Realizou-se entre 23 e 25 pp, em Fortaleza/CE; o I Simpósio de Queijos Artesanais do Brasil, um evento promovido pela EMBRAPA Agroindústria Tropical e Universidade Federal do Ceará, com a pouquíssima divulgação habitual da imprensa nacional.
Na pauta, a discussão das pequenas, e geralmente artesanais e familiares agroindústrias de produção de alguns dos melhores queijos do mundo, de ponta a ponta destas plagas tupiniquins, como os queijos serranos do RS e SC; queijo do Salitre, Canastra, Serro e Araxá/MG, queijos de coalho e de manteiga do Nordeste; queijo de búfala da Ilha de Marajó e outras especiarias regionais.
Registro uma curiosidade: nos intervalos, costumeiramente chamados de coffee break, neste evento foram denominados cheese break, e se permitia aos participantes degustar um sem número de tipos dos mais badalados queijos brasileiros, puros ou temperados.
O grande apogeu foi a Elaboração e Apresentação da proposta chamada de Carta de Fortaleza; uma cobrança de definição das Políticas Públicas para proteção de queijos artesanais; além do papel das instituições brasileiras de pesquisa, ensino e extensão na produção de queijos artesanais do Brasil e sobre o registro de alimentos tradicionais como patrimônio cultural imaterial em seus limites e possibilidades
Paralelamente, houve a Feira de produtos, equipamentos, tecnologia de fabricação e Exposição dos queijos artesanais do Brasil
Por que ponho este tema aqui? Porque acho que os queijos artesanais brasileiros, preparados com leite cru (não pasteurizado), estão correndo o risco de extinção.
E essa é também a opinião de produtores, acadêmicos e associações sem fins lucrativos, que estiveram reunidos em Fortaleza, no Simpósio.
"É mais que um alimento, é uma expressão profunda da nossa forma de vida", disse Kátia Karan, do movimento a favor da pequena produção, não importando se o queijo é feito no Rio Grande do Sul, nas serras de Minas Gerais, no agreste nordestino ou nas terras alagadas da ilha de Marajó. Cada um deles leva consigo as características do clima, pastagem, tradições e até do tipo de bactéria desenvolvida em cada região, seguindo muitas vezes centenárias receitas familiares.
Acontece que a rigorosa legislação federal e seus entraves burocráticos, impede, por exemplo, que esses produtos de leite cru circulem no país, ou qe sejam submetidos aos extremos de cumprimento de uma série de exigências tão extravagantes que inviabiliza o consumo dessas delícias longe das cidades onde são produzidos.
Com regra geral, sabe-se que legislação federal é arcaica (1952), baseada no "higienismo" da produção industrial e nas normas internacionais de trânsito de alimentos, que impõe "padrões inatingíveis para os pequenos produtores em nome da saúde".
Tudo parte do princípio de que o leite precisa ser pasteurizado e detona de uma vez a cultura de queijos produzidos há centenas de anos por causa de um conceito estreito de saúde, nas palavras até de Helvécio Ratton, diretor do documentário "O Mineiro e o Queijo".
Basta andar por essas cidades e vilas, fazendas e sítios e saber que em todas elas se tem figuras familiares de mais de 100 anos. E todos comem queijo "no balde".
Encontrar até que se encontra, mas é coisa do "mercado informal" desses queijos, seja nas próprias cidades, seja entre Estados. Embora não se enquadrem nos rigores da lei, isso não quer dizer que eles tenham problemas. Ilegal é narcotráfico.
Para o Ministério da Agricultura, o Estado "nunca esteve contra os pequenos produtores. A gente não quer proibir, mas a questão é que precisamos regulamentar esse setor", diz Clério Alves da Silva, chefe do serviço de inspeção de produtos de origem animal em Minas.
As palestras e documentos relativos ao evento, então no link a seguir, incluindo a Carta de Fortaleza
Paralelamente, houve a Feira de produtos, equipamentos, tecnologia de fabricação e Exposição dos queijos artesanais do Brasil
Por que ponho este tema aqui? Porque acho que os queijos artesanais brasileiros, preparados com leite cru (não pasteurizado), estão correndo o risco de extinção.
E essa é também a opinião de produtores, acadêmicos e associações sem fins lucrativos, que estiveram reunidos em Fortaleza, no Simpósio.
"É mais que um alimento, é uma expressão profunda da nossa forma de vida", disse Kátia Karan, do movimento a favor da pequena produção, não importando se o queijo é feito no Rio Grande do Sul, nas serras de Minas Gerais, no agreste nordestino ou nas terras alagadas da ilha de Marajó. Cada um deles leva consigo as características do clima, pastagem, tradições e até do tipo de bactéria desenvolvida em cada região, seguindo muitas vezes centenárias receitas familiares.
Acontece que a rigorosa legislação federal e seus entraves burocráticos, impede, por exemplo, que esses produtos de leite cru circulem no país, ou qe sejam submetidos aos extremos de cumprimento de uma série de exigências tão extravagantes que inviabiliza o consumo dessas delícias longe das cidades onde são produzidos.
Com regra geral, sabe-se que legislação federal é arcaica (1952), baseada no "higienismo" da produção industrial e nas normas internacionais de trânsito de alimentos, que impõe "padrões inatingíveis para os pequenos produtores em nome da saúde".
Tudo parte do princípio de que o leite precisa ser pasteurizado e detona de uma vez a cultura de queijos produzidos há centenas de anos por causa de um conceito estreito de saúde, nas palavras até de Helvécio Ratton, diretor do documentário "O Mineiro e o Queijo".
Basta andar por essas cidades e vilas, fazendas e sítios e saber que em todas elas se tem figuras familiares de mais de 100 anos. E todos comem queijo "no balde".
Encontrar até que se encontra, mas é coisa do "mercado informal" desses queijos, seja nas próprias cidades, seja entre Estados. Embora não se enquadrem nos rigores da lei, isso não quer dizer que eles tenham problemas. Ilegal é narcotráfico.
Para o Ministério da Agricultura, o Estado "nunca esteve contra os pequenos produtores. A gente não quer proibir, mas a questão é que precisamos regulamentar esse setor", diz Clério Alves da Silva, chefe do serviço de inspeção de produtos de origem animal em Minas.
As palestras e documentos relativos ao evento, então no link a seguir, incluindo a Carta de Fortaleza
Cuidados na produção e transporte sim, proibição, NUNCA...Por que não posso receber aqui em cima um queijinho mandado por meus amigos do Rio Grande ou das Minas; e mandar prá eles um frescal de búfala aqui do Careiro?
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