Acabei de ler no GLOBO, matéria veiculada ontem (02/02) sobre o atual estado de conservação de uma das vias mais bonitas do mundo, o Elevado do Joá no Rio de Janeiro.
Um estudo contratado pela prefeitura do Rio à Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe) da UFRJ conclui que a via está num estado de conservação tão mal feito que já há um acentuado processo de comprometimento estrutural que logo, logo irá impedir seu uso com segurança. Especialista em estruturas, o engenheiro Eduardo de Miranda Batista, que coordenou o trabalho, afirma que, mesmo com as intervenções emergenciais que a Secretaria Municipal de Obras pretende iniciar em março, ao custo de R$ 5,5 milhões, ainda não é possível determinar por quanto tempo o elevado poderá continuar recebendo um tráfego diário de cerca de 110 mil veículos.
"O elevado sofre, desde a sua inauguração, um processo de corrosão intensa que não foi interrompido nem com os trabalhos de recuperação dos pilares nas várias reformas já feitas. A corrosão pode levar a um comprometimento estrutural, impedindo que possa ser usado. Quando pode ocorrer, não sabemos. Só estudos mais aprofundados podem determinar", disse Batista.
Dr. Eduardo acha que, dependendo do que for constatado, podem ser necessárias intervenções tão amplas que implicariam na prática em reconstruir o elevado. Poderá ser necessária a substitução completa de vigas, lajes e tirantes que sustentam o elevado e que estejam comprometidos. Os pilares também podem ter que ser recuperados com tratamento anticorrosão na chamada mesoestrutura.
A execução do projeto de maior porte, porém, exigiria fechar o Elevado do Joá por tempo indeterminado. O problema é que, com o crescimento da Barra, a prefeitura tem evitado interrupções diurnas no trânsito do Joá devido aos congestionamentos que podem trazer reflexos em outras regiões da cidade.
O diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, encaminhou em janeiro ao prefeito Eduardo Paes uma carta em que resume as conclusões do estudo da Coppe. Pinguelli lembrou nesta quarta-feira que em 1988 o Joá teve que passar por uma grande reforma para evitar um colapso estrutural. Segundo o diretor da Coppe, a situação atual não é tão grave quanto a que foi diagnosticada há cerca de 20 anos, mas é necessária a solução definitiva.
O prefeito Eduardo Paes disse que não recebeu a carta enviada por Pinguelli e indicou seu secretário de Obras, Alexandre Pinto, para comentar o assunto. O secretário negou que a estrutura do Elevado do Joá corra risco imediato. Segundo ele, as recomendações da Coppe já estão sendo cumpridas. A empresa que for contratada para reformar o elevado em março também ficará responsável por estudos mais detalhados sobre as condições estruturais. Esses trabalhos devem ser concluídos em seis meses.
"O diagnóstico ainda será feito. Mas não creio que haja risco imediato. Estruturas como a do Elevado do Joá são projetadas para durar pelo menos cem anos, desde que a manutenção seja feita de forma adequada (grifo nosso). E isso tem sido feito no Joá ao longo dos anos"; disse Pinto.
Um estudo contratado pela prefeitura do Rio à Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe) da UFRJ conclui que a via está num estado de conservação tão mal feito que já há um acentuado processo de comprometimento estrutural que logo, logo irá impedir seu uso com segurança. Especialista em estruturas, o engenheiro Eduardo de Miranda Batista, que coordenou o trabalho, afirma que, mesmo com as intervenções emergenciais que a Secretaria Municipal de Obras pretende iniciar em março, ao custo de R$ 5,5 milhões, ainda não é possível determinar por quanto tempo o elevado poderá continuar recebendo um tráfego diário de cerca de 110 mil veículos.
"O elevado sofre, desde a sua inauguração, um processo de corrosão intensa que não foi interrompido nem com os trabalhos de recuperação dos pilares nas várias reformas já feitas. A corrosão pode levar a um comprometimento estrutural, impedindo que possa ser usado. Quando pode ocorrer, não sabemos. Só estudos mais aprofundados podem determinar", disse Batista.
