Lá em 2013, na preparação para as mentiras eleitorais de 2014, a dentuça veio em rede nacional dizer que "estava determinando a redução de 20% nas contas de energia elétrica". Claro que era um engodo, como tudo mais que havia em seu governo.
Conforme escrevi aqui na Tribo várias vezes, as concessionárias que "toparam o acordo" foram agraciadas com a renovação de seus contratos de concessão, sem licitação, o que poderia permitir quedas nas tarifas, por novas análises comerciais, porém, com remuneração adequada para as empresas, sem penalizar os consumidores, pois seriam graduais e espalhados no tempo.
Passada a eleição, o couro comeu. Reajustaram tudo de uma vez só, inventaram a poha das bandeiras tarifárias, implementaram os reajustes cíclicos e a porrada cantou nos bolsos de todos nós.
Mas ainda falta o golpe de misericórdia.
Na hora da bondade, nem todas as empresas toparam aderir à balela, num total de 29 usinas. Mais especificamente, as empresas dos estados governados pelo PSDB, técnica ou politicamente, não interessa; não aceitaram travar suas tarifas e não tiveram suas concessões renovadas.
Eu também tomaria esta decisão. "Minhas" usinas já estavam com seus investimentos pagos e eu poderia entrar nos leilões em condições de oferecer valores de tarifa mais baixos que os concorrentes e ainda ganhar muito dinheiro. Ou seja, a ação seria ganha x ganha entre a empresa e o cliente.
Só que a vingança veio a cavalo. E pra variar, de forma sórdida e camuflada.
Numa atitude vergonhosa, e totalmente contra o consumidor, o poder concedente, leia-se o governo, determinou uma tarifa de referência de R$ R$ 137,00 por MWh, como forma de garantir o faturamento previsto no ajuste fiscal de R$ 17 bilhões, com faturamento de 65% ainda em 2015.
Só que as tarifas praticadas atualmente pelas concessionárias estão da ordem de R$ 36,00 por MWh e não se afastaria muito deste valor, se os leilões fossem realizados nas bases históricas que se vinha aplicando até então. Isso representa 252% a mais, a serem pagos pelos consumidores.
Conforme já escrevi aqui, inclusive rebatendo o otimismo manifesto do ministro das minas e energia, sabendo que existira enorme dificuldade de se conseguir crédito e aprovar leis que viabilizam a operação, o leilão ia gorar. De cara, foi adiado do dia 6 para o dia 25 próximo, mas nem os chineses se animaram a por a mão no bolso sem o auxílio luxuoso dos bancos federais, quebrados igual arroz de terceira. O aumento é de 252 por cento.
Fica então o registro de que teremos mais um saque nos bolsos, pois a venda da energia desses empreendimentos, por valores mais baixos, um dos pilares do programa anunciado pela soberana para reduzir a conta de luz, foi pro saco. Mais um estelionato eleitoral que se configura. É só anexar no processo do TSE.
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