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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Congresso de Madame


Megalomania nas Selvas

A copa do mundo de futebol em 2014 e as olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016 vêm despertando os sentimentos mais ufanistas, megalomaníacos e de desejos insanos de assalto aos cofres públicos pelo Brasil afora.
Brasileiro sempre teve a mania de ser e ter o que há de maior no mundo, talvez iniciada pela grandeza de nossa terra e do muito que há nela.
A maior floresta do mundo, o maior rio do mundo, o maior estádio de futebol do mundo, as praias mais belas do mundo; essas coisas mexem com o inconsciente de muitos e, o pior, agitam o consciente e o bem pensado de vários.
Trens-bala e arenas monumentais pipocam país afora, estas últimas a serem construídas muitas vezes para um único jogo.
Na terra em que a grandeza da natureza incentiva tais sentimentos, a coisa não podia ser diferente.
Comentemos sobre um dos maiores absurdos em gestação no Brasil: o projeto do monotrilho de Manaus.
Com tanta opção de transporte de massa mais baratos e de excelente desempenho, não é que a cabocada manauara está querendo implantar um monotrilho?
Putsgrila, tem VLT, BRT e mais uma pancada de opções; mas não; tinha que ser monotrilho.
E tem licitação na praça. Graças a Deus está atrasada há mais de sete meses e não tem previsão para ser retomada. Dá tempo de trabalhar contra esse absurdo.
A obra está orçada na bagatela de R$ 1,3 bilhões, mas já existem observadores especializados que colocam esse valor na casa de R$ 2,5 bilhões.
Tanto o MPF quanto o MPE apontam inúmeras irregularidades e conseguiram parar o processo por cinco vezes. Além disso, a CGU apontou deficiências no projeto básico em relação ao custo da obra maior que o previsto, como o valor da tarifa a ser cobrada. O preço médio da tarifa nas outras cidades do mundo é de R$ 7, enquanto a estimada pelo governo estadual é de R$ 2,50.
O tal projeto básico não possui o detalhamento adequado do projeto arquitetônico das estações, dados de fundações, estrutura, instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias, lógica, sinalização e climatização. Uma "coisinha" também fundamental como o pátio de estacionamento e manutenção, possui somente um esquema geral de localização.
Ou seja, se tem uma visão belíssima em autoCad.
Sem contar que contempla uma parte quase insignificante da cidade, conforme se vê na planta a seguir.
Tem-se ainda a concorrência do monotrilho e do sistema BRT em alguns trechos do trajeto, já que conforme as propostas de traçado apresentadas, o usuário poderá escolher entre um e outro sistema, destacando que a tarifa do monotrilho tende a ser maior que a do BRT.
Trata-se, portanto, de uma operação de risco elevadíssimo, com a necessidade de se obter recursos adicionais comprometendo a conclusão do empreendimento.
Outros pontos destacados pela análise da CGU foram a ausência de casos de sucesso, no mundo, quanto à implantação e operação do monotrilho como transporte de massa já que o sistema costuma ser utilizado em parques de diversão, centros de lazer e turismo, como na Disneylândia.
O projeto, apresentado na audiência pública, na UEA, elaborado pela empresa de consultoria Pricewaterhouse tem design moderno mas simples, com seis estações de estrutura de lajes para plataforma e mezaninos soltos sobre os pilares. A propostas prevê acomodação da estação no eixo das avenidas, usando parte do canteiro central existente. A solução prevê nas seis estações conjunto de escadas rolantes e fixas, além de elevador para pessoas com necessidades especiais.
Nos mezaninos estarão estarão alojados as bilheterias e uma área para salas operacionais.
Ao longo do tronco central está sendo considerada a implantação de estações em pontos estratégicos para integração (Terminais Santos Dumont e Arena, onde ocorrerão os jogos da Copa 2014), além de paradas intermediárias relevantes para o acesso dos usuários.
Na segunda fase da obra, prevista para 2014, está prevista a extensão da linha até o Largo da Matriz. A longo prazo, a intenção é fechar um anel ligando todas as regiões da cidade.

A Unanimidade É Burra? Sei Não...


Reza a lenda que toda unanimidade é burra. Sei não...
Ver TODOS os 77 deputados do PMDB (vixe, vixe) votando a favor da rEdícula proposta de R$ 545,00 encaminhada por dona deelma ao congresso é, no mínimo, de disconfiar.
Sabendo que ainda existem dezenas (ou centenas) de cargos de boa linhagem a serem ocupados, é de se ter certeza que o "alinhamento" ou, usando a palavra mais nova que esses canalhas estão usando, o "convencimento" se baseou na promessa das nomeações serem atendidas ou na pré-concebida aprovação para exigência posterior.
É só acompanhar.

