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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Leilões Micados


NuncaAntisNaHistóriaDeçePaíz foi tão difícil conseguir achar tontos, ops,  investidores para os projetos de transmissão de energia. Eu estou falando isso há meses.
Recentemente, soube de um levantamento realizado pela Thymos Energia que apresenta informações de que, neste ano, apenas 37,5% dos lotes oferecidos pelo governo nos leilões para construção das linhas tiveram interessados. Somente no leilão de anteontem, oito lotes dos doze disponibilizados micaram e nem os chineses, última esperança da ANEEL, quiseram.
O deságio para as Receitas Anuais Previstas - RAP, a "taxa de sucesso" dos negócios, vem caindo rapidamente desde 2013, logo após a edição da milagrosa porém fatídica Medida Provisória 579, que reduziu na marra e politiqueiramente as tarifas de energia. Começou em 88% em 2012 para 64,7% no ano seguinte. Em 2014, foi para 52,7% e, agora, despencou de vez.
Tudo isso porque, até hoje, as transmissoras não receberam as indenizações prometidas para cortar em até 70% as tarifas na renovação dos contratos e, por isso, estão saltando fora de novos projetos.
A remuneração oferecida também não tem agradado. Claudio Sales, do Instituto Acende Brasil, alerta: há linhas que já foram oferecidas mais de uma vez, sem sucesso, sinal de que é preciso mesmo rever as contas. O risco não será apenas falta de energia gerada, mas de estrutura para escoá-la, como já estamos beeeem pertinho de acontecer.
Aliás, neste fim do mês tem leilão das usinas hidrelétricas. Também venho alertando que vai gorar....Aguardemos.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

A Culpa é de Deus


Eu sempre estive errado em relação ao 9 dedos. Eu pensava que ele se considerava deus e não era verdade. Ele se acha SUPERIOR a Deus, isso sim.
Ontem na GloboNews, durante a entrevista arranjada e orquestrada que conseguiu com Roberto D´Ávila; o entrevistador perguntou ao meliante se ele "tomou um susto quando a Lava Jato desmascarou a quadrilha que se instalara na Petrobras". 
Matreiro na arte de enganar, o canalha respondeu que o espanto não foi só dele, mas de todo o sistema solar: “Acho que foi um susto não só para mim. Foi um susto para o mundo todo.”
E eis que sacou uma das melhores tiradas já pronunciadas, mesmo no apogeu de sua canalhice: Disse o iluminado: “Eu espero que, um dia, Deus, vendo tudo que está acontecendo no Brasil, carimbe na testa das pessoas o que ele vai ser quando ele tiver um emprego. Se vai ser ladrão, se vai ser honesto ou não” Você sabe que muitas vezes aquele cara que parece que é um santo, na verdade é um bandido. O que parece bandido é um santo."
Cresce-me a angustiante dúvida se, numa próxima entrevista, já que Deus se absteve de carimbar “ladrão” na testa dos diretores da Petrobras; o eneadáctilo não requeira o enquadramento de Deus como cúmplice.

Salve, Lindo Pendão da Esperança


Hoje é o dia da bandeira. Pouca gente se lembra que existe este dia, marcado no calendário através de um decreto no dia 19 de novembro de 1889. 
O "lábaro que ostenta estrelado" tão pouco valorizado pela maioria dos brasileiros e até enxovalhado por canalhas que ocupam o país no momento, muitas vezes "substituído" por panos vermelhos com siglas e símbolos nada afetos à união.
As estrelas que figuram na bandeira nacional formam parte das constelações do céu na data de 15 de novembro de 1889. Mais precisamente, a bandeira exprime o céu do Rio de Janeiro às 08:30 da manhã, como se o observador estivesse fora da abóboda celeste, ou seja, o céu com aspecto invertido ao que vemos. Esse é o panorama do céu na data e hora acimas.
Que o seu tremor seja então a nobre presença que nos traz à lembrança a grandeza da pátria, livre desta canalha que aí está.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Romper Barragem é Natural


