O Tribunal de Contas da União -TCU é um dos pilares dos organismos de fiscalização nacionais. Por incrível que pareça, é um organismo de apoio do congresso nacional na avaliação do desempenho do executivo no que toca à seriedade e responsabilidade com que o dinheiro público é aplicado.
Seus ministros são os responsáveis por aprovar em última instância o trabalho avaliativo dos técnicos e auditores, funcionários concursados, nas suas andanças pelo país no acompanhamento de obras e prestações de serviços.
Pois ontem a Câmara Federal escolheu a deputada Ana Arraes (PSB-PE), não por acaso mãe do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (também do PSB), para uma vaga de ministra do TCU, mais uma vez em votação secreta. Ela ainda deverá ser sabatinada no senado, mas alguém duvida que isso vá redundar em rejeição?
A votação foi cercada de uma campanha sórdida e de baixíssimo respeito pelas instituições. Nas vésperas da sessão, a campanha de Ana Arraes foi muito agressiva; chegando ao ponto do filhote-governador ter conversado pessoalmente com quase todos os "eleitores" pedindo votos para a sua genitora. A pressão envolveu também o vice-governador de Pernambuco, João Lyra; o secretário da Casa Civil do Estado, Tadeu Alencar; e Luciano Vazquez, presidente do Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco, empresa de economia mista, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco. Todos largaram suas responsabilidades com o estado de Pernambuco para fazer campanha em pleno horário de trabalho, com as desculpas mais esfarrapadas para estar na corte nesses dias.
Pois ontem a Câmara Federal escolheu a deputada Ana Arraes (PSB-PE), não por acaso mãe do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (também do PSB), para uma vaga de ministra do TCU, mais uma vez em votação secreta. Ela ainda deverá ser sabatinada no senado, mas alguém duvida que isso vá redundar em rejeição?
A votação foi cercada de uma campanha sórdida e de baixíssimo respeito pelas instituições. Nas vésperas da sessão, a campanha de Ana Arraes foi muito agressiva; chegando ao ponto do filhote-governador ter conversado pessoalmente com quase todos os "eleitores" pedindo votos para a sua genitora. A pressão envolveu também o vice-governador de Pernambuco, João Lyra; o secretário da Casa Civil do Estado, Tadeu Alencar; e Luciano Vazquez, presidente do Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco, empresa de economia mista, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco. Todos largaram suas responsabilidades com o estado de Pernambuco para fazer campanha em pleno horário de trabalho, com as desculpas mais esfarrapadas para estar na corte nesses dias.
Alencar por exemplo, afirmou ter ido à capital federal com o governador Eduardo Campos (PSB) para uma reunião na Secretaria Nacional de Defesa Civil. "Estava em Brasília, não há problema nenhum nisso", disse.
O governador montou até um "QG" no apartamento do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), coordenador da campanha de sua mãe, esteve no Ministério da Integração Nacional, comandado pelo colega de partido e conterrâneo Fernando Bezerra Coelho e em outros orgãos da esplanada dos ministérios, pressionando a todos ao vivo e por telefone, usando os mais diversos argumentos de "convencimento".
Tia Ana Arraes, contou também com apoio declarado do nove dedos e de dona deelma. ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teria hoje o voto de cerca de 153 deputados.
Eduardo neste processo de eleger a mãe quis tão somente mostrar sua força política, com vistas às eleições de 2014. Já existe até o temor nas rodinhas do excesso de poder nas mãos do pernambucano
O líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves, disse que a derrota do candidato do seu partido na disputa pela vaga de ministro (Átila Lins - AM) não pode ser entendida como fragilidade da sua liderança.
O "pobrezinho" do Átila, que cobiça essa boquinha há décadas, conseguiu apenas 47 votos; ou seja, nem a bancada do PMDB, que tem 80 deputados, votou toda nele. "Valeu as ligações pessoais. Não foram candidaturas partidárias". Chegou até a dizer que o partido o traiu. Segundo ele, apenas 20 dos votos que recebeu vieram do PMDB. "É uma decepção. Dos votos que recebi o PMDB só foi responsável por 20, os demais vieram de amigos. É difícil qualquer outra justificativa que não seja uma ação coordenada de traição e isso eu não aceito."
O peemedebista Átila Lins recebeu 47 e não obteve nem o total de votos de sua bancada na Câmara.