Use Capacete

Segurança no trânsito é fundamental.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Parlamentares X Salário Mínimo

Dados baseados nas informações de Augusto Nunes
Suas inçelenças aprovaram um auto e alto aumento no final de 2010, que premiou de quebra os ministros e dona deelma.
Atendo-nos aos nobres parlamentares (não sei porque uso esse termo, mas...); sabe-se que eles ganham R$ 26.723,13 de salário, sem contar os infindáveis benefícios indiretos, esses de uma serrergonhice escandalosa.
Pouquíssimos profissionais podem ter essa receita ao fim do mês. E o que dá prá comprar com essa babita? Dá prá incluir na cesta básica:
131 bolsas-família.
476 quilos de picanha.
1.189 quilos de carne de contrafilé
11.382 quilos de arroz
4.363 quilos de feijão-fradinho
9.027 passagens do metrô de SP
1.454 ingressos para o cinema
52 bicicletas Caloi Aro 26
22 televisores Samsung LCD 32 polegadas
18 geladeiras Brastemp 342 litros
131 pares de tênis Nike Air Max
1 carro popular
145 passagens de ida e volta na ponte aérea Rio-SP
1.047 livros infantis
1.745 DVDs
21 computadores pessoais (notebook HP com processador Intel Dual Core, 3 gigabytes de memória e HD de 320 Gigabytes)
E o mais importante;
3.022 frascos de óleo de peroba

O Apagão Era Previsível. E Vai se Repetir.

Artigo de JOSÉ ERNESTO CREDENDIO para a Folha de São Paulo.

O Ministério das Minas e Energia sabia, desde 2007, que o risco de apagões no sistema elétrico chegaria a um índice crítico neste ano.
A conclusão está em um estudo elaborado pelo próprio ministério, chamado "Análise de Confiabilidade da Rede Básica", que apontava que a situação do setor só melhoraria em 2012, com a inauguração de dezenas de subestações e a entrada em operação do sistema de transmissão do rio Madeira.
Mas o problema é que, mesmo com a previsão de mais apagões, várias dessas obras atrasaram -muitas em razões de restrições ambientais (veja na pag. C3).
A causa do mais recente apagão na cidade de São Paulo, por exemplo, foi a demora na entrega da subestação Piratininga 2, que deveria estar pronta em abril de 2010 e só começou a ser construída no final do ano passado.
O projeto é da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista. O apagão do último dia 8, que durou 15 minutos, afetou cerca de 2,5 milhões de pessoas.
Em 2007, o relatório previa que São Paulo teria a situação mais sensível, o que aumentaria o índice de risco no Sudeste. E a causa seria a insuficiência de subestações.
Os técnicos da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), que fizeram o estudo, já detectavam que possíveis falhas em subestações teriam a "contribuição mais significativa" para a vulnerabilidade.
Segundo o relatório, "o pior ano é 2011" e a situação estaria mais confortável a partir de 2012, quando estariam prontas as linhas de interligação Acre-Rondônia e Sudeste-Centro-Oeste e entrariam em operação as usinas Santo Antonio e Jirau.
O engenheiro Carlos Kirchner, diretor do Seesp (sindicato da categoria em SP), diz que a regulamentação do setor provocou um "jogo de empurra" entre concessionárias de geração, transmissão e distribuição.
Com isso, diz Kirchner, o setor de transmissão -linhas e subestações-, que depende de aval da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para investir, ficou defasado e não consegue "entregar" energia às distribuidoras, que levam a rede às casas.
Porém, a responsabilidade pelas condições em São Paulo não é só da União, diz Washington Santos, diretor do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo. "Quem privatizou a Cteep foram os tucanos, mas a Aneel também não faz sua parte."
Procurado pela Folha, o Ministério de Minas e Energia não se manifestou.
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Comento: Como ex-profissional do setor, convivi com o que há de melhor na engenharia de planejamento de sistemas. Não vou citar nomes para não correr o risco de omitir alguém, mas representavam a fina flor da engenharia brasileira. Muitos deles depois foram secretários nacionais, ministros, diretores, presidentes, gerentes de alto nível e administradores de grandes empresas. Chegaram lá por indicação política por certo, mas carregavam consigo uma bagagem técnica invejável.
Participei por anos de um grupo chamado de GCPS - Grupo Coordenador de Planejamento de Sistemas que cuidava da evolução decenal do sistema interligado e dos sistemas isolados do Brasil. Nele se estudava as opções para 50 anos a frente, o planejamento e viabilização dos próximos 5 anos e as alternativas para 10 anos.
Portanto quase tudo que está operando ou próximo de operar e ainda o que se pensa eu conheço razoavelmente bem.
Verifica-se muita alteração de planos por influência política através da qual prioridades são impostas por interessados em obras em seus estados e não aquelas requisitadas pela evolução de carga e oferta de energia.
Isso é um crime contra a engenharia e o erário. É absolutamente revoltante.

