe cassaram o mandato,
Expulsaram ele de lá.

Tem Perillo, Tem Maguito,
Otoni e um bocado mais.
Envolvido até o pescoço,
Com o danado do rapaz.
Stepan Nercessian,
Deputado no momento.
Também levou um troquinho,
Prá comprar apartamento.

Mas o fato é que o bicheiro,
Tem muita coisa legal.
Prá lavagem de dinheiro,
Esquentando o balatau.
Negócio de loteria,
Com a Caixa nacional.
E bilhete de buzão,
No distrito federal.

Mudando um pouquinho a prosa,
Sem da água me afastar.
Tem também as tais lanchinhas,
Que Ideli mandou comprar.
31 unidades,
Equipadinhas que só.
Nunca viram o oceano,
Renderam coisa melhor.

A propina prá campanha,
De Ideli prá ser governo.
Lá de Santa Catarina,
Não fizeram nem vortêio.
150 milhetas,
Depositaram por lá.
Prá convence eleitor,
A no berreiro votar.

ONG de lá do distrito,
Mandioca que plantou.
Fingindo que eram peixes,
Que Ideli financiou.
Parece até brincadeira,
Mas é verdade também.
Roubando dessa maneira,
Não vai sobrar prá ninguém.

O fato é que aqui no cordel,
Assunto não vai faltar.
Pois todo dia a imprensa,
Se apressa a noticiar.
Rolo, chuncho e roubalheira,
Que envergonham a nação.
Nessa corja que tá aí,
Quase tudo é ladrão.

Uma Nova Espécie de Peixe

Você tem idéia do que seja a imagem ai de cima? Trata-se de uma criação de uma nova espécie de peixes, desenvolvida cientificamente para regiões onde tenha pouca água. Alguém vai já lá na área de comentários me criticar ou me chamar de louco. Mas este silvícola mata o peixe e mostra a vara (de pesca). A espécie, chamada de Tilapius Maniocus, cuja foto disponibilizamos com exclusividade a seguir, foi criada nos laboratórios de última tecnologia do Ministério da pesca na gestão de tia Ideli Salvati, o eterno berreiro à procura de uma causa.
Em épocas de quaresma como a que vivemos hoje, quando as igrejas cristãs recomendam jejum e abstinência e todos os que professam esta fé deixam de consumir carne, fato que os aproveitadores usam para elevar inescrupulosamente o preço dos pescados, não poderia haver notícia melhor.
O notável feito científico ocorreu durante a gestão da modelo petralha quando exercia o carguinho que recebeu como prêmio depois de levar uma surra nas urnas catarinenses,  no Ministério da Pesca.
Em pleno planalto central, onde se vive um seco e quase estéril cerrado, existe uma das maiores criações de Tilapius do planeta. 
Foi lá que o centro de pesquisa em psicultura de Ideli derramou liberou, de uma pegada só, R$ 769 900 reais para uma ONG pertencente a um funcionário comissionado do parceirão Agnelo Queiroz implantar um projeto de criação dos raros peixes.
E a tranqueira tem nome e sobrenome: Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Integral da Natureza - Pró-Natureza, do cientista amador e diretor da CODEPLAN/DF Salviano Antônio Guimarães Borges.
Além do caráter científico da psicultura de resultados, o Pró-natureza também detem dados secretíssimos sobre o grande consumo de peixes na capital da república, considerado poe eles o maior do Brasil., claro sem uma tabelinha que seja prá provar.
Com espécie rara que é o Tilapius nem requer água e nenhum viveiro foi instalado, sendo depois de 11 meses oficialmente encerrado dia 04/04.
mais. Achei que tinham desistido, mas têm 15 dias que voltaram e falaram que os tanques vão ficar prontos em julho. Parece que só agora o projeto foi aprovado e eles vão receber o dinheiro", relata o agricultor Joami de Souza Ramos
O agrico-pescador Joami Ramos disse que ano recebeu a visita de uns técnicos do ministério que ofereceram as matrizes um monte de papel e sumiram. Como ele nunca criou peixes, tampouco participou de cursos ou qualquer atividade do ramo, largou lá suas mandiocas, que já conhecia bem. Assim como sua propriedade, a chácara ao lado, também incluída no rol de beneficiários do projeto, mas lá também não há sinal de tanques.
Outros moradores do núcleo rural confirmam que nunca participaram de capacitações. O único viveiro (que está seco) no local é o de um sítio que está à venda e foi construído pelo próprio morador. O agricultor ainda aguarda os peixes do projeto para começar a criação.
sabe-se que, antes mesmo de receber qualquer recurso, a ONG pagou 75 900 reais para umatal de Rover Consultoria Empresarial Ltda. elaborar um diagnóstico sobre a pesca no entorno. A nota fiscal foi emitida em nome de Gabriel Miranda Pontes Rogério, um chef de cozinha.
Sem nenhum tanque pronto ou cursos ofertados, a Pró-Natureza solicitou em 28 de outubro do ano passado ao ministro Luiz Sérgio (PT-RJ) um aditivo de 16 meses e mais 224 700 reais, para aprovação de novo cronograma que contempla cursos de capacitação e a obtenção das licenças e outorgas para a construção dos viveiros; definindo uma data de agosto para o início da criação de peixes, e de janeiro de 2013, para o término. Como se vê o Tilapius Mandiocus cresce bem rápido.
Como os crimes dessa corja são sempre bem acobertados, o sinistério das lanchas-fantasma informou que foram concluídas a realização do diagnóstico, a seleção das famílias, a obtenção das outorgas de água e o curso de tecnologia, além de parte do licenciamento ambiental e a impressão do material didático.
Chamam até pomposamente o projeto de "alcance social para o público de assentamento e agricultores familiares do Território da Cidadania das Águas".
A cheinha (segundo Sarnei), mandou dizer que o convênio com a ONG não foi firmado durante sua gestão e que a execução e a liberação dos recursos foram feitas apenas para cumprir obrigações do cargo, "uma vez que não havia qualquer suspeição e não poderia se negar a pagar o convênio, correndo o risco de responder por não cumprir os compromissos firmados na gestão anterior".
Prá quem compra lanchas de mais de R$ 1 milhão cada para  deixar apodrecendo pescar mandioca é fichinha. Mas uma coisa é certa, tem mandioca prá caramba prá enfiar em alguns orificios.
Atualizando em 07/04 - 09:00

