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sábado, 31 de outubro de 2015

Algumas Contas dos Tubarões


Se alguma vez na vida, você precisou sacar mais de R$ 10.000,00 na boca do caixa para pagar, por exemplo, uma folha de salários ou os pedreiros e auxiliares que trabalham nos reparos e modificações em obras na sua casa, já sabe como é complicado.
Tem que avisar dois dias antes, correr o risco de ser vítima da famosa "saidinha de banco", assinar uma declaração de finalidade do saque e mais uma porrada de burocracias.
Aí eu sempre pergunto: como essa corja movimenta milhões e milhões, em contas e em espécie e NINGUÉM vê nada?
Pois é... Começou a aparecer alguma coisa.
A revista Época mostra esta semana que os analistas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, entregaram a seus superiores um Relatório de Inteligência Financeira de 32 páginas em que demonstram muitas transações bancárias, com fortes "indícios de irregularidades", envolvendo, entre outros, quatro dos mais badalados tubarões petralhas, que já estão sob os holofotes de investigações da PF, do Ministério Público e até mesmo do sempre silente Congresso: Antônio Palocci, Erenice Guerra, Fernando Pimentel e o próprio 9 dedos.
Para ser mais completo, devo destacar que a reportagem cita a análise de contas bancárias e as aplicações financeiras de 103 pessoas e 188 empresas ligadas ao quarteto petralha. As operações somam incríveis meio bilhão de reais, e envolvem transações financeiras incompatíveis com o patrimônio e saques em espécie de enorme monta, contemplando a inexistência de informações do motivo das operações e a incapacidade de comprovar a origem legal dos recursos.
Ao COAF não cabe fazer juízo sobre as operações. Somente relata movimentações financeiras suspeitas de acordo com a lei e regras do mercado, como saques de dinheiro vivo na boca do caixa ou depósitos de larga monta que não tenham explicação aparente, a partir das informações obrigatórias emitidas diretamente por bancos e corretoras, que alertam "operações atípicas" envolvendo seus clientes. 
Assim, de posse das informações, é obrigação do COAF avisar as autoridades sobre as operações suspeitas de crimes, não lhe cabendo estipular se determinada transação é ilegal ou não, exatamente como fez no caso do quarteto fantástico. Cabe agora à PF, ao MP e ao Congresso trabalhar detidamente sobre as informações reveladas; e a nós ficarmos de olho nas consequências.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Cordelando 134: No Meu Filhote, Ninguém Toca


Só vendo pra acreditar,
Nunca pensei poder ver.
Bem pertinho do 9 dedos,
A PF fez valer.
Um ordem de buscar,
Qualquer papel que quiser.
Na intenção de mostrar,
Que boa coisa não é.

Uma empresa que trabalha,
Com coisa ligada a esporte.
Como pode consultar,
Sobre Coisa de Zelote.
Manobrando para sair,
Ordem vindo do poder.
Conseguindo com papai,
Emissão de MP.

2 milhõezinhos pra cá,
2 milhõezinhos pra lá.
Bastava só conseguir,
A isenção aplicar.
Mamãe ficou bem brabinha,
Quando a PF chegou.
Que diabo de puliça,
Que meu filho perturbou.

9 dedos arretou-se,
Fez muxoxo e finca-pé.
Pôs a culpa em meio mundo,
Se achando o garnisé.
Na sua cabeça insana,
Se acha superior.
A todo outro mortal,
Que nesse mundo pisou.

Se esquivando de depor,
Lulinha se escafedeu.
Mas a dona do mandado,
Nunca que esmoreceu.
Esperou de madrugada,
Na porta do AP cedido.
Pra cantar o parabéns,
Do niver do pai querido.

 Fato é que vai cantar,
Na frente do delegado.
Explicar a falcatrua,
Que rolou pra todo lado.
Saporra já acabou,
Não se faz mais o que quer.
Agora vai prestar conta,
Do dinheiro que roubou.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Leilão das Hidrelétricas: Prepare-se Para Pagar


Lá em 2013, na preparação para as mentiras eleitorais de 2014, a dentuça veio em rede nacional dizer que "estava determinando a redução de 20% nas contas de energia elétrica". Claro que era um engodo, como tudo mais que havia em seu governo.
Conforme escrevi aqui na Tribo várias vezes, as concessionárias que "toparam o acordo" foram agraciadas com a renovação de seus contratos de concessão, sem licitação, o que poderia permitir quedas nas tarifas, por novas análises comerciais, porém, com remuneração adequada para as empresas, sem penalizar os consumidores, pois seriam graduais e espalhados no tempo.
Passada a eleição, o couro comeu. Reajustaram tudo de uma vez só, inventaram a poha das bandeiras tarifárias, implementaram os reajustes cíclicos e a porrada cantou nos bolsos de todos nós.
Mas ainda falta o golpe de misericórdia.
Na hora da bondade, nem todas as empresas toparam aderir à balela, num total de 29 usinas. Mais especificamente, as empresas dos estados governados pelo PSDB, técnica ou politicamente, não interessa; não aceitaram travar suas tarifas e não tiveram suas concessões renovadas. 
Eu também tomaria esta decisão. "Minhas" usinas já estavam com seus investimentos pagos e eu poderia entrar nos leilões em condições de oferecer valores de tarifa mais baixos que os concorrentes e ainda ganhar muito dinheiro. Ou seja, a ação seria ganha x ganha entre a empresa e o cliente.
Só que a vingança veio a cavalo.  E pra variar, de forma sórdida e camuflada.
Numa atitude vergonhosa, e totalmente contra o consumidor, o poder concedente, leia-se o governo, determinou uma tarifa de referência de R$ R$ 137,00 por MWh, como forma de garantir o faturamento previsto no ajuste fiscal de R$ 17 bilhões, com faturamento de 65% ainda em 2015.
Só que as tarifas praticadas atualmente pelas concessionárias estão da ordem de R$ 36,00 por MWh e não se afastaria muito deste valor, se os leilões fossem realizados nas bases históricas que se vinha aplicando até então. Isso representa 252% a mais, a serem pagos pelos consumidores.
Conforme já escrevi aqui, inclusive rebatendo o otimismo manifesto do ministro das minas e energia, sabendo que existira enorme dificuldade de se conseguir crédito e aprovar leis que viabilizam a operação, o leilão ia gorar. De cara, foi adiado do dia 6 para o dia 25 próximo, mas nem os chineses se animaram a por a mão no bolso sem o auxílio luxuoso dos bancos federais, quebrados igual arroz de terceira. O aumento é de 252 por cento.
Fica então o registro de que teremos mais um saque nos bolsos, pois a venda da energia desses empreendimentos, por valores mais baixos, um dos pilares do programa anunciado pela soberana para reduzir a conta de luz, foi pro saco. Mais um estelionato eleitoral que se configura. É só anexar no processo do TSE.

