Para quem não conhece o termo Xeleléu, ou cheleléu como preferem outros, é usado no nordeste para designar o bajulador, o adulador, o baba-ovo, o puxa-sacos. O substantivo é comum de dois gêneros, daí existir a Xeleléu.
Especificamente no nosso caso, como a bajulada-mor não dispõe do objeto da puxada ou da babação, passa o(a) personagem a ser chamado de Cheira-Calçola.
O que importa é que o xeleléu é um(a) sujeito(a) deplorável, que faz de tudo prá se dar bem, igual a alguns (e não são poucos) membros da imprensa e parlamentares. Por digo que...
No Nordeste todos sabe,
O que é um xeleléu.
Que num pode vê um saco,
Prá num deixá-lo ao léo.
Corre, agarra, baba e cheira,
Todo e qualquer coronel.
O que é um xeleléu.
Que num pode vê um saco,
Prá num deixá-lo ao léo.
Corre, agarra, baba e cheira,
Todo e qualquer coronel.
Nesses tempo de hoje em dia,
Pode até lhe parecer.
"xeleléu é coisa rara,
Talvez num possa se ver".
Isso é que pensa os bão,
Gente como eu e você.
De xeleléu aí tá cheio,
Onde Cê anda Cê vê.
Pode até lhe parecer.
"xeleléu é coisa rara,
Talvez num possa se ver".
Isso é que pensa os bão,
Gente como eu e você.
De xeleléu aí tá cheio,
Onde Cê anda Cê vê.
Vê dona deelma andando...
Quase num pisa no chão.
Sai lenço de todo lado,
Todos já vira chorão,
Na emoção do que diz,
Aquela lá dos dentão,
Quase num pisa no chão.
Sai lenço de todo lado,
Todos já vira chorão,
Na emoção do que diz,
Aquela lá dos dentão,
Sem falar nos que imprime,
Aqueles tar de jorná.
Puxa os saco que nem doido,
Num cabe nem no imborná.
Mas como quem manda é muié,
E essa coisa desconsola,
Se num pode puxar o saco,
Então cheira é a calçola.
Aqueles tar de jorná.
Puxa os saco que nem doido,
Num cabe nem no imborná.
Mas como quem manda é muié,
E essa coisa desconsola,
Se num pode puxar o saco,
Então cheira é a calçola.
No congresso, nem se fala,
De xeleléu lá tá cheio.
Senadô ou deputado,
Diz sim. E nem sabe d'onde veio.
Num interessa pro povo,
Se dane. O bolso tá cheio
De xeleléu lá tá cheio.
Senadô ou deputado,
Diz sim. E nem sabe d'onde veio.
Num interessa pro povo,
Se dane. O bolso tá cheio
O coroné Ludugero,
Ômi bom, honesto e Justo;
Já dizia pro Otrópe,
Seu escudeiro fiel.
Tu pensa que é sabido,
Mas tu é um xeleléu,
O teu lugar tá garantido lá no céu.
Ômi bom, honesto e Justo;
Já dizia pro Otrópe,
Seu escudeiro fiel.
Tu pensa que é sabido,
Mas tu é um xeleléu,
O teu lugar tá garantido lá no céu.
Coroné Ludugero é um personagem de Luiz Jacinto Silva (Caruaru, 1929 - 1970), criado para a Rádio Clube de Pernambuco, inicialmente sozinho contando as estórias do nordeste e depois acompanhado de figuras de apoio, destacando sua esposa Felomena e seu fiel escudeiro Otrópe. Sua trágica morte em um acidente de avião que caiu na baía do Rio Guajará a poucos instantes do pouso em Belém, causou enorme comoção no norte-nordeste, pelo carinho que tinham seus admiradores, inclusive o cacique aqui, um menininho ainda. Em Caruaru, a Vila do Forró reproduz a casa de Ludugero e Felomena. Ouçam Ludru falando do xeleléu.
11 comentários:
Ha ha ha!
Muito bom... fala as verdades com ironia e simplicidade.
Fico imaginando o cordel com sotaque e morro de rir!
E a musiquinha complementa o humor
Parabéns Cacique!
Oi amigo,
Amigo querido, amei. O talento vem de Deus e devemos colocá-lo a serviço de todos. Obrigada por sua disponibilidade.
Mas, para os "cheira calçola"acho que o lugar está garantido mas não é no céu. rssssss
Feliz da vida!!
Como sou muito chata e exibida, tô adorando ser a primeira a comentar... rááá!
Bão...tá dimaisdaconta dibunito, sô!!
Eu adorei, meu amigo, e fico orgulhosa de ter ajudado a instigar esse talento todo que estava aí, meio adormecido, e que veio pra nos encantar!
A trilha musical perfeita! Me rachei de rir com o Xeleléu, muuuuito bom!! E a capa do LP (CBS) é um show à parte!
Tenho certeza de que é o início de uma categoria que vai trazer muitos leitores fiéis pra Tribo, e é isso que a gente quer, não?
Beijoooooooooo
Coronel Ludegero é uma figuraça.. rss um personagem q resiste a passagem do tempo. As quadrilhas juninas sempre lembram essa turminha de humoristas nordestinos que encantavam todo o país com seu modo simples de falar e não é q a arte imita a vida por aqui? rss Muito bom relembrar essas pérolas do nordeste.. meu nordeste q tanto amo. Valeu Cacique.
O pior do xeleléu é que fa tudo isso e, depois, conta vantagem de que 'AMIGO"do HOMEM.
Ambos desmoralizados? Nada, ambos postos por cima, na hora que deveria ficar por baixo. Triste fim do POLICARPO QUARESMA que luta, luta e ZERO alcança.
voltar a linha do tempo é sensacional, na minha infância as figuras do CORONE LUDUGERO, A FELOMENA E DO OTRÓPE, nos programas de rádio da região nordeste, é uma maravilha
reviver esse momentos, PARABENS CACIQUE!!!
Hahaha conheço inúmeros Xeleléus...Tenho noje, asco, ojeriza, e tudo o que vc possa imaginar....
Isso é muito bom, demais da conta, sô!
Sempre muito bom receber suas visitas. Hoje, em especial, por ser a "estréia" numa área em que tataeio. Gostei dessa idéia dos "Cordéis da Sexta". Prometo caprichar sempre. Agradeço o incentivo lá no twitter, os comentários e o apoio. E eu não sou xeleléu não tá? Gosto mesmo de vocês.
Minha agente Sônia, querida e admirada: "Nun carece de ficar dando muxoxo nem ficar capionga viu" (tradução: Não precisa ficar fazendo Humpf nem ficar tristinha)? Seus cordéis serão mantidos e serão exclusivos. Um já foi e outros irão...
Que delícia! adorei tudo! é ótimo ver o bom-humor usado para denúncia. em suma abaixo os xeleléus da vida!
Vixe, cacique Ajuricaba, este sítio onde sua tribo tá plantada é bom mermo, caba. Apois, vou divulgar seu link no blog que escrevo. Raspando lá do fundo da gamela, eu tenho também uma ligação tribal: com os Piagas tupis que habitaram o antigo Piaguhy(Piauí). Mano, parabéns pela disposição à luta (literal, literária, política, o escambal!).
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