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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Uma Nova Cheia Recorde?


O que se vê aí em cima é o painel de controle e demonstração do Serviço Geológico do Brasil - CPRM para os níveis máximos históricos registrados para Rio Negro em Manaus desde se iniciou seu acompanhamento em 1902. Representa a cota da linha d´água em relação ao oceano Atlântico. Portanto, dá prá ver porque estamos na Planície Amazônica: estamos a cerca de 3.000 km do mar e somente a 20 e poucos metros de altura. Uma verdadeira mesa.
Muito mais que uma curiosidade e ponto turístico, a régua linimétrica (o nome oficial do serviço) representa o acompanhamento da evolução das águas do rio em seus ciclos semestrais de vazante e enchente, permitindo orientar os encarregados da defesa civil nas ações preventivas e de socorro às comunidades.
Um fenômeno cíclico que teve seu ápice em 2009 quando a cota atingiu 29,77 m e várias ruas, do centro da cidade inclusive, foram inundadas por semanas obrigando a prefeitura a improvisar passarelas e diques para tentar manter a normalidade do comércio e outras atividades na região.
Isso no que se refere à capital. No interior, bairros inteiros (e muitas vezes mais da metade de cidades e vilarejos) são alagados.

Pois esse ano espera-se que seja superada esta marca. A continuar no ritmo aual de elevação, a subida do rio Negro este ano pode superar em quase 90 centímetros a cheia de 2011, quando as águas alcançaram a marca de 28,62 metros e a de 2009 que chegou a 29,77 metros (foto acima), atingindo 29.96 metros.Embora ainda não se possa precisar com certeza se teremos a maior cheia de todos os tempos, é bem possível que isso ocorra.
No interior do Estado, já se tem mais de 27 mil famílias afetadas e os orgãos de defesa civil estadual e federal já de desdobra no auxílio para todas essas pessoas.
De acordo com estes orgãos, até hoje 18 municípios estão oficialmente em alerta no interior do Amazonas e apesar dos decretos municipais, não cabe a prefeitura fazer anúncio de calamidade ou emergência. Dos 18 municípios que já decretaram estado de emergência, nove ficam na região do Alto Solimões, onde se localizam as áreas mais afetadas do Estado.
Vamos acompanhar e registrar aqui esse fenômeno que, apesar de belo e imponente, é devastador para nossos irmãos ribeirinhos.

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