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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Desmistificando Um Bandeira Rota

Por anos, os petralhas usam a bandeira com paixão: Quem não é de esquerda é entreguista e privatizante. E lançam as costumeiras blasfêmias sobre a quase doação feita pela administração de Fernando Henrique das empresas estatais, "vendidas a preço de banana" como berrou recentemente o sinistro das comunicações Paulo Bernardo, em entrevista à extraordinária audiência da TV Brasil.
Acostumados a zurrarem (homenagem a meu amigo, o burrico @filonescio) suas asneiras e não verem ninguém as desmentir, por incompetência ou subserviência, deve ter causado enorme frustração a matéria do jornalista Etheveldo Siqueira, do Estado de São Paulo, num maravilhoso texto intitulado "Preço de Banana, Ministro"; do qual destaco aqui algumas partes e recomendo leitura completa no link acima.
Se os incompetêntes e/ou frouxos componentes da oposição(??) tivessem feito isso, essa patota não tinha se criado com tanta mentira. Essa e outras. Vejam porque.

Em entrevista à TV Brasil no dia 12 de janeiro, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que "as estatais de telecomunicações foram vendidas a preço de banana". Desculpe-me, ministro, mas, por maior respeito que tenha pelo senhor, tenho que ficar com a verdade. Um ministro das Comunicações, com seu nível de cultura, deveria informar-se com maior profundidade sobre um tema diretamente ligado à sua pasta.Foi essa a parcela vendida no leilão de 29 de julho de 1998 e pela qual o governo recebeu R$ 22,2 bilhões (ou US$ 19 bilhões ao câmbio daquela data). É claro que se o governo federal fosse dono de 100% das ações ordinárias e preferenciais, poderia tê-las vendido por R$ 100 bilhões da época. Ou mais. Mas só tinha 19% das ações.
Mais números. Além dos R$ 22,2 bilhões recebidos pela privatização da Telebrás, o governo brasileiro recebeu mais R$ 45 bilhões com a simples venda de licenças às diversas operadoras, de 1996 até hoje. Ou seja, "o País vendeu ar" por R$ 45 bilhões, como dizia o ex-ministro Sérgio Motta. O "preço de banana" já subiu para R$ 67,2 bilhões.
Até 1997, tínhamos que pagar de US$ 1.000 a US$ 3.000 para obter uma linha telefônica pelo velho plano de expansão. E o telefone só era instalado cerca de 24 meses depois (ou até 48 ou 60 meses).
Mais um argumento. Em 2004, seis anos depois da privatização, tivemos um indicador precioso do verdadeiro valor das empresas do Sistema Telebrás, quando a americana MCI vendeu a Embratel à mexicana Telmex pela metade do preço que havia pago no leilão de privatização.
Ora, se a Embratel tivesse sido privatizada "a preço de banana" - seria de se esperar que, numa segunda venda, em negociação transparente, puramente de mercado, entre empresas privadas, alcançasse preço muito maior.

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