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domingo, 12 de junho de 2011

Deslocando a Indústria Para O Interior

Baseado em artigo de Antonio Ximenes - Jornal A Crítica
Um dos maiores males que assolam as grandes cidades é o fluxo migratório descontrolado daqueles que buscam solução prá suas poucas ou nenhumas oportunidades em seus locais de origem. Resultado: favelas e mais favelas proliferam em todas elas.

Entre outras soluções está a fixação do homem em seu torrão natal, permitindo que lá ele tenha como gerar seu sustento.

Pausa para emendar...
Tido e havido como energético potente e natural, o Açaí virou febre nacional (e internacional) já há algum tempo. Os praticantes de atividades físicas extenuantes o adotaram como repositor e alimento, tornando o fruto muito conhecido.
Entretanto seus processos de extração e produção são muito rudimentares e amadores, comprometendo a obtenção de grandes volumes e até da segurança alimentar, uma vez que se descobriu que o inseto "barbeiro" habita as palmeiras de açai e estavam sendo moídos junto com os frutos, causando Mal de Chagas, aquela doença degenerativa do músculo cardíaco.

Juntando a existência de mercado com a capacidade de produzir em escala industrial, gerando emprego e renda, fixando o homem ao campo e mantendo padrões de higiene adequados,
foi inaugurada a fábrica Wotüra, em Benjamin Constant (a 1.116 quilômetros de Manaus), no Alto Solimões, tríplice fronteira Brasil-Colômbia-Peru, uma das maiores áreas de contrabando no país, pela existência de vasta rede de rios e lagos que permite toda sorte de bandalheira.

A unidade tem capacidade de armazenar 120 toneladas e produzir inicialmente 8 toneladas de polpa com investimento de R$ 1,8 milhões, com financiamento parcial da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam). Duzentas e cinquenta famílias, inicialmente, serão beneficiadas porque toda a produção delas serão compradas ao preço mínimo de R$ 0,70 o quilo.
Mais à frente, com as encomendas em fase de negociação com os Estados Unidos, Colômbia e região Sudeste do Brasil, bem como da merenda escolar do governo do Estado, outras 750 famílias deverão ser incorporadas a carteira de fornecedores da empresa. As negociações com os americanos incluem não só o açaí mas outras frutas da região, como abacaxi, taperebá, camu-camu, maracujá e outros, aumentando o alcance social (não gosto desse termo, mas é uma real aplicação)
Pelo lado da Colômbia, a exportação será facilitada pela existência de linhas regulares de voos de Letícia (cidade da fronteira do lado colombiano) para Bogotá.
Em São Paulo e Rio de Janeiro também já há empresários interessados e receber o produto final. Com a tecnologia de pasteurização, o famoso açaí de Benjamin Constant ganha escala nacional e internacional, já que o transporte da polpa congelada é perfeitamente adequado às normas sanitárias determinadas pelo Ministério da Agricultura e reconhecidas internacionalmente.

A região é belíssima embora perigosa. Oxalá seja esse um ponto de referência para seu desenvolvimento lícito.

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