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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Aumentando o Grau de "Envergonhamento"

Não bastasse a citação histórica atribuida a Charles de Gaule segundo a qual "O Brasil não é um país sério"; referendada por recusas sistemáticas de vistos de entrada ou entrevistas que redundaram em impedimentos de acesso por departamentos de imigração mundo afora, estas últimas em volume assustador e que mereceriam ações enérgicas de nossa diplomacia; soma-se o achicalhe provocado em vários países da União Européia pelo carinhoso abrigo ao assassino Battisti, e nosso querido Brasil é mesmo motivo de muita vergonha internacional.

Isso já se estendia aos poderes legislativo, executivo e judiciário. Agora, também chega bem pertinho de nosso sistema de administração de ativos financeiros. Já escrevi AQUI, sobre o efeito de Governança que atinge hoje as ações da Vale e da Petrobras e, por tabela, outras empresas também com negócios na bolsa; pois então some-se também o embróglio da suposta fusão Pão de Açucar - Carrefour e a merda vira boné de vez.

O grupo varejista francês Casino (leia-se Cassinô) informou através de seu presidente Jean Charles Naouri (foto que abre esse post) que, como maior acionista do Pão de Açúcar, "vai analisar os documentos que está recebendo" sobre a proposta de fusão com o Carrefour para tomar uma decisão na próxima assembleia de acionistas da Wilkes, controladora do Pão de Açúcar, marcada para 2 de agosto.
O grupo afirma fortemente que comprou em 2005 o direito a ter o controle do Pão de Açúcar a partir de 2012 e que "não abrirá mão deste direito", conforme fartamente relatado por toda imprensa e jornalistas especializados na área. Jean-Charles também se reuniu na segunda-feira (04/07) com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para discutir a proposta e a participação do banco.
Sabe-se que o Casino nas últimas duas semanas aumentou a sua participação no Pão de Açúcar em cerca de 10%, saltando de 33% para 43%, investindo U$ 1,2 bilhões na companhia e que tem classificado de hostis as intenções do Carrefour, seu principal concorrente na França, com a operação de fusão com o grupo brasileiro com o inexplicável apoio financeiro do Banco Fomento Brasileiro.
Jean-Charles Naouri chegou a usar o termo Expropriação pelo empresário e seu sócio Abílio Diniz, amigão de primeira hora do nove dedos, e que o Grupo Pão de Açúcar era em 1999 um negócio medíocre, acrescentando expressões como “traição” e “insulto” para definir o impasse atual, considerando que seu sócio violou mais do que um acordo de acionistas e falou em má-fé.
Não descartando um eventual acordo, afirmou que “É uma negociação complexa a ser feita e nos parece que está sendo assentada numa base estratégica errada”.
De qualquer modo, fica claro que a intenção do Casino não é só fazer cumprir o contrato, mas assumir a direção do grupo em 2012, pelo bem do crescimento que, por certo, será mais proveitoso e rentável para acionistas, clientes, fornecedores e para nós contribuintes, já que não envolverá nossos impostos na bandalheira.
Como nossas autoridades parecem totalmente envolvidas na canalhice, fico feliz que a reação do Casino tenha sido tão contundente, alertando que caberá inclusive recurso a cortes arbitrais internacionais, pois entende que a negociação de fusão foi feita de forma "secreta".

Claro que o santo Abílio Diniz nega ter descumprido o acordo e que procurou Naouri para rever o acordo que prevê a transferência de controle para o Casino há dois anos, e que na ocasião este teria dito que "tudo é possível de ser conversado". Mas alertou que depois de ter investido US$ 2 bilhões, esperado 13 anos e pago duas vezes o prêmio de controle seria muito difícil de haver acordo.
Ao ser perguntado pelo jornal O GLOBO se ele se sentia traído, Naouri afirmou: “quando soube da questão da traição, do que ele fazia e negociava, fiquei muito desapontado, pois quando Diniz procurou no mundo inteiro investidores, eu fui aquele que aceitou. Fiz essa aposta e estou muito contente com o desenvolvimento do Pão de Açúcar e do Brasil”.
Acrescentando detalhes que tornam a estória mais sórdida, Naouri contou soube que Abilio Diniz estava em Paris em 15 de abril e que não havia contado, sendo avisado por terceiros. Quando perguntou a ele se estava negociando alguma coisa e com quem, teve como resposta "Não tenho nada a dizer a você" e aí pegou santo, com justa razão.
"Não procuramos uma guerra judicial, não se pode inverter o papel de agressor e agredido. Nós somos a vítima".
O fato é que, nosso Banco de Desenvolvimento perdeu seu S passando a ser apenas incentivador de grandes grupos que contribuem fortemente para as campanhas (isso é o que já se sabe) dos partidos e membros da base alugada, contribuindo para que paguemos a maior carga tributária proporcional ao serviço público oferecido de toda a galáxia.

2 comentários:

Anônimo disse...

Estamos num mato sem cachorro. De qualquer maneira nosso comércio varejista será dominado por gringos. #Oremos. opcao_zili

Anônimo disse...

OLÁ AJURICABA.

SE CORRER O BICHO PEGA , SE FICAR O BICHO COME.

ESTAMOS FU.............................DIDOS.