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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Eletrocussão: Mais de Duas por Dia?

Foto: Juliana Cardilli - G1 São Paulo

Ontem houve um acidente num hangar de uma empresa aérea no aeroporto de Congonhas em São Paulo, onde morreram duas pessoas e uma terceira foi levada seriamente queimada para o hospital, isso me inspirou a fazer um alerta aos leitores do blog.
Descontados alguns erros técnicos da matérias veiculadas pelos orgãos de imprensa, as vítimas foram submetidas a uma descarga fase-terra de um ramal de alimentação de uma subestação daquela empresa, como destacado na fotografia acima; onde se pode observar a haste metálica com que trabalhavam e os cabos da alimentação da instalação, sendo submetidos a uma diferença de potencial da ordem de 8.000 Volts.
Testemunhas no local descrevem que ouviram e/ou viram sons de explosões e chamas altas, efeitos decorrentes do súbito e violento aterramento dos cabos energizados; quando as correntes circulantes são de algumas dezenas de milhares de amperes, comparando-se àquelas de descargas diretas de raios
Embora sejam aterrorizantes quando divulgados em larga escala como foram, as imagens e o fato não são, lamentavelmente, de forma nenhuma raros e inusitados.
Há algum tempo, fiz, com um amigo, um estudo para a concessionária onde trabalhávamos sobre "Acidentes com Terceiros" onde pudemos realizar uma razoável pesquisa sobre acontecimentos semelhantes e, na ocasião, consultando vários colegas país afora, chegamos a dados que comprovaram que tais ocorrências têm média quase que de duas por dia.
Com o crescimento do alcance das redes elétricas e das prestadoras de serviço sem o adequado preparo, estimo que essa média hoje em dia seja infelizmente muito maior.
A visão de um eletrocutado é absolutamente aterradora. Queimaduras de grandes proporções, lacerações profundas e cozimento de orgãos internos são decorrência da altíssima temperatura decorrentes das chamas e da própria circulação de corrente pelo corpo das vítimas.
Mesmo aos que convivem com tais quadros, como os profissionais de saúde, eles são inquietantes, para dizer o mínimo. Imagine portanto, aos engenheiros que têm que acompanhar perícias e necrópsias. Permanecem para sempre na lembrança.
Legalmente cabe processos criminais e civís, nas esferas respectivas e ainda processos trabalhistas, envolvendo contratantes e contratados pelos serviços.
Um queridíssimo professor nos dizia na escola de engenharia que: "a eletricidade é a ciência da fé. Nada gira, nada se move, quase nada faz som. Você tem que acreditar que está ligado e do perigo que representa". Acrescento que quando se vê ou ouve alguma coisa, é tarde e o acidente já aconteceu, sendo normalmente fatal ou muito grave.
Não improvise com eletricidade. Não tente socorrer um acidentado sem conhecimento, você pode ser mais uma vítima.
Uma gracinha que pode matar: o cidadão resolve fazer xixi numa cerca elétrica. A urina é um eletrólito e conduz eletricidade. Alertem principalmente aos jovens.
Mesmo me sentindo tentado a colocar aqui algumas imagens para ilustrar o texto, não o farei para poupar os leitores do caráter assustador delas.
Recomendo a seguir alguns links, para os que não se impressionarem com as imagens.

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