Ontem o jornal O Globo publicou uma reportagem sobre a queda de braço em vigor entre as redes de supermercados e seus fornecedores, especialmente dos ramos de alimentação, higiene e limpeza.
Encurralados pela necessária elevação de seus preços por conta de uma conjuntura de inflação crescente e dólar em alta, os varejistas vêm tentando segurar preços para não afugentar mais ainda os consumidores.
O caminho adotado é comprar em volumes maiores e reduzir prazos de pagamento para não ter que repassar aumentos de até 15%, segurando e fracionando as elevações que são inevitáveis e tentando lucrar não mais na unidade, mas no volume..
por causa da safra e ainda tem a questão do dólar. Hoje, a gente não consegue obter a mesma margem. Estamos procurando ganhar no volume de vendas.
Na pressão, consta até a ameaça de troca de fornecedor, um caminho normalmente evitado para anter parcerias antigas, que costumam ser mais vantajosas.
Nos casos em que os aumentos são provocados por mudança de alíquota de imposto, phodel...Não tem jeito de não repassar.
Nos três primeiros meses de 2015, o varejo teve o pior resultado desde o terceiro trimestre de 2003, segundo dados do IBGE, com quedas de quase 2% na comparação com o mesmo período de 2014.
Isto se reflete no Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pela FGV, recuou 2,9% na comparação entre fevereiro e março, o menor patamar desde setembro de 2005, quando a série foi iniciada.
O varejo sabe que, se repassar o aumento de preço para a prateleira, o que está ruim vai ficar pior. O preço está fazendo a diferença com o orçamento do pobre mortal assalariado segurando nas mãos crédito caro e juros altos. Se o comerciante repassar o que tem recebido do atacado, vai afugentar ainda mais o consumidor, assolado que já está e cheio de incertezas com o cenário nacional.
Mas larga de mão disso. Crava 13 e lacra... Tudo está bem e inflação é coisa da imprensa golpista.
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