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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Tocando o Terror

Essa expressão é muito usada quando se quer demonstrar que alguém está fazendo exacerbados alertas sobre um tema.
Apavorado com a péssima repercussão mundial que deu ao Brasil a recente tragédia ocorrida na serra fluminense, çua inçelença municipal Eduardo Paes divulgou que, dentro do seu plano de implantar o SISPREME - Sistema de Prevenção de Emergência para a cidade do Rio de Janeiro, consta a implantação de uma rede de sirenes de alarme, que informariam a população sobre riscos iminentes de acidentes e/ou catástrofes provocadas por chuvas.
Com a devida vênia, çeu prefeito está querendo tocar terror.
Como seria coerente o cidadão carioca, desprezar seu próprio senso de análise e avaliação, quando olhasse núvens nos ceus e tivesse que decidir: vai chover muito ou pouco? Da outra vez que estas núvens apareceram choveu mesmo, ou o vento espalhou? Alguém tem uma imagem de radar?
E aí começa a chuva: será que a sirene vai tocar? Espero ou já saio correndo?
E a sirene não toca: não é nada! Será que tem energia na sirene?
Para evitar esse problema e auxiliar na administração do volúvel alcaide, que teve de recuar de um xingamento público a uma humilhação vergonhosa à primeira muda e seus filhotes prodigiosos, sugiro que o nobre Dudu DesCUpaeu adote uma rede de matraqueiros públicos.
Prá quem não conhece, MATRACA é um instrumento musical adotado nas celebrações da Semana Santa em substituição aos sinos, considerados jubilosos para o período doloso. Acima mostramos alguns exemplos.
Alguns mascates também o adotam em anúncio de sua passagem nas ruas dos bairros.
Penso que assim que alguns problemas se solucionariam:
  • Acabam-se as dúvidas sobre se as sirenes funcionaram ou não.
  • Geram-se milhares de empregos para apaninguados próprios; quiça uma empresa pública com Conselho de Administração, Diretores, Fundação de Previdência, etc; e todas as falcatruas decorrentes.
  • Contrata-se uma empresa e terceiriza-se parte do serviço, com taxas de sucesso acima dos já tradicionais 6% pois o risco é enorme (pelo menos 30% de periculosidade+10% de insalubridade+10% de penosidade).
  • O alerta seria muitíssimo humanizado em função de saber que um vizinho estaria avisando os demais.

É uma coisa para o Dudu pensar depois do carnaval, claro.

Um comentário:

Regina Brasilia disse...

Minha matraca está nos dedos. Vou digitando tudo o que não consigo - ou não me obrigam a - engolir.

Rede de indignação à toda, Cacique! Salve a matraca.