Escandalosamente um caso de nepotismo, Don'Ana disse que se elegeu por conta do apoio que recebeu do povo. Questionada sobre as frequentes viagens do filho a Brasília para fazer campanha, Ana rebateu dizendo que Dudu, é muito bem avaliado pela população de Pernambuco. "Pergunte ao povo de Pernambuco como ele está satisfeito. Ele tem 92,5% de aprovação da população."
O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) criticou a eleição de Aninha e principalmente o empenho do governador na campanha da mãe. "Um governador, seja ele quem for, deixa os seus afazeres, deixa de cuidar dos interesses do Estado para eleger a mãe para o Tribunal de Contas da União. É um absurdo, não é uma coisa natural, não é uma prática republicana. É um exemplo do vale-tudo na política. Se o que ocorreu na Câmara nas últimas semanas não é nepotismo, não é abuso do poder político e uso da máquina, eu não sei mais o que é", disse Jarbas.
Assim como o senador, qualquer pessoa sensata é levado a pensar que sempre que chegar ao TCU uma matéria relativa ao governo ou a seus aliados e apaninguados a ministra estará sob suspeição.
Na modesta opinião desse silvícola, isso não é modernidade. É nepotismo, é política do compadrio, do coronelismo. É atraso do pior tipo possível. É mais uma desmoralização das instituições nacionais e se chamar todo o povo de idiota.
O governador montou até um "QG" no apartamento do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), coordenador da campanha de sua mãe, esteve no Ministério da Integração Nacional, comandado pelo colega de partido e conterrâneo Fernando Bezerra Coelho e em outros orgãos da esplanada dos ministérios, pressionando a todos ao vivo e por telefone, usando os mais diversos argumentos de "convencimento".
Tia Ana Arraes, contou também com apoio declarado do nove dedos e de dona deelma. ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teria hoje o voto de cerca de 153 deputados.
Eduardo neste processo de eleger a mãe quis tão somente mostrar sua força política, com vistas às eleições de 2014. Já existe até o temor nas rodinhas do excesso de poder nas mãos do pernambucano
O líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves, disse que a derrota do candidato do seu partido na disputa pela vaga de ministro (Átila Lins - AM) não pode ser entendida como fragilidade da sua liderança.
O "pobrezinho" do Átila, que cobiça essa boquinha há décadas, conseguiu apenas 47 votos; ou seja, nem a bancada do PMDB, que tem 80 deputados, votou toda nele. "Valeu as ligações pessoais. Não foram candidaturas partidárias". Chegou até a dizer que o partido o traiu. Segundo ele, apenas 20 dos votos que recebeu vieram do PMDB. "É uma decepção. Dos votos que recebi o PMDB só foi responsável por 20, os demais vieram de amigos. É difícil qualquer outra justificativa que não seja uma ação coordenada de traição e isso eu não aceito."
O peemedebista Átila Lins recebeu 47 e não obteve nem o total de votos de sua bancada na Câmara.
Escandalosamente um caso de nepotismo, Don'Ana disse que se elegeu por conta do apoio que recebeu do povo. Questionada sobre as frequentes viagens do filho a Brasília para fazer campanha, Ana rebateu dizendo que Dudu, é muito bem avaliado pela população de Pernambuco. "Pergunte ao povo de Pernambuco como ele está satisfeito. Ele tem 92,5% de aprovação da população."
O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) criticou a eleição de Aninha e principalmente o empenho do governador na campanha da mãe. "Um governador, seja ele quem for, deixa os seus afazeres, deixa de cuidar dos interesses do Estado para eleger a mãe para o Tribunal de Contas da União. É um absurdo, não é uma coisa natural, não é uma prática republicana. É um exemplo do vale-tudo na política. Se o que ocorreu na Câmara nas últimas semanas não é nepotismo, não é abuso do poder político e uso da máquina, eu não sei mais o que é", disse Jarbas.
Assim como o senador, qualquer pessoa sensata é levado a pensar que sempre que chegar ao TCU uma matéria relativa ao governo ou a seus aliados e apaninguados a ministra estará sob suspeição.
Na modesta opinião desse silvícola, isso não é modernidade. É nepotismo, é política do compadrio, do coronelismo. É atraso do pior tipo possível. É mais uma desmoralização das instituições nacionais e se chamar todo o povo de idiota.
Um comentário:
Cacique, confiar em quem?
Que instituição ainda defende o povo brasileiro?
O aparelhamento já chegou aos órgãos de fiscalização, mas já há tempos domina a midia, as igrejas, as instituições de classe, enfim, estamos sós.
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