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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Agora com Delivery...

Pode parecer brincadeira, mas agora o bolsa-família vai ter delivery. Não acredita? Comento a seguir sobre uma reportagem do Portal Amazônia com informações da SEMASDH (Secretaria Municipal de Ação Social e Direitos Humanos).
Além da excrescência que é, por simular um falso "sagrado direito de acesso à dignidade", posto que é vendido como sendo a panacéia revolucionária de distribuição de renda, quando na verdade é um comprador de votos, pensa-se agora em aproximar as comunidades do cadastramento no Programa Bolsa Família Municipal, que por sua vez complementa e é vinculado ao Programa Nacional.
Serão agora disponibilizados dois ônibus-escritório para fazer o atendimento itinerante. No afã de demonstrar uma ação social, além dos serviço de atendimento do PBF e PBFM como cadastramento, atualização de dados, acompanhamento nutricional da área da saúde e também da educação, em cada veículo estarão um profissional da assistência social, dois entrevistadores, um servidor da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) e um da Educação (Semed), visando orientar as pessoas a respeito dos requisitos dos programas, além de expedição de documentos como Carteira de Identidade e CPF.
Ou seja: da porta de casa tudo se resolve.
Brasil afora pipocam denúncias de falta de mão de obra básica e não qualificada por acomodação dos beneficiários do PBF, PBFE's e PBFM's, além dos milhares de casos de fraudes.
Levando de porta em porta, nem pra ir se recadastrar precisará.
Antes que apareça algum demente aqui falando abobrinha, EU NÃO SOU CONTRA O BOLSA-FAMÍLIA, que reputo ser uma excelente forma de ajuda humanitária e como tal tem que ter começo, meio e fim.
Apenas acho que, da forma como é aplicado, torna SIM seu beneficiário acomodado e dependente (prá não dizer serrergonha, como em muitíssimos casos que conheço).
A inocente exigência de recadastramento bianual ou a apresentação periódica de carteira de vacinação e/ou exames ginecológicos é bizonha.
Tem que cobrar responsabilidade maior além disso citado: presença em escola acima de 90%, notas com média acima de 6, participação em atividades esportivas ou culturais em contra-turno, e por aí vai.
Sem falar da matrícula obrigatória dos adultos e adolescentes beneficiários ou próximo deles em cursos de qualificação gratuitos que existem aos borbolhões nas escolas do Sistema S, também com exigências de desempenho e assiduidade, claro.
Assim, num prazo não muito longo, eles deixariam o benefício para outros e ganhariam o seu sustento como deve ser: com o fruto sagrado de seu trabalho, sem esmola nem acomodação.
E, "de quebra", seriam eleitores mais conscientes e participariam ativa e conscientemente da vida do país. Mas isso não convém aos nossos administradores, de todas as matizes partidárias.
Oremos e hajamos.

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