Dr. Eduardo acha que, dependendo do que for constatado, podem ser necessárias intervenções tão amplas que implicariam na prática em reconstruir o elevado. Poderá ser necessária a substitução completa de vigas, lajes e tirantes que sustentam o elevado e que estejam comprometidos. Os pilares também podem ter que ser recuperados com tratamento anticorrosão na chamada mesoestrutura.
A execução do projeto de maior porte, porém, exigiria fechar o Elevado do Joá por tempo indeterminado. O problema é que, com o crescimento da Barra, a prefeitura tem evitado interrupções diurnas no trânsito do Joá devido aos congestionamentos que podem trazer reflexos em outras regiões da cidade.
O diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, encaminhou em janeiro ao prefeito Eduardo Paes uma carta em que resume as conclusões do estudo da Coppe. Pinguelli lembrou nesta quarta-feira que em 1988 o Joá teve que passar por uma grande reforma para evitar um colapso estrutural. Segundo o diretor da Coppe, a situação atual não é tão grave quanto a que foi diagnosticada há cerca de 20 anos, mas é necessária a solução definitiva.
O prefeito Eduardo Paes disse que não recebeu a carta enviada por Pinguelli e indicou seu secretário de Obras, Alexandre Pinto, para comentar o assunto. O secretário negou que a estrutura do Elevado do Joá corra risco imediato. Segundo ele, as recomendações da Coppe já estão sendo cumpridas. A empresa que for contratada para reformar o elevado em março também ficará responsável por estudos mais detalhados sobre as condições estruturais. Esses trabalhos devem ser concluídos em seis meses.
"O diagnóstico ainda será feito. Mas não creio que haja risco imediato. Estruturas como a do Elevado do Joá são projetadas para durar pelo menos cem anos, desde que a manutenção seja feita de forma adequada (grifo nosso). E isso tem sido feito no Joá ao longo dos anos"; disse Pinto.
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Deixar uma superestrutura poderosa como a do Elevado chegar a um estágio de degradação desses é de um desleixo absurdo e um atentado à boa engenharia.
Sem falar no risco a que se expõem os milhares de usuários diários da via.
Oremos e aguardemos.
4 comentários:
Obrigada pela matéria, cacique!
Fiquei emocionanda com esse olhar carinhoso lançado de tão longe sobre o nosso Rio de Janeiro, entregue ao descaso das autoridades locais.
Cacique, esta lenga-lenga é velhíssima e o Pinguelli sempre soube. Nas inúmeras "recuperações" pelas quais o elevado passou por qual motivo ele não se pronunciou com mais gravidade ou firmeza. Claro que o pessoal do COPPE é totalmente competente. Conheço o melhor pesquisador de lá exatamente nesta área de estrutura bem como outros pesquisadores. Aliás, de lá de cima ( da Joatinga ) eu tuitei pelo DominioFeminino exatamente após quinze minutos do Ano Novo. Além do que moro há poucos metros, pois, ele inicia-se em São Conrado. Pior do que tudo é que bem no sopé do elevado tem uma favela em * desenvolvimento * que o Prefeito não retirou . Então, veja o tanto de acúmulo de problemas nesta área sobre a qual incide o maior IPTU do Rio de Janeiro e eu uma infeliz moradora do local. Dá pena ver os vergalhões à amostra etc etc. Obrigada por defender meu Rio e o meu bairro. Resta esperar, mais uma vez, pelo próximo capítulo.
Queridas:
O elevado do Joá é muito mais que uma via de trânsito. É uma espetacular obra de engenharia, um cartão postal, uma das vistas mais lindas (entre tantas) do Rio de Janeiro e otras cositas más. Adoro esse 'cantinho'. Sempre que posso passo por lá.
Fiz um curso de 3 meses no Rio e morava em Copacabana. O curso era em Jacarepaguá. Pesadíssimo. Pense num índio relaxando; era ir e voltar pelo Joá.
Verdade, é uma monumental obra de engenharia urbana e visto do alto chega a ser emocionante. Da próxima vez que fizer este percurso, saiba que estará passando na "porta" da minha rua e poderá parar para um cafezinho enquanto espera passar o fluxo do trânsito. No trajeto que fazia, não tinha jeito, passou inúmeras vezes ao lado da minha casa.
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