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Uma Nova Cheia Recorde?


O que se vê aí em cima é o painel de controle e demonstração do Serviço Geológico do Brasil - CPRM para os níveis máximos históricos registrados para Rio Negro em Manaus desde se iniciou seu acompanhamento em 1902. Representa a cota da linha d´água em relação ao oceano Atlântico. Portanto, dá prá ver porque estamos na Planície Amazônica: estamos a cerca de 3.000 km do mar e somente a 20 e poucos metros de altura. Uma verdadeira mesa.
Muito mais que uma curiosidade e ponto turístico, a régua linimétrica (o nome oficial do serviço) representa o acompanhamento da evolução das águas do rio em seus ciclos semestrais de vazante e enchente, permitindo orientar os encarregados da defesa civil nas ações preventivas e de socorro às comunidades.
Um fenômeno cíclico que teve seu ápice em 2009 quando a cota atingiu 29,77 m e várias ruas, do centro da cidade inclusive, foram inundadas por semanas obrigando a prefeitura a improvisar passarelas e diques para tentar manter a normalidade do comércio e outras atividades na região.
Isso no que se refere à capital. No interior, bairros inteiros (e muitas vezes mais da metade de cidades e vilarejos) são alagados.

Pois esse ano espera-se que seja superada esta marca. A continuar no ritmo aual de elevação, a subida do rio Negro este ano pode superar em quase 90 centímetros a cheia de 2011, quando as águas alcançaram a marca de 28,62 metros e a de 2009 que chegou a 29,77 metros (foto acima), atingindo 29.96 metros.Embora ainda não se possa precisar com certeza se teremos a maior cheia de todos os tempos, é bem possível que isso ocorra.
No interior do Estado, já se tem mais de 27 mil famílias afetadas e os orgãos de defesa civil estadual e federal já de desdobra no auxílio para todas essas pessoas.
De acordo com estes orgãos, até hoje 18 municípios estão oficialmente em alerta no interior do Amazonas e apesar dos decretos municipais, não cabe a prefeitura fazer anúncio de calamidade ou emergência. Dos 18 municípios que já decretaram estado de emergência, nove ficam na região do Alto Solimões, onde se localizam as áreas mais afetadas do Estado.
Vamos acompanhar e registrar aqui esse fenômeno que, apesar de belo e imponente, é devastador para nossos irmãos ribeirinhos.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Programa de Incentivos: Há Que Se Avaliar Custo X Benefícios

Com informações da Folha de São Paulo
Vamos por partes como diria Jack, o Extripador.
O pacote de bondades e estímulos a algumas áreas do setor produtivo anunciado ontem pelo (des)governo, sob pressão pela perda de mercado e, consequentemente, de geração de emprego e renda (principalmente esta  última para os grandes financiadores de campanha) custará a bagatela de R$ 60 bilhões em recursos, com impactos na arrecadação já deste ano.
Este valor contempla R$ 3,1 bilhões em desonerações de folhas de pagamentos para algumas áreas em 2012. O porta-voz do anúncio disse que o impacto líquido será menor já que o governo também irá receber recursos por conta da tributação da Cofins na importação.
O mais assustador é a declaração do secretário executivo do ministério da fazenda que disse ser a medida estrutural, já que "veio para ficar e estimula bastante a competitividade da indústria e é uma medida bem eficaz e outros setores que quiserem podem ser beneficiados".
Nelson Barbosa informou também que as compras governamentais preferenciais  (HEIN??? Isso quer dizer que pode-se comprar itens nacionais mesmo que sejam mais caros. Já viu no que vai dar né?) deverão somar R$ 3,9 bilhões neste ano, a expansão do crédito para exportação somará mais R$ 1,9 bilhão e haverá outros R$ 6,5 bilhões em equalização da taxa de juros nos empréstimos do BNDES.
Haverá também um aporte do tesouro para o BNDES no valor de R$ 45 bilhões, numa nova operação de capitalização do banco para ampliar a concessão de crédito para o setor produtivo com taxas de juros mais baixas. Ou seja: caridade com os financiadores mais uma vez.
Resumindo:
DESONERAÇÃO E TRIBUTOS
O governo anunciou que vai desonerar a folha de pagamento de 15 setores, chegando a uma renúncia de R$ 7,2 bilhões por ano, pela eliminação da contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha de pagamento; a ser substituída por taxas que vão de 1% a 2,5% sobre o faturamento da empresa. Aqui algum fumo poderá se materializar mais a frente; vamos aguardar.
CÂMBIO
O (des)governo diz que irá empreender ações para conter a desvalorização do dólar, fato que diminui a competitividade da indústria brasileira.
O plano é continuar comprando dólares e utilizando o IOF para barrar a entrada desordenada de dólares no Brasil. Aquele lance de tsunami cambial que deelma falou. Poderá haver também redução da taxa de juros básica, reduzindo a diferença entre as taxas cobradas fora do país e em nosso sistema financeiro, de novo, grandes financiadores.
EXPORTAÇÃO
Vão reduzir o percentual de exportação das empresas que serão beneficiadas com isenção de IPI, PIS e COFINS na aquisição de insumos. Será considerada "preponderantemente exportadora" (um termo poético) quando exportar 50% da sua produção. Era de 60% para setores como veículos e têxtil e 70% para outros setores. Vão aumentar também os benefícios do Programa de Financiamento Para a Exportação - PROEX de R$ 1,4 para R$ 3,1 bilhões, com 15 anos para pagar o financiamento, a juros mais baixos. O prazo atual é de 10 anos.
DEFESA COMERCIAL
Pretendem reduzir o custo do financiamento do comércio exterior, com mais financiamento e reduzindo custos e aumentando o programa "Um computador por aluno".
INCENTIVO AO INVESTIMENTO
Com a redução "significativa do custo" de financiamentos para máquinas e equipamentos, além de ampliar prazos e aumentar a participação do banco nos projetos, bem como no incremento da linha para capital de giro de grandes empresas (leia-se doadores) até o limite de R$ 50 milhões, com juros reduzidos para até 9% ao ano. Antes, a linha era exclusiva à micro e pequenas empresas.
O BNDES estendeu ainda o PSI (Programa de Sustentação do Investimento), que financia máquinas e equipamentos, até dezembro de 2013. As taxas foram reduzidas de de 8,7% ao ano para 7,3%, no caso de grandes empresas, e de 6,5% para 5,5%, para micro, pequenas e médias empresas.
Para estimular a indústria automobilística, as taxas para compra de ônibus e caminhões também caíram --de 10% para 7,7%. O prazo máximo de pagamento subiu de 96 meses para 120 meses. O BNDES financiará de 90% (grandes empresas) até 100% do valor do bem (pequenas e médias).
Fala-se também que haverá ainda o estímulo a obras de infraestrutura portuária e ferroviária.