Agora Só Resta Replicar a Praça Tharir

Os números da votação de ante-ontem na Câmara Federal (16/02) quando da aprovação do salário mínimo, demonstram o que foi fartamente alertado durante a campanha eleitoral de 2010.
Os que se opunham à candidatura de dona deelma levada a ferro e fogo pela administração federal, com repetições diárias de crimes eleitorais; adesões obtidas a fórceps e por meios não ortodóxos e omissões irreparáveis de casas judiciais e opositores trôpegos; alertaram que a maioria esmagadora que se configurava na ocasião e se materializou nas urnas; permitiriam à governante fazer e desfazer na modificação de leis e da própria constituição e colocar o país sob os calcanhares do PT (vixe, vixe).
Foram 361 votos a favor da proposta do governo e 161 contra, em um tema que levava os parlamentares contra seus eleitores: salário do povão. Ou seja; maioria de 3/4.
Com essas razões de números, dona deelma poderá alterar o que quiser e transformar o Brasil numa Venezuela, Bolívia ou Cuba; tudo absolutamente de forma constitucional; num regime em que aos amigos do rei será concedido o que for necessário para manter o projeto de poder que inegavelmente têm.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Tem Coisas que Andam Sozinhas

O Banco do Brasil (BB) lucrou R$ 11,7 bilhões em 2010. O valor é 15,3% maior do que o valor obtido pela instituição em 2009, R$ 10,1 bilhões. O resultado foi divulgado pelo banco hoje (17). O lucro líquido é o maior da história do BB.
No último trimestre de 2010, porém, o lucro do banco caiu 3,69% na comparação com o do mesmo período do ano anterior. De outubro a dezembro do ano passado, o lucro líquido do banco foi de R$ 4,002 bilhões, contra os R$ 4,155 bilhões obtidos em igual período de 2009.
Ou seja, negócios com grana e petróleo andam sozinhos, mesmo com toda cagada que a péssima administração corrupta e corruptora do PT impõe às organizações.
Aguardemos o balanço da Petrobras.

Primeiro Ato: Câmara Federal

Dantescas as cenas na Câmara Federal na tarde/noite de ontem.
Líderes sindicais conhecidamente berradores e agitadores em tempos passados sendo vaiados ou fazendo defesas que não convenceram nem os mais inconscientes e alienados cidadãos do país.
Genuflexões assustadoramente identificadas como compradas com cargos e/ou verbas prometidas; ou impostas por subserviências evidentes até no simples observar.
E tudo se fez de acordo com a determinação do governo.
Aqueles que invocavam as estimativas historicamente registradas como inquestionáveis do DIEESE, entendendo como a mais pura verdade as fantasmagóricas contas do margarina.
E tudo se fez de acordo com a determinação do governo.
Discussões intermináveies e repetitivas de tópicos fartamente do conhecimento de todos por horas a fio.
E tudo se fez de acordo com a determinação do governo.
Deputados ocupando a tribuna e os microfones de plenário quase que às lágrimas com promessas de juras eternas de amor e fidelidade, não vistas nem nos mais duráveis casamentos que se tenha notícia.
Resumindo: um vexame a servir de exemplo por toda a história.
No fim da patética sessão, dona deelma obteve ontem sua primeira "vitória" no legislativo mantendo o valor de R$ 545,00 para o salário mínimo, apenas cincão acima do que o EX encaminhou ao congresso ano passado, conforme já escrevemos AQUI no blog.
As alternativas eram uma emenda do DEM e alguns outros partidos que propunham o valor de R$ 560,00 e a proposta do PSDB que mantinha o valor adotado por José Serra na campanha, ou seja R$ 600,00.
Discutindo o primeiro valor, apareceram vozes quase que hipnótizadas que diziam sobre acordos anteriores à sessão e suas desistências, anúncios de uso indevido de assinaturas e denúncias diversas de fazer corar os habitantes do inferno.
Já para o valor de R$ 600,00; apareceram dissonantes citações de quem nem sabia como se comportar, por suas necessidades de ser oposição e os desejos mais perniciosos de se acomodarem em nefastas ginásticas políticas conflitarem terrivelmente.
As citações na imprensa anunciavam que seria o "primeiro teste" do governo. Que coisa nenhuma. Cargos e emendas efetivadas ou prometidas já haviam assegurado a maioria que se necessitava.
O texto aprovado estabelece ainda a regra de definição do SM até 2015, com base na aplicação de uma combinação da inflação e do índice de crescimento da economia dos dois anos anteriores.
Por essa regra, o Ministério da Fazenda, em seus delírios de crescimento da economia, prevê mínimo de R$ 616,00 em 2012. Desde o dia 1º de janeiro, o salário mínimo é de R$ 540,00 estipulado pela MP do EX.
Caso a aprovação no Senado ocorra ainda em fevereiro, os R$ 5,00 a mais passam a vigorar em março, sem retroagir para janeiro. Aí será mais uma cena digna da Marquês de Sapucaí.
O texto diz ainda que nos próximos anos, os valores serão determinados por decreto, sem passar pela análise do Congresso. Esse ponto, porém, ainda será votado nominalmente e está contestado por ser inconstitucional, segundo a interpretação de muitos juristas.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Funcionário Públicos na Mira do Governo

