Por Reinaldo Azevedo.
A jornalista Helena Chagas foi convidada para ocupar o lugar de Franklin Martins como titular da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Surpresa zero, embora a indicação mereça ser circunstanciada, não é mesmo? Antes, uma observação: não terá os mesmos poderes. A tal “regulação da mídia”, por exemplo, deixa a pasta para migrar para o Ministério das Comunicações, onde Paulo Bernardo tentará dar uma aparência suave à coisa, sem os ódios de Franklin, especialmente à Globo. Adiante.
Helena se aproximou bastante de Dilma, mas, antes de tudo, é chapa de Palocci. A Polícia Federal tem, vamos lembrar, a genealogia do caso Francenildo, o caseiro. Começou no quintal da jornalista e terminou fraudando a Constituição. Então diretora da sucursal do jornal O Globo, em Brasília, ela ficou sabendo, por intermédio de seu jardineiro, que o caseiro havia recebido um depósito relativamente alto em sua conta na CEF.
Fiel aos deveres do jornalismo, ela mobilizou a equipe para tentar descobrir se o rapaz que botava Palocci contra a parede estava sendo financiado por alguém? Não!!! O lado patriótico falou mais alto. Ela contou tudo para o ministro. Ele chamou Jorge Mattoso, então presidente da CEF, e conversou a respeito. E o que fez o subordinado? Conseguiu um extrato da conta de Francenildo, quebrando ilegalmente seu sigilo, e lá estava o depósito. O rapaz virou capa de revista! Filho bastardo, o dinheiro era uma doação feita por seu pai biológico e nada tinha a ver com política.
Helena foi demitida do jornal e iniciava a jornada rumo ao topo, não exatamente da profissão, mas do poder. Foi contratada como diretora de jornalismo da EBC, subordinada a Franklin Martins. Deixou o cargo para ser assessora de imprensa da candidata Dilma Rousseff, migrando para a assessoria da equipe de transição. Agora, chega a um cargo com status ministerial.
Na era da redenção dos oprimidos, o único que se ferrou nessa história toda, tendo a sua vida devassada, foi o caseiro. É que ele não soube cumprir o seu papel na narrativa. Lugar de oprimido é de joelhos, grato a Lula por sua generosidade.
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