A soberana não consegue fazer nada que preste. E com uma assessoria incompetente, só sai cagada do lado de lá. Mas também, quem se junta com porcos, farelo come; já dizia minha mãe.
Descobriram que a tragédia de Mariana não tem cobertura na atual legislação de atendimento a calamidades naturais, para fins de auxílios federais, incluindo liberações de FGTS. Então, para permitir que as vítimas de Mariana possam sacar o FGTS e fazerem alguma coisa de prático, enquanto aguardam a ajuda que nunca virá; dona deelma editou o decreto 8.572 (imagem que abre este post), que inclui o rompimento de barragens na lista de "desastres naturais".
O texto que gera o benefício diz em sua superioridade: "Considera-se também como natural o desastre decorrente do rompimento ou colapso de barragens, que ocasionem movimento de massa, com danos a unidades residenciais."
Ou seja; a soberana e sua corja babona consideram "natural" o rompimento de uma barragem, principalmente aquelas que ocasionem movimento de rejeitos construída por uma mineradora e que por esta deveria ser mantida, com a fiscalização do poder que a mesma dentuça representa; e que foi omisso.
Deveria haver outra forma de permitir o saque do FGTS nesse caso, convenhamos.
Se eu sou da adEvogado da patota da mineradora, eu me apego ao termo "natural" e pronto... Acabaram-se minhas obrigações.

No Saco de Encargos, Os Nosso Bolsos; Tudo Cabe


Ontem, o marido da Marcela Temer disse que "estava surpreso com tanta manifestação agressiva da população brasileira. Nem parece aquele povo tão dócil". 

Concordo plenamente com ele. As vaquinhas de presépio, o gado sempre conduzido ao abate sem reclamar; não deve piar nem gemer. Quer ver mais uma?

Pagamos adicional de "bandeiras tarifárias" pela operação das usinas térmicas porque são mais caras; pagamos adicional de "risco hidrológico" das usinas hidrelétricas porque pode ter seca; pagamos adicional de subsídio a "tarifas sociais" dos consumidores de baixa renda do Bolsa família : pagamos adicional para a Empresa de Planejamento Energético fazer um monte de projetos mal concebidos e por aí vai...

Mas pagar por instalação poluente, cara, obsoleta e PARADA é demais... 

A UTE Candiota, na cidade de mesmo nome no Rio Grande do Sul, é movida a caldeiras que queimam carvão mineral e está com sua primeira fase (126 MW) parada desde 2013. A segunda fase (320 MW) opera com apenas 16% da capacidade há anos por restrições técnicas e ambientais.

A UTE ainda tem sua terceira fase (350 MW) que tem uma história pra lá de interessante. Querem ver?

Depois de ficar por anos estocados na França, durante a administração de Dilma Vana Roussef à frente da Secretaria de Energia do governo gaúcho de Olívio Dutra; os equipamentos da usina foram transferidos para Candiota para o início das obras e montagem.

Os estudos técnicos desenvolvidos pela Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica - CGTEE, subsidiária da Eletrobras, sob a orientação do Ministério de Minas e Energia - MME, de novo leia-se Dilma Vana Roussef; mostraram que a viabilidade da implantação da unidade Candiota III se daria somente se construída em área contígua ao complexo Candiota (Fases A e B), utilizando os equipamentos e materiais já adquiridos, começando a sair do papel somente em 2006.

A justificativa era viabilizar a retomada da utilização do carvão mineral na produção de energia elétrica para atendimento do mercado brasileiro, duplicando o consumo deste combustível no estado do Rio Grande do Sul, propiciando geração de empregos e distribuição de renda na Metade Sul do estado, região cuja economia por um longo período esteve estagnada.

Pois então... Nos estoques de carvão para o suprimento do complexo, há um estoque enorme de combustível. No fim de 2014, eram 2,63 milhões de toneladas, bem mais que os 2,35 milhões utilizados ao longo daquele ano. A conta para isso vai para a tal Conta de Desenvolvimento Energético - CDE, que contempla aquele monte de penduricalhos que citei lá em cima e mais os custos com carvão para geração. 