No curso da entrevista à TV Senado, o atual líder de deelma no Senado Romero Jucá, reafirmou que o governo enviará ao Congresso, ainda em 2010, projeto que trata da aposentadoria dos servidores.
Recordou que, sob Lula, aprovou-se uma lei impondo aos novos funcionários públicos regras de aposentadoria análogas às da iniciativa privada.
Porém, o governo não criou até hoje o fundo de pensão que, mediante contribuições, proveria a complementação da aposentadoria desses servidores.
“Neste ano, o governo pretende criar esse fundo”, disse Jucá. Ele esmiuçou os estudos:
“Está-se discutindo se será um fundo único ou um fundo para cada Poder [Executivo, Legislativo e Judiciário]. Provavelmente este será o modelo...”
“...Ao se criar o fundo neste ano, passa a valer a regra de novas aposentadorias para o setor publico...”
“...Será uma aposentadoria básica, mais a complementação que o trabalhador fez para o fundo. Provavelmente neste ano começa a valer essa regra”.
Jucá explicou que a situação dos servidores antigos não muda. Têm, segundo ele, “direito adquirido” à aposentadoria integral.
As regras antigas valem, segundo ele, também para os servidores que foram à folha depois da sanção da lei que modificou a sistemática.
Por quê? Embora tenha aprovado a nova regra de aposentadoria para os servidores, “ governo não criou o fundo" de pensão. E o novo modelo não está valendo”.
Só entra em vigor, disse Jucá, “no momento em que o fundo estiver criado”.
Portanto caríssimos funcionários públicos que votaram em dona deelma, vocês estão na alça de mira. Todas as promessas de campanha foram esquecidas.
Fonte: Folha de São Paulo

Olho Vivo: A Volta da CPMF

O eterno líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) ressuscitou um tema que parecia morto. Em entrevista à TV Senado, Jucá disse que o governo não desistiu de criar uma nova fonte de financiamento para a saúde. Segundo ele, o tema será submetido à apreciação do Congresso quando for a voto uma reforma tributária.
Jucá disse que, com o sepultamento da CPMF, em 2007, a saúde “ficou desfalcada”. O financiamento do setor tornou-se um “desafio”.
Esclareceu que o governo estuda “alternativas”. Entre elas a criação de um tributo com "sistemática de cobrança similar à CPMF".
Disse que a CPMF é vantajosa “porque cobra de todos, [...] ninguém pode deixar de pagar, o mercado informal paga também...”
“...Portanto, é mais justa e é mais fácil de arrecadar. Não tem nenhum tipo de subfaturamento, de fuga ao pagamento dessa contribuição ou desse imposto...”
Perguntou-se a Jucá se ele acredita que o consórcio governista votaria unido a favor da recriação do tributo.
Ele disse que sim, desde que a coisa venha no âmbito da "reforma tributária". Mencionou a hipótese de extinção de “outro tributo”. Qual? Não disse.

Ou seja, fiquemos de olhos abertos contra mais essa tungada em nossos bolsos.
Fonte: Folha de São Paulo

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O Irã Não é o Egito...

...Ou, os Ayatolás Não Vão Deixar Correr Frouxo.
A febre das praças que vêm ocorrendo no sul-sudeste do Mediterrâneo, nem bem esquentou os corpos em Teerã e os Ayatolás já aplicaram os anti-térmicos "democráticos".
Dezenas de pessoas foram presas nesta segunda-feira nos violentos confrontos com policiais, já que o protesto havia sido proibido pelas autoridades.
Mesmo com milhares participando da manifestação, os líderes oposicionistas apenas conseguiram "mostrar apoio" aos tunisianos e egípcios e o claro descontentamento contra o glorioso Mahmoud Ahmadinejad.
Na repressão aos manifestantes, os policiais usaram cassetete e bombas de gás lacrimogêneo em diversos pontos onde ocorreram. Também foi cortada a eletricidade e bloqueado o funcionamento de celulares em Teerã e em outras cidades do Irã. Num fato pitoresco, a BBC relata que um homem escalou um guindaste no centro de Teerã e começou a chamar as pessoas para a manifestação, e ameaçando se matar se os policiais tentassem se aproximar, mas depois foi preso pela polícia.
O presidente do parlamento iraniano, Alí Larijani, e os deputados da maioria conservadora lançaram nesta terça-feira violentos ataques verbais contra os líderes da oposição, um dia após protestos contra o governo. Os deputados iranianos gritaram "morte aos Estados Unidos", "morte a Israel" e "morte a [Mir Hossein] Mousavi e Mehdi Karroubi", líderes do reprimido movimento reformista.
"Karroubi e Mousavi são corruptos na Terra e devem ser julgados", disseram legisladores em comunicado citado pela agência de notícias Irna.
No Irã, o crime de corrupção pode acarretar na condenação à pena de morte. (Ah se valesse isso por aqui)
As ocorrências relativamente tranquilas na Jordânia, Iêmen e outros países da região, onde até regimes monárquicos resolveram dar guinadas democráticas históricas, no Irã as coisas não irão se dar de forma civilizada. Ambos os lados, em especial o zarolhinho e seus guias nãovão deixar passar barato.
Pena pois muitos poderão morrer inutilmente.

