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quinta-feira, 31 de março de 2016

Eletrobras Holding: Prejuízo de Quase R$ 15 Bilhões



A Holding Eletrobras fechou 2015 com um resultado negativo de R$ 14,4 bilhões, conforme balanço divulgado ontem. Isso significa uma piora de 5 vezes o verificado em 2014, quando a empresa fechou com balanço negativo de R$ 3 bilhões. Só lembrando, o resultado de 2014 foi 8 vezes pior que o de 2013; um prejuízo de seiscentos e tais milhões.
A empresa destaca como origem da dificuldade econômico-financeira a provisão de R$ 7 bilhões para problemas judiciais próximos de liquidação, com destaque para o empréstimo compulsório de R$ 5,3 bilhões; o brutal prejuízo de R$ 5,1 bilhões das empresas de distribuição; e impairments de R$ 6 bilhões, dos quais R$ 5 bilhões somente para a Usina Nuclear de Angra 3.
Do lado positivo, está a reversão de provisão para perdas em investimentos, que totalizaram R$ 611 milhões, principalmente em função da reversão de provisão de passivo do ICMS devido pela Amazonas Energia (R$ 1,1 bilhão), já que houve decisão judicial favorável; o aumento de 22,5% na receita de operação e manutenção no segmento de transmissão, devido ao reajuste tarifário anual; e pelas novas receitas decorrentes de investimentos em melhorias e reforços no sistema.
Houve, ainda, melhora de 146% no resultado de participações societárias e repasse de Itaipu de R$ 234 milhões. Outro fator positivo no balanço foi, segundo a Eletrobras, o Ebitda (lucro antes das deduções de juros, impostos, depreciação e amortização), ajustado positivamente em R$ 2,8 bilhões, descontados a provisão judicial e os impairments.
Do lado da receita, também afetaram negativamente o balanço da Eletrobras a redução de 53% da receita de venda de energia de curto prazo, na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), reflexo principalmente da queda no valor do Preço da Liquidação de Diferenças (PLD) e, também, a energia vendida pela Eletrobrás, Eletronorte e Furnas, a longo prazo, no leilão A-1.
Pelo menos não deram pedaladas (ao menos aparentemente): não foram apurados ganhos com as indenizações suplementares de transmissão, cujos valores pleiteados pela Eletrobras são superiores aos contabilizados, mas a ANEEL não homologou os valores pleiteados pela CHESF e ELETRONORTE. Também não se lançaram resultados semelhantes de FURNAS e ELETROSUL, pois, embora tenham sido homologados, ainda é necessária a definição pelo poder concedente da forma como o pagamento da indenização será feito.

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