Como se vê, são medidas ousadas e corajosas. Resta saber primeiro se serão de verdade ou apenas discurso pré-campanha em São Paulo.
Num segundo momento, cabe aos ispicialistas acompanharem prá ver o que colocamos no título do post: o balanço custo X benefício dessa coisa toda.
Será efetivamente reduzido o gap entre o custo Brasil e as importações, com geração de novos empregos, ou pelo menos manutenção dos atuais?
Serão contidas as importações de bens em larga escala ou nossos empresários farão uso da verba para aumentar seus negócios na China?
Os empresários investirão na modernização de suas produções para reduzir Ad Eternum seus custos ou usarão os incentivos para aplicarem no mercado financeiro?
Esse é um programa de governo ou uma antecipação de verbas de nossos impostos para as doações maciças na campanha deste ano?
Vamos acompanhar. Torcer eu vou, mas vou ficar de olho.

terça-feira, 3 de abril de 2012

De Novo a Estória dos Diplomas Médicos

Pressão. Formados em Cuba protestaram em Brasília - Divulgação
Eu já escrevi sobre médicos formados fora do Brasil várias vezes. Coloquem aí em baixo no pesquisar no blog e verão pelo menos 5 artigos sobre o tema.
Mas como essa laia não descansa de fazer Josta, lá vou eu abordar mais uma vez o assunto.
Depois de muita briga com o CFM e CRM´s, mais uma vez o (des)governo quer afrouxar as regras para que médicos formados no exterior trabalhem no Brasil, como se aqqui formado fossem. Desta vez o ataque é mais frontal: querem flexibilizar a exigência ou até dispensar estrangeiros e brasileiros graduados em faculdades como as da Bolívia e Cuba, por exemplo, de fazer os exames para revalidação dos tais diplomas, que eu reputo como a fronteira final para a enxurrada de profissionais de baixa qualidade no mercado brasileiro.
O novo avanço tomou forma pois deelma quer um programa emergencial para ampliar rapidamente a oferta serviços de saúde e vai faltar profissioanais competenes. Num lampejo de genialidade, querem agir de duas formas: ampliar a c* de calango cursos de medicina no Brasil e, enquanto a nova leva de açougueiros feitos a toque de caixa não se forma, incentivar o ingresso de profissionais que cursaram faculdades estrangeiras.
Segundo dados oficiais do CFM, existem 291,3 mil médicos no Brasil ou 1,6 para cada mil habitantes. Nos Estados Unidos, a relação é de 2,5 por mil e no Uruguai, 3,3 por mil. Portanto, é fato que o país precisa de mais médicos, mas não a qualquer custo, seja pelo zelo na criação de novos cursos seja para o reconhecimento de formados no exterior. É preciso que novas vagas para Medicina sejam criadas em locais com estrutura, com hospitais de apoio e professores de qualidade.
A curriola está fazendo um levantamento das alternativas para facilitar o visto de trabalho de médicos formados no exterior gerando aquelas famosas arrumações para o exame de validação do diploma, como por exemplo, a criação de uma espécie de estágio para graduados em uma lista de faculdades, ainda em elaboração. Você tem alguma dúvida que que qualidade serão estas faculdades?
Durante dois anos e devidamente remunerado pelo governo, o dotô cursaria estes dois anos e trabalharia aonde? Claro que no SUS e no Saúde da Família. No fim da preparação, o dotô terá o direito de seguir trabalhando no País, sem fazer a prova para validar o diploma. Quantos morrerão ou padecerão além do devido por erros e cagadas destes mérdicos?
Acrescento o fato de que a carência de profissionais é acentuada em regiões como o Norte e o nordeste, bem longe da fiscalização mais efetiva e mais sujeita a atos falhos e ajeitamentos.
O presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto D’Ávila, contesta as estatísticas oficiais. "Estudos mostram que no País não há falta de profissionais, mas uma distribuição desigual. Para ele, o problema não se revolve com a abertura de escolas ou regras mais flexíveis. "Imagine as consequências de deixar uma pessoa sem boa formação. Vamos ofertar um profissional mal preparado só porque a população vive em áreas afastadas? Por que depende do SUS?"
O fato é que "a luta continua". Vamos ficar atentos e mobilizados pois eles não estão nem aí para nossos irmãos que vão padecer e morer na mão destes carniceiros que virão por aí.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Grana....Muita Grana.