Sobre Hidrelétricas no Brasil

Um artigo de Luís Pinguelli Rosa publicado pela Folha de São Paulo em 12/02/2011, sobre a instalação de hidrelétricas no Brasil.
O setor elétrico brasileiro está sob duplo bombardeio na mídia. Têm ocorrido quedas de energia elétrica com frequência acima do normal. Não há falta de capacidade instalada, como no racionamento de energia em 2001. Na época, faltaram investimentos para expansão do sistema; hoje, o problema está na transmissão e na distribuição.
Por outro lado, os ambientalistas criticam a construção de Belo Monte. No fundo, a questão não é Belo Monte, mas fazer ou não hidrelétricas de potência significativa, em particular na região Norte, onde está a floresta amazônica, foco de justas preocupações ambientais.
Está na região Norte a maior parte do potencial hidrelétrico do Brasil, que possui os maiores recursos hídricos do planeta: 8,2 km3/ano, seguido da Rússia, com apenas 4,5, e do Canadá, com 2,9. Apesar disso, ficamos em quarto lugar em capacidade instalada de hidrelétricas, atrás de China, EUA e Canadá.
Usamos apenas cerca de 30% do potencial hidrelétrico nacional, percentual este que supera 70% na Noruega, seguida de perto por Japão, Canadá e EUA. Entretanto, a hidroeletricidade representa 85% da nossa geração elétrica, só superada pelo Paraguai e pela Noruega.
Deve o país abrir mão de utilizar essa energia? Creio que não. Mas não pode fazê-lo a qualquer preço.
Devem ser cumpridas as restrições ambientais necessárias. O preço da energia de Belo Monte é de R$ 68/MWh, enquanto nas termelétricas novas é de R$ 140/MWh, e há antigas que chegam a R$ 400/ MWh quando operam em caso de escassez de água nas hidrelétricas.
O investimento previsto é de R$ 20 bilhões, definidos no leilão, embora documento do consórcio vencedor fale agora em R$ 26 bilhões, pretendendo vender 20% da energia para consumidores livres a preço maior. Aí está um problema a ser resolvido pelo consórcio, pois deverá ser obrigado a manter o preço de R$ 68/MWh para a rede pública.
A área inundada se restringe praticamente àquela que o rio já ocupa na sua variação sazonal. Ela tem 516 km2, bem menor que Itaipu, com 1.300 km2. A usina de Balbina tem 0,1 W/m2 e Tucuruí tem 2,9 W/ m22: Belo Monte terá 21 W/m2.
Mas há um problema, que é a redução da água na Volta Grande do Xingu, o que preocupa moradores ribeirinhos. A solução é garantir uma vazão mínima. Não haverá reservatório para acumulação, como fazem as hidrelétricas antigas do sistema interligado. Para reduzir os impactos, perdeu-se a capacidade de regularizar a vazão, reduzindo a energia assegurada. A potência máxima de Belo Monte é de 11 GW e a média é de 4,6 GW. A relação desses dois valores dá o fator de capacidade de 42%, bem menor que os de Jirau e de Santo Antônio.
Entretanto, em geral, as hidrelétricas brasileiras têm fator de capacidade pouco acima de 50%. Esse fator é de, em média, 21% nas hidrelétricas na Espanha, de 32% na Suíça, de 35% na França e no Japão, de 36% na China e de 46% nos EUA.
A operação de Belo Monte não pode ser vista isoladamente, pois ela estará no sistema interligado, no qual há transmissão de energia de uma região às outras. Quando Belo Monte gerar 11 GW, ela vai economizar água em reservatórios de outras usinas, que reduzirão sua geração. E essa água guardada permitirá gerar energia adicional nessas usinas.
É natural que os ambientalistas pressionem o governo. Apoiei a então ministra do governo Lula, Marina Silva, quanto às exigências impostas para as usinas do rio Madeira. No final, chegou-se a uma solução para o licenciamento de Jirau e de Santo Antônio pelo Ibama.
Há anos, obras como a de Tucuruí produziram impactos muito grandes. O canteiro de obra causou uma concentração de pessoas abandonadas à própria sorte após a obra. Isso tem de ser evitado.

Oposição: Conivente por omissão

Por Mara Kramer

Como brasileira, pura e simples, percebo, como muitos outros, que estamos vivendo em um país absorvido pelo caos. Um país onde o ufanismo do “estamos todos bem” convive com péssimos índices na educação, saúde, segurança pública, nos altíssimos valores da dívida interna, na mentira de que não existe uma dívida externa, na ausência de investimentos na infraestrutura, em um surgimento continuo de escândalos sobre corrupção nos organismos púbicos, cujo desfecho é a impunidade, no desejo do governo de turno de alcançar o monopólio institucional sem criticas.