Repatriando Recursos: Uma Bandalheira Só


No afã de aumentar a arrecadação, o gunverno encaminhou ao congresso um projeto de lei que trata do reconhecimento de dinheiro de brasileiros "guardado" fora do país e legalizar sua reentrada no ciclo econômico produtivo da nação.
Até aí tudo bem. Existe dinheiro de brasileiros fora do país cujos donos se recusaram a serem extorquidos pelos exagerados impostos aqui vigentes. São verbas de recebimentos de vendas de produtos e prestação de serviços no exterior, pagamentos de propriedades vendidas e outras formas legais de geração de renda. Trazê-las de volta faria o seu papel social, com uma tributação adequada e justa, ao menos na visão de nossa Receita Federal.
Mas também, e em sua grande maioria, eu diria, bem próximo da totalidade; verbas oriundas de tráfico de drogas e outros ilícitos, roubos e desvios, propinas, desvios de erário, fraudes fiscais e mais um enorme rol de "malfeitos".
As operações da Polícia Federal, em curso ou passadas, demonstram claramente o volume da patifaria feita por nossos compatriotas nos paraísos fiscais. Então, como aceitar que se fecho os olhos para um item fundamental a constar no tal projeto: Comprovação da origem dos recursos.
Mas isso não consta na versão original e muito menos nas alterações feitas na Câmara Federal. A ideia é "deixar correr frouxo". Tem? Quer trazer? Paga 35% de imposto, tchau e benção. Igual àquele ditado pregado pelas profissionais do sexo: lavou, enxugou, está novo.
Só pra constar, há inúmeros implicados, denunciados e condenados nas recentes operações Lava a jato e Zelotes de olho no andamento dos debates para trazer suas babitas de volta à terra de Caramuru.
Ontem, o governo foi derrotado já na discussão sobre a retirada ou não de pauta do projeto de repatriação de dinheiro não declarado. Foram 193 votos para a oposição, enquanto a situação teve apenas 175. O problema é que essa tentativa de golpe pode voltar amanhã.
Não podemos deixar que isso aconteça. Mande um e-mail para seu deputado e senador demonstrando sua revolta com tamanha violência contra as pessoas de bem.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Pedalando Pelos Pobres... SQN

Quando se pensa em bicicleta, pode-se pensar naquela Sundown, Monark (sei lá se ainda existe), Caloi e outras menos cotadas. Coisa entre R$ 400,00 e R$ 700,00. 
É o caso da soberana atual, que usa uma Specialized americana, que custa uns R$ 3.000,00.
Assim como nas pedaladas ciclísticas, a dentuça também diferencia as pedaladas fiscais.
Depois de negar até a morte que tenha feito o diabo pra ganhar as eleições e torrar sem traumas bilhões e bilhões para isso, a ponto de dar um "golpe constitucional" com o auxílio precioso de Renan e Jucá, criando até o "Superavit Negativo", madame seguiu com a putaria em 2015.

Quando viu que as provas eram incontestáveis, correu meio mundo a justificar o abuso de poder, descumprimento da legislação e cometimento de crime de responsabilidades; incluindo o 9 dedos; com o argumento que o que se fez foi pela causa social: manutenção da Bolsa Família, Fies, Prouni, MCMV, etc.

Só Que Não... Mais mentiras, como de praxe fazem.
Bastou uma rápida olhada mais cuidadosa para se ver que na realidade foi usada uma enorme quantidade de recursos públicos, de forma lícita ou não, para financiar grandes empresas por meio de juros subsidiados do BNDES, coisa de 35% dos valores totais. Aplicou-se basicamente em financiamentos a empresas e produtores rurais de médio e grande porte, contrariando a versão do Barba e da regovernANTA de que as pedaladas tiveram por objetivo pagar programas sociais.
Até o glorioso Jaquisvagui deu as caras para tentar abafar o caso. Segundo ele, o financiamento a grandes empresas com juros subsidiados possibilitou investimentos e geração de empregos em regiões pobres. “Fui governador da Bahia e sou testemunha de que sobreviveriam muitas empresas em meu Estado se o BNDES não bancasse esses investimentos com juros compatíveis com o mercado internacional”, afirmou. 
Segundo Jaquis, quem acusa o governo de “pedalada” com o BNDES “não enxerga o objetivo final” da política. “Cada empresa dessa para a qual foi oferecido uma taxa de juros compatível com os investimentos necessários, gerou riqueza e emprego. Todo mundo faz isso”, disse.
Fato é que a canalhice e a cara de pau não têm limites.