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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

E Não Me Chamem de Preconceituoso

Escrevi AQUI pela primeira vez sobre a maciça presença haitianos que migravam para o Amazonas e o Acre, estimulados pela política de assistência humanitária do Brasil, líder da equipe de ajuda àquele sofrido país. Na ocasião eram em torno de 3.000, orientados e expoliados pelos coiotes, muitos dos quais brasileiros. Hoje já se fala em mais de quatro mil.
Nesse meio tempo, várias reportagens foram divulgadas na imprensa local e nacional, com manifestações lacrimosas de políticos, ongueiros aproveitadores, jovens solidários, etc; mas nada que fosse efetivamente concreto para ajudar esse cidadãos do mundo, exceto as coletas locais de donativos.
Depois que o governador veio a público e reclamou mais veementemente, inclusive sendo alvo de fortes ataques pela rede social, (antes de mais nada, não sou partidário do Omar Aziz, não tenho nada de negócios com o governo, não recebo bolsas nem benesses e, portanto, não estou advogando o turco); foi que o governo federal sinalizou, repito, sinalizou, mas grana na conta não caiu nunhuma; que iria transferir R$ 1.300 mil para os estados que recebiam as levas de migrantes (AM e AC), cabendo 900 mil para nossa taba.
Os sérios que conheço e trabalham com os haitianos, falam que o custo do suporte mínimo é de R$ 800,00 por pessoa, considerando um alojamento simples, alimentação e um atendimento mínimo de saúde.
Nossa índole é muito amistosa. Muitas empresas se prontificaram a qualificar a mão de obra, arranjar emprego, manter algum suporte de vida; mas em tão larga escala a coisa se complica. Principalmente se o fluxo se mantém e até amplia.
Muitos deles entraram no Brasil sem passar por uma avaliação médica e portam muitas doenças de natureza fatal e epidêmica, como AIDS, sarampo e malária. Claro que merecem acolhida por razões humanitárias e cristãs, mas é impensável que não passem por uma quarentena, para se ter uma noção real de eventuais riscos epidemiológicos. Todo país civilizado faz isso em defesa de sua população, seja nativa ou não.
O Brasil não fez. O (des)governo federal, responsável pelas fronteiras, se dá conta disso agora, com o caos instalado, revelando mais uma vez sua incapacidade de lidar com problemas reais.
A conta aí de cima mostra que a verba é irrisória e a o resto da conta alta alguém terá que bancar, por mais que os jovens amazonenses decicados à causa berrem em seus facebooks e twetters que é um caso de preconceito da classe média ou um suposta guerra entre os muitos ricos e os que nada têm. A coisa não é bem assim...
Há um risco latente de uma convulsão social SIM. Hoje, nossos irmãos haitianos ainda vivem a ilusão de que logo, logo serão aquinhoados com um emprego, por mais serrergonha ou degradante que seja. À medida que o tempo passar e a esperança se esvair, tudo pode mudar. Os humores se corrompem e ninguém poderá imaginar sua reação.
Portanto, aqueles que hoje acham que é só preconceito, é bom começarem a pensar diferente.

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