Estamos vivendo uma era na qual o ex-presidente da república torna-se cabo nas eleições e rasga a lei eleitoral, tem expediente de trabalho, não cumpre o que diz, e, diz uma coisa hoje e outra amanhã sem sofrer qualquer tipo de incomodo ético. A recém eleita presidente antes da posse prometeu realizar um governo austero considerando a fabulosa dívida interna do país. Dias depois difunde a noticia da possível compra de um novo avião presidencial (no máximo 10 países no mundo o presidente tem avião próprio, a cumprir-se a nova compra, os ricos brasileiros teriam 2), assim como a possível contratação de dezenas de novos funcionários não concursados para o Palácio do Planalto, e a ampliação do número de ministérios que já são 37. O endividamento familiar e a explosão imobiliária já se tornam preocupantes, mas não parece inquietar o governo, sobretudo o presidente, que se mantém no palanque desde o primeiro dia e dali ainda não saiu com sua pregação diária, que não raro esta sob bases falsas. Jornais e jornalistas alinham-se, por interesses ou ideologia, mais pelo primeiro e menos pelo segundo, ao governo o apoiando em realizações ditas inéditas e redentoras do país, embora estas realizações não sejam nem originais, e muitas vezes não constituem de fato uma realização, sendo nada mais do que uma possibilidade de futuro. Por parte da imprensa observa-se a quase total ausência de critica, como se de fato “estivéssemos todos bem”, e todos os dados que negam esta “realidade” são desconsiderados no discurso posterior. Sem me prolongar, se estivéssemos “todos bem” não seria necessária a Operação Rio, pois questões sociais, urbanas, policiais e jurídicas em uma das maiores e mais ricas cidade do país estariam bem resolvidas. Ao contrario, vimos a intervenção militar em bairros do Rio como mostra cabal do fracasso das políticas sociais, infraestrutura urbana, e de segurança pública nesta cidade. Assim como não teriamos assitido a tragédia com quase mil mortos na serra do Rio, prova do descaso dos governos em todos os níveis pela situação de vida dos brasileiros. Exemplos simbólicos do que ocorre na grande maioria das cidades médias e grandes do país como todos sabemos. Enfim, estamos vivendo um total caos nas instituições públicas, liderado pela ineficiência, ausência de ética, e desejo de autoritarismo do governo central que segue, o qual infesta de incompetência e imoralidade por onde passa, pela irresponsabilidade do poder judiciário na exigência do cumprimento da lei, pela cooptação interessada de muitos meios de comunicação, e pela negligência da maior parte da oposição.

Deste momento em diante passo a refletir sobre o último item, entendendo que a oposição, a partir de seu silencio frente à má gestão do executivo e a ausência de comprometimento com a parcela da sociedade que representa se torna cúmplice deste despautério. Quando a oposição não cumpre sua tarefa de colocar limites na atuação governamental ela se torna conivente por omissão, e como efeito paralelo favorece o abuso de poder e a confiança na impunidade por parte da situação, assim como deixa sem voz o eleitorado opositor. Fazer oposição é um direito e um dever político na democracia, não uma opção partidária.

No sistema democrático é responsabilidade da oposição fiscalizar o governo institucionalizado em sua atuação frente à legislação vigente, a priorização das demandas e a vigilância dos interesses da sociedade, assim como defender as reivindicações do contingente opositor. Para tanto, a oposição deve ser constante, atenta, critica, e profissional. Deve denunciar abusos e incompetências, protestar publicamente, e agir com firmeza para impedir atos ilegítimos ou que lesem os interesses do povo.

O papel da oposição é igualmente relevante ao da situação, pois ambas representam parcelas da sociedade. A oposição é parte da democracia, sem a qual a democracia é imperfeita, perde qualidade. A democracia é o sistema político do, para e pelo povo, e, portanto toda sociedade deve estar representada ativamente no campo político, não apenas a maioria que vence as eleições. Quando a oposição falha, ela retira de seus eleitores o direito de terem voz no debate político. Portanto é fundamental no sistema democrático o equilíbrio de poder entre situação e oposição. A situação gestiona e realiza, e a oposição fiscaliza e limita através de sua presença e ações o poder institucionalizado. A ausência de equilíbrio entre ambas as forças, desestabiliza o sistema criando grandes ou pequenas anomalias prejudiciais ao seu funcionamento que terão conseqüências diretas ou indiretas na sociedade civil. O equilíbrio entre os discursos situacionistas e oposicionistas frente à opinião pública deve estar evidenciado e simbolizado na exposição na mídia. Ambos os lados devem receber atenção similar dos meios de comunicação na busca de promover equidade no debate, como base de informação e politização da sociedade civil, também fundamentos da democracia.

Nesta ótica, a oposição deixa de ser vitima de monopólio mediático, e do ufanismo criado pelo governo petista que segue, para tornar-se um dos elementos que contribuem para a sua existência. A oposição que denuncia no período eleitoral é a mesma que calou antes, e não agiu para a alteração de rumos das políticas que ora critica. A oposição que apontou os erros da administração de turno na campanha eleitoral, é a mesma que se cala frente a possibilidade de restituição da CPMF, a possível aquisição pelo Estado do Aero Dilma, ao fracasso das políticas públicas na área da segurança que resultaram na Operação Rio, a tragédia ocasionada pela ineficácia das politicas urbanas na serra do Rio e em vários outros Estados, a ampliação de CCs pelo governo federal, ao salário mínimo de R$ 540,00, às criticas e desvalorização do TCU como órgão fiscalizador por parte do governo, a absolvição de Palocci, a qual cria antecedentes para uma situação similar em relação ao José Dirceu, etc.

