A Holding Eletrobras fechou 2015 com um resultado negativo de R$ 14,4
bilhões, conforme balanço divulgado
ontem. Isso significa uma piora de 5 vezes o verificado em 2014, quando a empresa fechou com balanço negativo de R$ 3 bilhões. Só lembrando, o resultado de 2014 foi 8 vezes pior que o de 2013; um prejuízo de seiscentos e tais milhões.
A empresa destaca como origem da dificuldade econômico-financeira a provisão de R$ 7 bilhões
para problemas judiciais próximos de liquidação, com destaque para o empréstimo compulsório
de R$ 5,3 bilhões; o brutal prejuízo de R$ 5,1 bilhões das empresas de
distribuição; e impairments de R$ 6 bilhões, dos quais R$ 5 bilhões
somente para a Usina Nuclear de Angra 3.
Do lado positivo, está a reversão de provisão para perdas em
investimentos, que totalizaram R$ 611 milhões, principalmente em função
da reversão de provisão de passivo do ICMS devido pela Amazonas Energia (R$ 1,1 bilhão), já que houve decisão judicial favorável; o aumento de 22,5% na receita de
operação e manutenção no segmento de transmissão, devido ao reajuste
tarifário anual; e pelas
novas receitas decorrentes de investimentos em melhorias e reforços no
sistema.
Houve, ainda, melhora de 146% no resultado de
participações societárias e repasse de Itaipu de R$ 234 milhões. Outro
fator positivo no balanço foi, segundo a Eletrobras, o Ebitda (lucro
antes das deduções de juros, impostos, depreciação e amortização),
ajustado positivamente em R$ 2,8 bilhões, descontados a provisão
judicial e os impairments.
Do lado da receita, também
afetaram negativamente o balanço da Eletrobras a redução de 53% da
receita de venda de energia de curto prazo, na Câmara de Comercialização
de Energia Elétrica (CCEE), reflexo principalmente da queda no valor do
Preço da Liquidação de Diferenças (PLD) e, também, a energia vendida
pela Eletrobrás, Eletronorte e Furnas, a longo prazo, no leilão A-1.
Pelo menos não deram pedaladas (ao menos aparentemente): não foram apurados ganhos com as
indenizações suplementares de transmissão, cujos valores
pleiteados pela Eletrobras são superiores aos contabilizados, mas a ANEEL não homologou
os valores pleiteados pela CHESF e ELETRONORTE. Também não se lançaram resultados semelhantes de FURNAS e
ELETROSUL, pois, embora tenham sido homologados, ainda é necessária a definição pelo poder concedente da forma como o
pagamento da indenização será feito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário