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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Cordelista Visitante 4: Não Fornicar a Mulher do Próximo

“Hoje acordei invocado.”
Diria um ex Manda Chuva
Fazer cordel programado
É o cão chupando uva
“Palhaço” metido à poeta
Tem essa contradição
Na alegria “pega leve”
Na desgraça “pesa a mão”.

Mas já que estou “no duro”,
Prometo ser justo e perfeito
Não ficar em cima do muro
Nem cantar no tucano jeito
Que protesta como gazela
E à segura distância, o Leão
Sonhando que aqui é Inglaterra
E brasileiro é anglo-saxão

Nem sequer versar no anverso
Como o Partido Petista
Que mesmo nascido em S.Paulo
Garra falar mal do paulista
Dividindo branco do negro
Dividindo o Sul do Norte
Dividindo conosco o azar
E guardando prá si a sorte

Outros que não dou valia
São os comunas do B
Que na dieta de Governo
Só fizeram emagrecer
Mas agora à mesa farta
Não posam mais de bons moços
Refestelam-se no banquete
E locupletam seus bolsos

Partido é o que não falta
Dizendo representar
As necessidades do povo
Na hora da gente votar
Mas que lá em cima depois
Que a urna se apurou
Passa o apuro prá gente
Esquecendo quem neles votou

Prá nenhum dou atestado
De boa fé e conduta
Hoje se tem mais garantia
Na honestidade da p*ta
Que entrega o que vende
E deixa testar seu valor
Tem bem merecida paga
Ainda que por falso amor

Já um eleito deputado
Em Brasília está por promessas
E quando se vê empossado
Se esquece da “goma” depressa
Aquela de “enrola povo”
Paga com total confiança
Mas o produto que entrega
É f*der nossa esperança

Que quero dizer com isso?
É que na nossa eleição
Se apresenta um catálogo
Prá venda na televisão
Escolhe-se por belo ou feio
Por lembrado ou esquecido
E dá-lhe muito fotoshop
Prá vender produto vencido

É fácil de se prever
Como funciona o eleitor
Que na hora de votar
Pensa igual consumidor
Compra, crendo em milagre
Usando, tem raiva profunda
Sem ter com quem reclamar
Enfia tudo na bunda

Pensar que um dia Brasilia
Seria a Capital da Esperança
Eu era um ingênuo menino
Acreditava como criança
Depois de 50 anos
A gente enfim descobriu
Inatingíveis àquela distância
Bom é quando estavam no Rio.

Agora entendi Niemeyer
E sua visão comunista
Em ninho de burocrata
É deles a grande conquista
Uma paulada em dois coelhos
Construíram sua Democracia
Bem longe da raia miúda
Bem longe da burguesia

É assim que o diabo gosta
E até eu, menos esperto
Todo o malfeito é bom
Todo o malfeito é certo
Já dizia Deus na Pedra
“Não cobice a mulher alheia”
Mas se o próximo tá distante
Só não fornique mulher feia

ALÔ! ALÔ! CRIANÇADA!
O ESPETÁCULO SE ACABOU:
Hoje teve “CORDELADA”?
- Teve SIM sinhô!
Hoje teve “GO BOIADA”
-Teve NÃO sinhô!
E o ELEITOR o que é?
- O BOM E VELHO MANÉ.

5 comentários:

Barenna disse...

Pb, você não acredita a felicidade que fiquei quando meu pai anunciou que iríamos morar em Brasília, ele trabalhou com Jucelino, e ao fim do governo JK ofereceu algumas oportunidades.Acabou que não foi e ficou no Palácio Tiradentes. A frustração é que ele havia me prometido um Lambretta, já que Brasília oferecia condições.
Você tornou-se cordelista de primeira. Muito bom!

Beto Laranjeira disse...

Não existe regime politico pronto, justo, onde os ignorantes são maioria.Sendo maioria,suas vontades imperam,e por sua essência informal transformam a vida em algo marginal.Não se iludam com regimes políticos,eles não conseguem mudar, a falta de vontade de homens que em nada querem mudar.

opcao_zili disse...

O Oscar arrependeu-se de ter feito BSB em forma de avião.Diz, hoje que deveria ser camburão. Concordo com vc e com ele.Ainda vamos sofrer muito.

Beto Laranjeira disse...

Muito bom o Cordel.Assim se aprende,assim se ensina. Parabéns.Abração no Amigo.

moimemei disse...

Parabéns eterno aos talentosos amigos Ajuricaba e Chumbo-Grosso, que nos brindam semanalmente com a nossa triste História recente contada em versos de cordel!