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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Cordelando 23: Arquivando as Provas

Mais uma vez acontece,
Coisa de arrepiar.
Num país que todo dia,
Vê o roubo se alastrar.
De dia a polícia prende,
Justiça manda soltar

É a velha cantilena,
Que chega a envergonhar.
Que rouba uma galinha,
Prá sua família prover,
Corre o risco de por certo,
Na cadeia apodrecer.
Roubar uma lata de leite,
Prum bebê alimentar,
Uma vez aconteceu,
E a mulher ainda tá lá.

Mas se o roubo acontece,
Com os grandes dessa nação.
Ele até muda de nome,
Chamando corrupção.
Mas o efeito é o mesmo,
Eu acho maior o mal,
Pois não rouba só produto,
O efeito é colateral.

AdEvogado dos caros,
Enrola qualquer juiz.
Corre lá cedo e recorre,
Cliente fica feliz.
Sabendo que nunca precisa,
Ficar um pouco com medo,
De ao menos uma semana,
Na jaula ficar bem preso.

Pois mais bem recentemente,
Pior que tava ficou.
Veio um tal de um juiz,
E as provas lá cancelou.
Um bocado de processo,
Transformando logo em lixo,
O trabalho que a polícia,
Tinha feito no capricho.

E não foi somente um,
Que decisão atingiu.
Rasgou monte de papel,
De norte e sul do Brasil.
Um monte de operação,
Bem montada e bem feita.
Que levou monte de tempo,
Muita gente na espreita.

Gravação e filme tinha,
Comprovando a falcatrua.
Tinha roubo, coisa cara,
Em um caso mulher nua.
Muito tempo de trabalho,
Dinheiro e dedicação.
Os puliça até pensaram,
Que cumpriram a missão.

Mas estavam enganados,
Por mais que bem trabalhassem.
O juizinho safado,
Fez que as provas caducassem.
Dizendo que foram feitas,
Sem a consideração.
De respeitar o sigilo,
Lá da constituição.

Ora porra, puta merda,
Me desculpe seu dotô.
Pois foi um colega seu,
Que gravar autorizou.
E agora sua inçelença,
Vem bem faceiro e diz.
Foda é meu tribunal,
Mando em qualquer juiz.

Dos cabra aquinhoado,
Nessa tremenda armação.
Tava Fernando Sarnei,
Que censurou o Estadão.
E que tem quase dois anos,
Sobre ele não publica,
Nem daquela operação,
A tal do Boi de Barrica.

E tem mais gente no meio,
Aqui nem vou comentar.
Pois me vai faltar papel,
Um ou outro vou citar.
Tem Arruda tem Roriz,
Do Distrito Federal,
Que num filminho pegaram,
Um pacote bem legal.
De grana muito da viva,
E guardaram no bornal.

A roubalheira tem nome,
Quem dá é o policial.
Por causa do bom humor,
Sempre é original.
Mão Limpa, Sathiagrara,
Tem Navalha e tem Zaqueu.
Pegando as autoridades,
Muita gente se fu***.

Mais aí vem o juiz,
Solta todos filisteus.
Delegado e promotor,
Têm grande decepção.
Por que passam muito tempo,
Procurando o ladrão.
Preparando sua provas,
Prá mandar pro tribunal.
E o ladrão prá cadeia,
Isso seria normal.

Com o rolo que formou,
O arquivamento das provas.
A sensação que ficou,
E que nos versos e prosas.
Santinho tudo ficou,
No Brasil não tem ladrão.
Esquece o que se passou.
E viva a corrupção.

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