Quem administra este fundo? a dona da UTE Candiota; justamente a Eletrobras.

Para 2015, a previsão da CGTEE, é de 3,3 milhões de toneladas de carvão, no valor total de 165 milhões de reais.

Acontece que foram arrecadados 115 milhões para esta despesa mas, por conta da baixa geração, a Eletrobras repassou à controlada apenas 59% desse valor. Ou seja, além das despesas para engordar um estoque parado de carvão, houve sobras de pouco mais de 46,7 milhões de reais, que não foram retornados ao consumidor.

Quem tem força já pulou e se livrou desta conta. A Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia - ABRACE já obteve uma liminar na Justiça para não arcar com esses valores; mas nós, os mortais consumidores seguimos pagando a conta.

A geradora só agora em outubro diz que "pediu à ANEEL a redução de 50% na cota mínima anual de carvão das fases A e B e aguarda manifestação do regulador". Alegou ainda que o estoque é voltado para atender também a fase C, mais moderno e que está em operação.

Enquanto isso, mais um enorme e grosso PNC do brasileiro comum.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Lei Anti-Terrorismo: EI x MST


Está tramitando no Congresso Nacional; mais precisamente na Câmara Federal, depois de já foi aprovada com alterações no Senado; a Lei Anti-Terrorismo a vigorar no Brasil.
Em essência, o projeto define como crimes de terrorismo, os atos que atentem contra pessoas e propriedades, mediante ameaça ou violência, motivado por extremismo político, intolerância religiosa, preconceito racial, étnico, de gênero ou xenófobo, com o objetivo de gerar pânico generalizado. Também será enquadrado como terrorismo, ações que atentem contra a liberdade de direitos e a estabilidade do estado de direito com o fim de subverter o funcionamento de suas instituições.
Claro que ninguém discorda dos termos da futura lei. O bafafá que gera a polêmica e retarda o encaminhamento do Projeto de Lei; é a possibilidade de se enquadrar os ditos "movimentos sociais" nos rigores pretendidos e desejados.
Os deputados fizeram questão de colocar salvaguardas para que MST, MTST, Black Block e outras milícias armadas do PT nunca sejam capturados usando os ditames da lei; usando termos como "exclusão de condutas individuais ou coletivas de pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicatos, religiosas, de classe ou categoria profissional".
O senado retirou esta restrição e o debate e decisão final voltou a suas inçelenças da cúpula virada pra cima.
Destaque-se que não é um capricho apenas. A existência de uma lei específica para o combate ao terrorismo faz parte de acordos internacionais, estando o Brasil sujeito a sansões pela não aprovação de lei para tal, com compromisso assumido desde 2010.
O projeto prevê prisão de 16 a 24 anos, com agravantes para 24 a 30 anos; caso resulte em morte; além de acréscimo de nena em 1/3 caso haja participação de governos ou instituições estrangeira; ou cometidos contra o presidente, vice-presidente, presidente das casas legislativas, STF ou representante de governo estrangeiro.
Há também enquadramento e previsão de punição para aliciamento, organização, recrutamento, suprimento, etc.; além de determinação dos meios e métodos para a prática de atos terroristas.
Lembrando que, em 2016, teremos olimpíadas no Rio de Janeiro, uma cidade dominada pelo narcotráfico, onde se conseguir um fuzil é tão fácil como conseguir uma mariola. E olimpíadas são bem maiores que copa do mundo. Estamos falando de concentração em uma única cidade de um público migrante 15 vezes maior e de mais de uma centena de países e não apenas os 32 da copa.
Cabe-nos acompanhar a tramitação do projeto pra assegurar que não passaremos mais vergonha internacional com nosso país não dispondo de uma lei específica que trata do tema. Logo o Brasil que é conhecido por ter lei pra tudo; embora nada funcione.