
O pior de acompanhar o que se faz de bandalheira neçepaíz é ter que manter a guarda sempre alta e a luz vermelha acesa e piscando. É notório que, mesmo constatado, provado e comprovado o escandaloso crime do mensalão, que desencadeou a safra crescente de serrergonhices no país, posto que, depois que o 9 dedos disse que "não, sabia, não, viu e foi traído" todo mundo danou-se a arregaçar a burrinha pública despudoradamente; a administração petralha e sua base alugada, vem dazendo de tudo prá acobertar e inocentar os 40 ladrões, ops, 40 denunciados de todas as formas. E em todas as instâncias do poder: executivo, legislativo e judicário.
Essa semana foi mais uma tentativa de pernada no congresso. Tramita na câmara uma escrescência de um projeto, imaginem, para conceder anistia aos deputados cassados José Dirceu, Roberto Jefferson e Pedro Correa, por terem participado obviamente do escândalo.
Sem que ninguém saiba de onde, este projeto foi parar na mesa da Comissão de Constituição e Justiça, presidida por ninguém menos que o João Paulo Cunha, aquele réu cuja cunhã foi receber R$ 50.000 na boca do caixa prá pagar a conta da TV a cabo, havendo até sido incluído na pauta de votações da semana que vem.
Usando a linha mestra da defesa do imperador de Caetés, JP alegou que havia colocado o assunto na lista dos que seriam votados por um "equívoco".
O autor da proposta, o ex-deputado Ernandes Amorim, por acaso do mesmo partido de Jefferson, tem como argumento o fato de que apenas os três não poderiam responder em nome de todos os outros supostamente envolvidos no esquema. "Impedir a participação no processo eleitoral de apenas três, entre os mais de cinquenta e cinco denunciados, não se justifica, especialmente tendo em vista que os parlamentares cassados em plenário permanecem ativos na vida política nacional." Ora poha, então põe tudo nacadeia e faz devolver o que receberam.
O fato é que, se a imprensa não estivesse de olho, ia correr por baixo dos panos, como sempre costumam fazer. Portanto, todo mundo ligadinho. Com a corja não se brinca. Nada de relaxar.