Neste sentido, verificam-se dois aspectos: primeiro, a dimensão alcançada pela atitude passiva de nossa oposição, que a coloca como conivente com o setor ao qual deve opor-se, ou seja, agrega força e poder ao seu opositor. Situação totalmente contraditória sob o ponto de vista conceitual, com importante repercussão na realidade; em segundo lugar, este fenômeno não parece ser produzido pela cooptação da oposição pela situação, mas pela incapacidade e inabilidade política, assim como pela ausência de uma estrutura adequada de nossa oposição para enfrentar o poder constituído, o que segundo Reinaldo Azevedo, deve-se a uma leitura equivocada da realidade.

Neste contexto, existe uma convicção inegociável, nosso interesse de manutenção da democracia, e com ela a oposição como um de seus fundamentos. Portanto, entendo que nossa tarefa como eleitorado opositor visa entender o comportamento da oposição e pressioná-la constante e firmemente para que ocupe o espaço que lhe pertence por dever e direito. Assim, não resta outra senão PRESSIONAR A OPOSIÇÃO PARA QUE ATUE COMO MERECEMOS!!!


NB: Mara Kramer, é nascida em Porto Alegre, arquiteta, ex-professora universitária trabalhando com história e teoria da arquitetura. Mora em Barcelona onde faz doutorado em arquitetura na sua área de atuação docente. Como professora e pesquisadora de arquitetura trabalhou em investigações, escreveu artigos e livro, organizou e participou de vários seminarios e congressos. Recomendo seguí-la no Twitter @MarKramer

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Às Vezes é Melhor Etiquetar

Apagões e Apaguinhos

Sobre Médicos Formados Fora do Brasil

Fala-se na esfera federal "maravilhas" das extraordinárias faculdades de medicina de nossos hermanos de fala hispânica, principalmente da "revolucionária medicina cubana".
Pois bem. Tenho muitos médicos na família e no rol de amigos, em Manaus e Brasil afora; inclusive membros ou ex-membros de conselhos estaduais e federal, com os quais conversei em diversas oportunidades antes de postar esse artigo.
Sabe-se que dezenas de jovens brasileiros, no afã de formarem-se na nobre arte de salvar vidas, enveredam-se por aventuras em terras estranhas para alcançar tal objetivo, orientados e até incentivados pelo próprio governo federal; e investem tenros anos de suas vidas em cursos que depois se verificarão inúteis e inadequados. Senão vejamos.
Os resultados do projeto-piloto criado pelos Ministérios da Saúde e da Educação para validar diplomas de médicos formados no exterior confirmaram os temores das associações médicas brasileiras.
Dos 628 profissionais que já se inscreveram para os exames de proficiência e habilitação nos últimos 10 anos, 626 foram reprovados e apenas 2 conseguiram autorização para clinicar.
A maioria dos candidatos se formou em faculdades argentinas, bolivianas e, principalmente, cubanas.
As escolas bolivianas e argentinas de medicina são particulares e os brasileiros que as procuram geralmente não conseguiram ser aprovados nos disputados vestibulares das universidades federais e particulares do País.
As faculdades cubanas - a mais conhecida é a Escola Latino-Americana de Medicina (Elam) de Havana - são estatais e seus alunos são escolhidos não por mérito, mas por afinidade ideológica. Os brasileiros que nelas estudam não se submeteram a um processo seletivo, tendo sido indicados por movimentos sociais, organizações não governamentais e partidos políticos.
Dos 160 brasileiros que obtiveram diploma numa faculdade cubana de medicina, entre 1999 e 2007, 26 foram indicados pelo Movimento dos Sem-Terra (MST). Entre 2007 e 2008, organizações indígenas enviaram para lá 36 jovens índios.
Desde que o PT, o PC do B e o MST passaram a pressionar o governo Lula para facilitar o reconhecimento de diplomas cubanos, o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira têm denunciado a má qualidade da maioria das faculdades de medicina da América Latina, alertando que os médicos por elas diplomados não teriam condições de exercer a medicina no País.
As entidades médicas brasileiras também lembram que, dos 298 brasileiros que se formaram na Elam, entre 2005 e 2009, só 25 conseguiram reconhecer o diploma no Brasil e regularizar sua situação profissional.
Por isso, essas organizações optaram por defender o reconhecimento automático do diploma, sem precisar passar por exames de habilitação profissional - o que foi vetado pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Médica Brasileira. Para as duas entidades, as faculdades de medicina de Cuba, da Bolívia e do interior da Argentina teriam currículos ultrapassados, estariam tecnologicamente defasadas e não contariam com professores qualificados.
Em resposta, os "interessados" recorreram a argumentos ideológicos, alegando que o modelo cubano de ensino médico valorizaria a medicina preventiva, voltada mais para a prevenção de doenças entre a população de baixa renda do que para a medicina curativa.
No marketing político cubano, os médicos "curativos" teriam interesse apenas em atender a população dos grandes centros urbanos, não se preocupando com a saúde das chamadas "classes populares".
Entre 2006 e 2007, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara Federal chegou a aprovar um projeto preparado pelas chancelarias do Brasil e de Cuba, permitindo a equivalência automática dos diplomas de medicina expedidos nos dois países, mas os líderes governistas não o levaram a plenário, temendo uma derrota pela mobilização profissional e popular que se anunciava. No ano seguinte, depois de uma viagem a Havana, o EX pediu uma "solução" para o caso aos Ministérios da Educação e da Saúde. E em 2009, governo e entidades médicas negociaram o projeto-piloto que foi testado em 2010. Ele prevê uma prova de validação uniforme, preparada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do MEC (grandes especialistas que são), e aplicada por todas as universidades.
Por causa do desempenho desastroso dos médicos formados no exterior, o governo - mais uma vez cedendo a pressões políticas e partidárias - pretende modificar a prova de validação, sob o pretexto de "promover ajustes".
As entidades médicas já perceberam a manobra e afirmam que não faz sentido reduzir o rigor dos exames de proficiência e habilitação.
Custa crer que setores do MEC continuem insistindo em por a ideologia na frente da competência profissional, quando estão em jogo a saúde e a vida de pessoas.
Esses "médicos" formados no exterior deveriam ser escalados para atender o Zé de Alencar, o EX, a ex-Primeira Muda, dona deelma e seus ministros, os parlamentares e demais trupes para eles sentirem na pele o que eles querem gerar: "profissionais" que não devem saber nem colocar um band-aid num paciente.
Sabendo-se que els não abrem mão de um atendimento VIP no Sírio-Libanês, com a devida cobertura midiática, é óbvio que não topariam.
Vamos ficar atentos a mais essa patifaria.
Fonte primária: O Estado de São Paulo