Conforme anunciado por dona deelma em sua viagem sócio-turística à India na semana passada, será anunciado amanhã um pacotaço de novas linhas de financiamento aos setores industriais que se dizem prejudicados com a valorização do Real, de modo a manter a competitividade da industria nacional.
As ações serã materializadas através do BNDES em linhas de financiamento para investimento e capital de giro para um seleto grupo de setores da indústria com reduzidas taxas de juros e prazos maiores para pagamento. Estima-se que o montante chegue a R$ 230 bilhões.
Os fundos de desenvolvimento regionais (linhas tipo SUDENE, SUDAM, PIM, etc) também passarão por mudanças com o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal passando a atuar neste mercado, com riscos e bônus das aplicações transferidos do Tesouro para os bancos.
Espera-se que asim os setores incluídos no programa resistam à concorrência dos produtos importados, já que são grandes geradores de emprego.
As novas condições de financiamento vão valer, a princípio, até dezembro de 2013 e visam principalmente financiar a aquisição de máquinas e equipamentos, para micro, pequenas e médias empresas com juros de 5,5% e 8,7% aa para grandes empresas. Para os exportadores, as taxas de juros serão de 9% aa para as grandes empresas e de 7% aa para as demais.
Sem dúvida é uma louvável iniciativa. Cabe porém se acompanhar a efetiva materialização do programa pois pode virar uma larga distribuição de rana sem a efetiva conversão em emprego e renda. além de criar um ponto de evasão de recursos por "taxas de sucesso"  de alguns programas. A ver...

Eu Nunca Desisti de Meus Pequenos Negócios

Leio que a construtora Delta, IMENSA; decidiu deixar o Consórcio Maracanã 2014, responsável pela mais importante reforma ou construção que se faz para a Copa do Mundo, a do estádio do Maracanã, onde será o palco da final, se houver, da copa no Brasil.
Como que ninguém soubesse, a tal empresa é investigada pela PF e meio mundo mais, pelo aproximado contato com o mega-contraventor Cachoeira, apontado como o chefe de uma quadrilha de jogo ilegal em Goiás e responsável pela montagem de uma rede de corrupção que envolveria governantes, parlamentares e empresários.
O que a empresa alegou foi falta de condições financeiras para continuar integrando o consórcio. conforme entrevista do presidente da Delta, Fernando Cavendish, que com toda serrergonhice que cabe ás integrantes da corja, previu que a Delta vai "quebrar" em razão das denúncias que envolvem a empresa com Cachoeira. "Vou quebrar. Quando a mídia vem com essa intensidade, existe uma reação imediata de órgãos de controle", afirmou na entrevista.
Sabe-se, como sempre, que a assessoria de imprensa do Consórcio Maracanã 2014 informou que está garantida a conclusão das obras do estádio dentro do prazo previsto.
O secretário da Casa Civil, Régis Fitchner, apresentou, nesta sexta os primeiros resultados da auditoria que começou a ser feita nos contratos das empresas com o governo do estado, na quinta-feira (19), entre elas a Delta Construção.
No primeiro mandato de Sérgio Cabral, a construtora recebeu mais de R$ 1 bilhão. Mas o governo argumenta que os gastos foram equivalentes aos da gestão anterior.
“Justamente para verificar se houve algum tipo de benefício maior para empresa Delta no nosso governo, nós checamos qual é o valor, qual é o percentual da Delta no governo anterior, de contratos que ela tem em relação ao total de investimentos no estado. E qual o percentual que ela tem no nosso governo. Nós chegamos à conclusão que é praticamente igual”, disse o secretário.
“Tendo em vista a relação de amizade (eu diria promiscuidade) que o governador tem com essa empresa, nós queremos demonstrar que, primeiro, que aqui no nosso estado não se mistura relações pessoas com questões administrativas. Nós queremos verificar e constatar em cada caso que as licitações foram feitas pela secretarias pelo critério de menor preço. Ganhou quem apresentou o menor preço”, disse o secretário.
A comissão que vai analisar os contratos da Delta com o governo do Estado é formada por representantes do alto escalão do governo. A comissão, criada no dia 27 do mês passado, não tem prazo para apresentar resultados.
Os contratos firmados pelo estado com a Delta desde 2000 somam mais de R$ 2 bilhões. Os valores empenhados em favor da empresa vêm crescendo. Entre 2000 e 2002, durante os governos de Garotinho e Benedita da Silva, os contratos somavam R$145 milhões. Durante o governo Rosinha Garotinho, foram R$ 396 milhões. Já no primeiro ano do governo Sérgio Cabral, o valor total aumentou para R$ 990 milhões. E até agora, nos primeiros 15 meses do segundo mandato de Cabral, foram contratados mais R$ 496 milhões com a Delta.
Meio fio está aí prá isso. Sentar e chorar.

domingo, 1 de abril de 2012

Que Bom...Terrorismo Seletivo.

Bom...Tem uma comisão de juristas "notáveis" que está preparando mudanças no arcaico Código Penal Brasileiro, uma coisa da época em que os animais falavam.

Louvável iniciativa e que recoloca o tema numa discussão que há muito se arrastava.

Mas parece que o controle da corja vermelha vai se imiscuir na classificação e penalização de crimes no Brasil. Um dos temas em análise e tipificação é o crime de terrorismo, largamente difundido mundo afora e não previsto na legislação vigente.

O "novo" delito foi definido como o ato de causar terror na população por meio de sequestro, cárcere privado, uso de explosivos, material tóxico químico ou biológico, depredação, implosão, sabotagem, invasão e saques.
Também se considerou terrorismo a sabotagem de veículos de transporte, aparatos de telecomunicação e instalações públicas de todo o tipo. A diferença é que, nesses casos, para a caracterização como crime, será preciso que esses atos sejam praticados para fins específicos, como o financiamento de grupos armados insurgentes.
Como no Brasil se pensa a favor do crimonoso e não de suas vítimas (vide bolsa-cadeia maior que o salário mínimo), a pena prevista é branda, claro: apenas de oito a 15 anos de prisão.

Çuas inçelenças jurisdicionais também cuidaram de poupar grupos do tipo MST, que fazem suas "lutas" usando métodos iguaizinhos aos narrados acima, e portanto práticas terroristas, ao decidirem que entidades do movimento social estão livres de serem enquadradas neste crime desde que objetivos e meios sejam compatíveis e adequados a sua finalidade.
A continuar nesse ritmo, a proposta da nova lei levará à revogação da Lei de Segurança Nacional, que trata de temas semelhantes, mas é considerada obsoleta pelos juristas.
A tal comissão de especialistas foi criada por decisão do Senado, e deve entregar nas próximas semanas o resultado de seu trabalho. Depois, o texto seguirá o trâmite normal dentro do Congresso, onde deve sofrer alterações.
Inclui-se entre os pontos da lei que podem sofrer modificações, a legislação sobre o aborto e a ortotanásia (interrupção dos cuidados médicos a um paciente com chances nulas de recuperação).

Muito bem. Temos luta pela frente. Olho vivo e vamos em frente.