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sábado, 11 de fevereiro de 2012

Frio Acirra Disputa por Energia na Europa

A manchete-título é de um artigo de Jamil Chade correspondente do Estado de São Paulo em Genebra.
Sabe-se que a extemporânea e anômala onda de frio já provocou mais de 500 mortes na Europa nos últimos dez dias. Com isso, os requisitos de energia subiram vertiginosamente, o que obrigou os governos a reverem suas políticas energéticas e acendeu (desculpem o trocadilho infame) enormes disputas diplomáticas entre eles.
Eu escrevi AQUI na Tribo ano passado que tia Angela Merkel estava blefando quando, logo depois do acidente de Fukushima, anunciou que a Alemanha iria desativar suas usinas nucleares até 2022. Disse que seria impossível em tão curto tempo face à imprtância dos termoreatores na matriz energética teuta. Leia para ver mais detalhes.
Pois Berlim decidiu ontem religar oito usinas nucleares que estavam fora de serviço, das 17 existentes. Sem a matriz nuclear em total operação, as empresas alemãs de energia alertaram que poderiam ter problemas para o suprimento da enorme demanda.
Prá tirar as broncas, as operadoras alemãs anunciaram que retornar com as usinas para o sistema foi apenas prevenção.
Os e o-xiitas pularam igual pipoca ao retomarem o argumento de que a Europa não tem uma alternativa viável para substituir as usinas nucleares, o que corrobora o artigo deste cacique em 2011. Entidades como o Greenpeace consideraram a atitude de Merkel uma "traição" e um sinal de fraqueza diante do lobby da indústria nuclear.
O frio já fez o consumo de energia bater recordes em países como França, Espanha e Suíça. Em países menores como a Bulgária, chegou-se a ter mais de 130 cidades sem energia nesta semana. Em vários lugares os exércitos chegaram a assumir a distribuição de alimentos, para evitar saque e tumultos. Em vários lugares regiões inteiras estão isoladas.
Ainda não foi "posto nos jornais", mas o preço de energia vai disparar. As comodities õleo e gás tiveram altas significativas nas bolsas de valores; ainda mais gravado pela recente retomada da insana ameaça iraniana e suas usinas nucleares, face à posição da Europa em apoiar a imposição de sanções aos Ayatolás.
No meu post tratei também da enorme dependência da Europa (principalmente a Alemanha) do gas russo e o frio evidenciou ainda mais este fato, tanto que uma das maiores empresas russas do ramo, a Gazprom anunciou que havia reduzido em um terço o envio de gás para a Europa, já que precisaria atender sua própria população.
Pertinho de querer ser dono da nova Rússia, o primeiro-ministro Vladimir Putin, ainda chegou a "pedir" que a Gazprom fizesse o necessário para atender os parceiros europeus, mas sem aumentar a exportação.
Os demais líderes europeus reunidos no parlamento da comunidade em Bruxelas, acharam que as declarações de Putin estariam beirando a ameaça, numa demonstração de quanto a Europa é dependente dele. As reduções estão girando na faixa de 12 a 15% do volume de gas circulante no extensos gasodutos do leste e norte da terra de Stalin.
Portanto, um grande e grosso pino espera dona Angela em sua cadeira de chanceler. Nâo dá prá tocar o país com gases exclusivamente gerado pelos PUNS oriundos do chucrute. Sente com calma, reflita sobre suas palavras e consulte seus especialistas antes de fazer média mundo afora, como uns e outros que (des)governam ao sul do Equador.

Um comentário:

Rose disse...

Só você pra me fazer morrer de rir com um assunto tão sério, mas a matéria é digna de um mestre.