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Chocolate X Pés

Os especialistas estudaram o assunto, de forma exaustiva, ao pormenor, e chegaram a esta conclusão incontornável. Sabe o que acontece a quem como muito chocolate...
Fica com os pés muiiiiiito pequeninos!!!!


Agora com Delivery...

Pode parecer brincadeira, mas agora o bolsa-família vai ter delivery. Não acredita? Comento a seguir sobre uma reportagem do Portal Amazônia com informações da SEMASDH (Secretaria Municipal de Ação Social e Direitos Humanos).
Além da excrescência que é, por simular um falso "sagrado direito de acesso à dignidade", posto que é vendido como sendo a panacéia revolucionária de distribuição de renda, quando na verdade é um comprador de votos, pensa-se agora em aproximar as comunidades do cadastramento no Programa Bolsa Família Municipal, que por sua vez complementa e é vinculado ao Programa Nacional.
Serão agora disponibilizados dois ônibus-escritório para fazer o atendimento itinerante. No afã de demonstrar uma ação social, além dos serviço de atendimento do PBF e PBFM como cadastramento, atualização de dados, acompanhamento nutricional da área da saúde e também da educação, em cada veículo estarão um profissional da assistência social, dois entrevistadores, um servidor da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) e um da Educação (Semed), visando orientar as pessoas a respeito dos requisitos dos programas, além de expedição de documentos como Carteira de Identidade e CPF.
Ou seja: da porta de casa tudo se resolve.
Brasil afora pipocam denúncias de falta de mão de obra básica e não qualificada por acomodação dos beneficiários do PBF, PBFE's e PBFM's, além dos milhares de casos de fraudes.
Levando de porta em porta, nem pra ir se recadastrar precisará.
Antes que apareça algum demente aqui falando abobrinha, EU NÃO SOU CONTRA O BOLSA-FAMÍLIA, que reputo ser uma excelente forma de ajuda humanitária e como tal tem que ter começo, meio e fim.
Apenas acho que, da forma como é aplicado, torna SIM seu beneficiário acomodado e dependente (prá não dizer serrergonha, como em muitíssimos casos que conheço).
A inocente exigência de recadastramento bianual ou a apresentação periódica de carteira de vacinação e/ou exames ginecológicos é bizonha.
Tem que cobrar responsabilidade maior além disso citado: presença em escola acima de 90%, notas com média acima de 6, participação em atividades esportivas ou culturais em contra-turno, e por aí vai.
Sem falar da matrícula obrigatória dos adultos e adolescentes beneficiários ou próximo deles em cursos de qualificação gratuitos que existem aos borbolhões nas escolas do Sistema S, também com exigências de desempenho e assiduidade, claro.
Assim, num prazo não muito longo, eles deixariam o benefício para outros e ganhariam o seu sustento como deve ser: com o fruto sagrado de seu trabalho, sem esmola nem acomodação.
E, "de quebra", seriam eleitores mais conscientes e participariam ativa e conscientemente da vida do país. Mas isso não convém aos nossos administradores, de todas as matizes partidárias.
Oremos e hajamos.