Carlos Alberto Sardemberg escreveu na quinta feira um artigo tendo como base os carros que servem a presidência da república, sobre o qual faço algumas inserções e comentários a seguir.
Todos conhecem o Rolls Royce Silver Wraith aí de cima, supostamente um presente da rainha Elisabeth II (a Highlander) ao presidente Getúlio Vargas; se bem que ninguém comprova a doação. Há controvérsias, como diria seu Nelson Pedreira.
Percebesse, portanto, em quem senta na cadeira de presidente uma paixão decenal por veículos importados, ao que parece por glamour ou desdém com a industria automotiva nacional. Ou será que nossas montadoras disponibilizam no Brasil apenas modelos requenguelas? Aqueles que o Collor chamou, com justa razão, de carroças.
Itamar em sua simplicidade, clamou e reclamou pela volta do fusca. Talvez por sua mineirice humilde e pacata. Ganhou. O bezouro voltou às ruas, ainda que por pouco tempo.
Por muito tempo, as carroças serviram aos nossos governantes. Teve a época do Diplomata e do Landau (o carro, não a Helena).....
...Num passado mais recentemente o 9 dedos ganhou alguns Fusion blindados da FORD como mimo, permanecendo a serviço do gabinete de segurança institucional de dona deelma.
Prá não deixar a governANTA meio que somente com heranças do seu padrinho, a FORD acrescentou à frota uns SUV's tipo EDGE, também blindados.
...Os quais se juntarão aos Chevrolet Ômega disponíveis, formando uma considerável e confortável frota...
Pois bem...Diz o Sardemberg que "A presidente Dilma acredita que, com o aumento “extraordinário” de importação de carros, está em curso “uma tentativa de canibalização” do mercado brasileiro"; razão de seu recente plano de alida a algumas áreas industriais brasileiras, incuindo o setor automotivo.
Em sendo assim, suponho que ela mesma dá a resposta de como e por que ocorrem as importações. Senão vejamos...
Os Ômegas são produzidos pela General Motors na Austrália e importados pela GM brasileira. Os Ford Fusion e Edge são fabricados no México, e também importados pela montadora.
O argumento "ecologico"de serem híbridos (movido a dois motores, um convencional, a gasolina, e outro elétrico), se esvai com o contraponto de que deveriam ser movidos a etanol, aquele combustível que inundaria o mundo, segundo o 9 dedos, transformado o Brasil na Arábia Saudita dos trópicos.
Ainda segundo Sardemberg, o Gabinete de Segurança Institucional informa que “esse carro atende, em melhores condições, os requisitos técnicos estabelecidos para garantir a segurança presidencial, e tais requisitos não são preenchidos por nenhum produto de fabricação nacional.”
AH, então tá....
Pergunta Sardemberg, com meu endosso: Por que as montadoras aqui instaladas ─ que formam a indústria nacional protegida pelas medidas do governo ─ não fabricam esses carros de maior qualidade e mais avançado conteúdo tecnológico?
Pergunta Sardemberg, com meu endosso: Por que as montadoras aqui instaladas ─ que formam a indústria nacional protegida pelas medidas do governo ─ não fabricam esses carros de maior qualidade e mais avançado conteúdo tecnológico?
O que fica patente é que elas produzem aqui os modelos populares, básicos e alguns médios. Na Argentina produzem os médios, já de maior valor agregado. Mas os carrões são fabricados em diversos outros países desenvolvidos, como Austrália e Alemanha, e mesmo emergentes, como o México, por exemplo, de onde podem ser importados para o Brasil livres de impostos, conforme o acordo firmado entre os dois países há dez anos, embora revisado recentemente.
E segue o Sardemberg...
Estariam essas montadoras canibalizando seu próprio mercado interno? Não faria lógica, não é mesmo? Elas importam os carros que não querem ou não conseguem produzir aqui com qualidade e preço internacional. Resumindo, a Ford mexicana é mais eficiente que a brasileira. Idem para a GM australiana em relação à local.
Cresceu no último ano a importação de carros chineses e coreanos de marcas sem fábricas no Brasil. Esses veículos impuseram forte concorrência em algumas faixas ocupadas pelas montadoras locais. Mas o volume dessas importações nem chega a arranhar o mercado brasileiro ─ 3,5 milhões de veículos/ano, o quarto ou quinto no mundo ─ muito menos canibalizar.
O regime automotivo anunciado nesta terça pela presidente exige que os carros aqui produzidos tenham mais conteúdo nacional, que as empresas gastem mais com engenharia e pesquisa, mas não exige que se fabriquem aqui os “carrões”. As montadoras (e o governo) sabem que, nas condições estruturais da economia brasileira, não haveria como cumprir essa regra.
A indústria local continua, pois, superprotegida. E o consumidor paga a conta. O imposto bem mais elevado cobrado sobre chineses e coreanos eleva seus preços e alivia a concorrência que faziam com básicos nacionais. As quotas sobre os importados do México reduzem a oferta e, pois, aumentam os preços.
Resultado: o carro local, que já é mais caro do que em qualquer outro lugar do mundo, tende a ficar mais caro ainda. E continuamos a importar os carrões, inclusive os coreanos, também mais caros.
Retomo; Deveria portanto o (des)governo, renovar sua frota de importados, devolvendo os mimos das montadoras, e comprando seus veículos, prá não ficar devendo favor, até porque no tal pacote de benefícios está prevista uma regra pela qual o governo, nas suas compras, deve dar preferência ao nacional mesmo quando este for até 25% mais caro que o importado. É prá fazer chuncho ou não é?
Logo, vendam os Ômegas, Fusions e afins e comprem os modelos com mais conteúdo nacional, todos movidos a etanol. Assim, as otoridades, incluindo a governANTA, circulariam em carros mais modestos e menos seguros, e a indústria nacional continuaria produzindo… as mesmas carroças de sempre, quer dizer, os tais carros sem “os requisitos técnicos estabelecidos para garantir a segurança presidencial”.
Acrescenta Sardemberg; e sem o conforto que merecem as autoridades.
2 comentários:
Me permita um comentário:
Uma tonelada de aço: R$165,00.
Peso de um carro mil: + - uma tonelada.
Preço de um carro mil:+ - R32.000,00.
Vender cocaína? É melhor fabricar carro no Brasil.
Não vou nem explicar o resto. Preço de produção, etc.
O que temos aqui, no Brasil, é uma safadeza de todos envolvidos, até os importadores.
Vassouras em baixa...
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