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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Yellow Cab: A Razão do Sumiço

Via New York Times por Michael M. Grynbaum - Portal UOL com Tradução de George El Khouri Andolfato

Quem já esteve em Nova York e precisou de táxi, os mundialmente famosos Yellow Cabs, por volta de 17:00 horas, teve a impressão que é uma missão impossível. Como nada é obra do acaso ou mistério hollywoodiano, uma reportagem do New York Times desvendou o segredo e apresentou, digamos uma prova científica de que você está certo.

“Não é apenas uma lenda urbana”, disse David S. Yassky, o presidente da Comissão de Táxis e Limusines, que pediu para sua agência investigar o fenômeno. “É uma queda real.”
O horário das 16h às 17h há muito tempo é considerado a maré baixa do serviço de táxi, um momento enlouquecedor quando, em uma aparente violação das leis da oferta e demanda, frotas inteiras de táxis vazios acendem suas luzes de fora de serviço e passam sem parar pelos braços estendidos dos que precisam de seu serviço. Os registros dos aparelhos de GPS dos veículos dão conta que a reduçao da frota fica em torno de 20%. Essa tendência de desaparecimento se mostrou consistente nos dados independente da época do ano ou do dia da semana.
A explicação para a queda da oferta de carros das 17h está repleta de fatores históricos e econômicos do setor de táxis. Muitos veículos são usados por dois motoristas por dia, cada um trabalhando um turno de 12 horas. Para assegurar que cada turno seja igualmente atrativo, os donos de frota programam a troca do turno no meio da tarde, para que cada turno passe por uma das horas do rush.

Mas a troca não pode acontecer cedo demais: uma troca às 14h, por exemplo, exigiria que alguns taxistas iniciassem seu turno na madrugada. E os taxistas dizem que o meio da tarde oferece bom movimento, assim como 12 horas depois, quando as viagens geralmente envolvem pessoas que festejaram até tarde da noite.

Daí a opção pelas 17h. Quando a troca de turno se tornou padrão, o momento não representava um grande problema para os passageiros. Muitas garagens de táxi ficavam situadas no Far West Side de Manhattan, o que obrigava os táxis a fazerem apenas uma curta viagem para 11ª Avenida antes de voltarem para o centro com um novo motorista.

Mas nos anos 80, com a alta dos aluguéis comerciais, as frotas de táxi começaram a migrar para a outra margem do Rio East, particularmente para Long Island City, Queens. A mudança de turno às 17h agora inclui uma viagem por uma frequentemente congestionada Ponte Queensboro, sem contar o trânsito pela cidade. Os motoristas começam a encerrar o serviço entre 16h e 16h30, para assegurar que terão tempo suficiente para chegar até as garagens; para não correr o risco de pagar uma multa de até US$ 30.

Uma das formas de redução do "efeito 17 horas", é a presença crescente de motoristas particulares, mas existem fatores financeiros e culturais associados de força histórica marcante.
“Há mais taxistas mudando turno em Manhattan atualmente do que antes”, disse David Pollack, editor da “Taxi Insider”, uma revista mensal do setor.

Em 2004, a prefeitura adotou uma abordagem mais agressiva, implantando uma sobretaxa de US$ 1 nas tarifas entre 16h e 20h nos dias úteis, em uma tentativa explícita de encorajar mais motoristas a trabalharem na hora do rush vespertina. “Nós acreditamos que a queda de 20% seria ainda pior se não fosse pela sobretaxa”, disse Yassky.

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