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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A Que Ponto Chegou A Oposição(???)

Fonte: Blog do Josias de Souza
A que ponto chegou a oposição(???) brasileira. Ensoberbada em suas camisas de seda e punhos de renda, incapaz de exercer o seu papel democrático de fiscalizar e cobrar desempenho e seriedade dos partidos governantes, desprezando os 44 milhões de votos que foram suflagrados em José Serra nas eleições de 2010; agora passam pela humilhação de depender de um dos mais sagazes e comprometidos dos grandes caciques da base alugada, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), para tentarem manter alguma representação na administração do Congresso Nacional.
Para todos os efeitos legais, Renan é governista. Acontece que, para não permitir que o PT implante seus desejos imperialistas, o maior criador de gado que já surgiu no Brasil faz aliança tática com os oposicionistas PSDB e DEM.
Nas próximas horas, serão rateados entre os partidos os postos de comando na Mesa diretora e nas comissões do Senado.
Orientado pelo Palácio do Planalto, o petismo ergueu a tese segundo a qual a divisão das poltronas deve levar em conta os blocos partidários, não os partidos. Se fosse assim, os insosos e mal engembrados PSDB e DEM, depois de apanharem muito e calados durante a eleição, quando sofreram quase que impassíveis artilharia eleitoral de Lula, seriam novamente humilhados pelo PT.
Usando e abusando da base alugada, (PSB, PR, PRB, PCdoB e PDT), o PT entraria na peleja com uma tropa de 30 senadores contra insignificantes (numericamente falando) dez tucanos e cinco ‘demos’.
A vergonha consiste em que Renan, que dispõe da alternativa de tonificar o seu PMDB num bloco com PP e PTB, converteu seus exércitos em escudo protetor da oposição.
Para o general Molotov, a regra que deve prevalecer é que os partidosdevem ser contados separadamente, e não por blocos. Neste caso, a oposição perde poder, mas livra-se da asfixia tramada pelo PT e torna-se refém de Renan.
Pela regra da proporcionalidade, cada partido escolherá as poltronas que deseja ocupar segundo o tamanho de sua bancada.
Maior legenda do Senado, o PMDB reacomodará José Sarney (AP) na cadeira de presidente. Será a quarta presidência dele. Mais dois anos.
Ao desbancar o PSDB do posto de segunda maior bancada, o PT desalojará o tucanato da 1ª vice-presidência.
O posto será ocupado, em sistema de rodízio, por Marta Suplicy (SP) e José Pimentel (CE). Um ano para cada um, conforme já postamos aqui.
O PMDB tem a prerrogativa de escolher mais uma posição na Mesa, a 2ª vice-presidência. Só então o PSDB, terceira maior bancada, fará a sua pedida.
O tucanato cairá da 1ª vice para a 1ª Secretaria. É uma espécie de prefeitura do Senado. Dispõe de orçamento anual de cerca R$ 3 bilhões.
Na fila do rateio, vêm a seguir o DEM e o PTB, ambos com cinco senadores. Na legislatura que termina, os "demos" eram 13. Saíram das urnas com seis. Mas um deles, Eliseu Resende (MG), morreu.
Num esforço para atenuar o prejuízo, José Agripino rogou a Renan que o PMDB ceda para o DEM a 2ª vice-presidência. Aguarda por uma resposta.
Rateados os postos da Mesa diretora passa-se à divisão das comissões. São duas as mais relevantes: a de Justiça e a de Assuntos Econômicos.
A primeira será do PMDB. A outra, do PT, também no sistema de rodízio. O PSDB cobiça a de Infraestrutura, por onde passam as nomeações para agências reguladoras e os projetos do PAC.
Se vingasse a manobra do PT (blocos em vez de partidos) o tucanato daria adeus à Infraestrutura. Graças a Renan, conserva as chances de obter o posto.
O DEM, que controlava a poderosa comissão de Justiça, terá de se contentar com coisa menos relevante; Agricultura, Assuntos Sociais ou algo assemelhado.
Como Renan não dá ponto sem nó, o PT e o Planalto farejam na movimentação dele um cheiro de 2013.
Expurgado da presidência do Senado em meio a denúnicas, o senador tramaria retornar ao posto nas pegadas de Sarney.
Renan adula a oposição para reunir apoios que lhe permitam dar as cartas no Senado nos dois últimos anos da gestão Dilma Rousseff, o que seria uma casamata para seus planos de poder.
A ver.
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