Li ontem na Folha de São Paulo sobre o atual andamento das ocupações nos morros do Rio de Janeiro pelo exército. Começo reconhecendo a importância dessas operações, posto que durante a presença dos militares, houve expressiva redução no total de homicídios nas áreas. Mas a qual preço e custo. Sim, pois são coisas diferentes, como pretendo mostrar.
Primeiro tratemos de custo. Por exemplo, para manter a Força de Pacificação do Exército apenas nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio, de novembro de 2010 a novembro de 2011 custou ao governo federal R$ 216 milhões. Isso equivale a quase a metade dos R$ 493 milhões destinados ao Exército no ano passado para modernização. Ou seja, o equivalente a cerca de 38% do orçamento destinado à Força. Até o final da operação, prevista para junho, o gasto total será de R$ 360 milhões para manter 1.800 homens, mais do que o previsto pelo governo do Estado para instalar e manter pessoal nas oito bases de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) programadas para os complexos do Alemão e da Penha. Nelas, a Prefeitura do Rio e o governo estadual gastarão R$ 132 milhões por ano para manter um efetivo de 2.200 PMs.
Durante os 16 meses de ocupação, seis diferentes unidades do Exército passaram pelos dois conjuntos de favelas que somam cerca de 220 mil pessoas, segundo o IBGE. Para o comando do Exército, a atuação de soldados na área urbana serviu para reduzir a criminalidade e para treinar a tropa.
Tenho cá minha dúvidas.
Segundo consta na reportagem da Folha, a ocupação do Exército não extinguiu o tráfico, mas os militares estimam que ele se limite ao consumo interno de moradores viciados das favelas. E mais: o Exército descobriu que ainda há fuzis no interior das comunidades de Nova Brasília e da Fazendinha, que compõem o Complexo do Alemão. Em fevereiro houve troca de tiros e, embora ninguém tenha se ferido, cabe o registro que foram vários disparos de munição 7,62 feitos contra a tropa.
Fica uma dúvida pairando: se os militares fosse atingidos e feridos ou mortos, como seria o comportamento da tropa? Cumprir as ordens de manter a paz e comportamento exemplar; ou reagir em seu instinto natural de auto-preservação? Em ambos os casos, os familiares dos mortos e feridos ficariam revoltados, mas no caso de "vítimas civis inocentes" a grita dos defensores dos direitos dus manus seria ensurdecedora.
Mas o que se sabe é que o clima é muito tenso por onde os soldados passam. Uns poucos poucos moradores que permanecem nas ruas olham ressabiados, de longe a passagem dos pelotões de patrulhamento. Em alguns becos muitas vezes a pouca iluminação que existe é apagada quando os militares passam, como uma forma que eles encontram para sinalizar aos bandidos em qual ponto da comunidade ele estão, e se estãos perto de alguma boca de fumo.
Ainda na parte preço do que quero mostrar, a reportagem informa que jovens trabalhadores moradores do bem apontam, riem e debocham de soldados do Exército que percorrem as vielas das favelas. Segundo os militares, tem sido cada vez mais comum o surgimento de crianças no alto das lajes para jogar pedras e até bombinhas de fabricação caseira nos soldados.
Tudo tem limite, inclusive o auto-controle e a postura militar adequada. vai que um soldado desses mais nervoso ou até assustado dá um tiro! Pronto...Phodel tudo.
As valorosas ONG's que atuam nos morros dizem que "Há um distanciamento entre tropa e população. Os diálogos só acontecem quando há uma discussão. Há intervenção sem integração". Uai, preferiam ser subjulgados e controlados pelos traficantes?
As valorosas ONG's que atuam nos morros dizem que "Há um distanciamento entre tropa e população. Os diálogos só acontecem quando há uma discussão. Há intervenção sem integração". Uai, preferiam ser subjulgados e controlados pelos traficantes?
Fato é as tropas custam caro e são expostas a humilhações desnecessárias. Ficam no exercício de sua missão totalmente entregues às baratas, quiça literamente. Torço para que, ao menos, não se corrompam nem se machuquem. Tupã que os proteja e oriente.
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