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domingo, 24 de julho de 2011

Soft Landing Requer Bons Pilotos e Clima Favorável



Prá quem arrotava aos quatro ventos que "lutaria contra a inflação com todas as armas e com todas as forças", dona deelma arregou muito rápido. A que se dizia uma arara, nessa sexta-feira já chegou com uma conversinha mole de que todos os planos do governo estão sendo mantidos para atingir as metas de superavit primário. "Estamos criando um quadro para a inflação sob controle".
Porém, na hora das perguntas, algum incauto mal instruído perguntou sobre a taxa de inflação...Pronto. Queimaram os dois neurônio. Gaguejou, pigarreou ameaçou latir mas não respondeu de forma precisa. O melhor que saiu foi "que o governo optou por manter a economia crescendo de forma consistente, embora num ritmo menor do que em 2010". Ou seja: chongas.
Achando pouco, largou o primor de "política de convergência de curtíssimo prazo teria um efeito danoso para a economia", dando a entender que o (des)governo está satisfeitíssimo com a previsão prá lá de otimista de que a inflação fique pouco acima de 6% neste ano. Segundo a governanta, "Não queremos inflação sob controle com crescimento zero".
Entusiasmada com o desempenho do professor Joel Santana na língua de Sheakspeare, enveredou numa tradução literal da expessão que usamos no título desse post. "Estamos fazendo o chamado pouso suave, com uma taxa de crescimento e de emprego adequadas para o país".
A expressão Soft Landing é usada pelos especialistas da área para expressar situações em que ajustes não são realizados de maneira brusca e sim buscando adequar todos os fatores que compõem o cenário macro-econômico.
Além de não entender poha nenhuma do tema, não tem assessores que prestem e saem essa pérolas. A falta de informações sobre "detalhes" como notória alta de preços, fuga da meta pela inflação, taxas altas de juros, desindustrialização, crise econômica não de nível de marolinhas, taxa de câmbio inversa ao tipo de exportação brasileira, etc; levam a assertivas do tipo "Você acha que a gente pode fazer alguma coisa se a gente não sabe se o pessoal está brincando na beira do abismo ou se já criou uma rede de proteção?", numa referência à situação econômica nos EUA e na Europa. "O mundo está andando de lado. Deixa ele andar um pouco para frente que a gente decide".

Bom...Pelo menos melhorou quanto a mudanças na natureza. O nove dedos já havia usado versões do mundo quadrado para explicar comportamentos econômicos. Agora a comparação já passa aser com carangueijos.
O fato é que, com licença de meu guru aeronáutico o comandante @barenna; atrevo-me a dizer que pousar com delicadeza e suavidade requer, além de muita habilidade, competência e experiência; condições climáticas favoráveis, senão a coisa pode se complicar.


Um comentário:

Ari.souSPORT.Jr disse...

Ótimo post, Cacique! Acabei de apresentar seu blog a uma tinha, juíza federal, que vive em Brasília, e assim como você, luta para desmascarar esta turma de lobos travestidos de cordeiros.

De minha parte, gostaria de ser mais incisivo nesta batalha, mas reconheço que me desanimo diante da própria cultura de resignação do nosso povo.

Nós pernambucanos temos uma história de luta, com mais de 30 revoltas contra a injustiça e os desmandos ao longo das eras. Mas eu pergunto: Aonde foi parar este espírito?

Os que criticam Lula, Deelma, defendem outros quadrilherios como Alckimim, que acaba de assinar um contrato criminoso para a construção de um estádio particular com dinheiro do povo (entre outras maldades)?

Meu pai defende a seguinte tese: "se não tem jeito, e é tudo ladrão, que pelo menos haja alternância de poder". É um curativo numa lesão que precisa ser operada. Ou seja, de nada adianta.

Um belo dia, quem sabe, não sentaremos para tomar umas cervas, comer um churrasco e alinhavamos algo como faziam nossos bons ancestrais pernambucanos, não é?

Abraços e parabéns pelo seu sério e ao mesmo tempo divertido blog.