Recebi este artigo por e-mail e desconheço o autor. Mas é absolutamente fantástico e reflete o descaso com as escolas de engenharia deste país.
O que vem acontecendo com os profissionais de engenharia de projetos?
O que vem acontecendo com os profissionais de engenharia de projetos?
Comenta-se sobre as dificuldades que as empresas prestadoras de serviços estão tendo para cumprir seus contratos, que a qualidade do serviço é péssima, que não existem mais os bons profissionais de antigamente, etc.
Esses e outros comentários vão se confirmando nos projetos mal pensados, na dificuldade para encontrar profissionais experientes, nas garantias e seguros que se vão exigindo nos contratos, na lista de empresas tradicionais que já sumiram do mercado e no surgimento, em profusão, das “Fulano & Beltrano Engenharia Ltda.”
Em nosso país, a história da engenharia de projetos industriais teve início com o anseio nacional de não mais importar engenharia embutida nos equipamentos. Nos anos 60 surgiram primeiras iniciativas.
O grande investidor e comprador dessa engenharia foi o Estado. Pagava-se tudo a bom preço. Muitas empresas se formaram. Pessoas foram treinadas e dignamente remuneradas. Essa fase atingiu seu ápice ao final da década de 1970. Encerrado esse ciclo, ficou a sensação de que fazer engenharia estava ficando muito caro.
Nas décadas de 1980 e 1990, com os recursos mais escassos, buscou-se uma forma de medir a produção da engenharia. Sem melhor opção passou-se a medir a engenharia medindo-se a produção de desenhos. Com isso, chegamos ao estágio atual: mede-se, compra-se e vende-se engenharia pela quantidade de horas ou de papel produzido: os desenhos. Essa forma, naturalmente, produziu efeitos negativos na qualidade. Para melhorá-la optou-se então pela fiscalização, optou-se por investir no gerenciamento.
Mas, como só fiscaliza ou gerencia bem quem sabe fazer, para essa atividade são contratados os profissionais mais experientes. Com isso observa-se que, via de regra, o conhecimento daquele que sabe não está sendo usado para fazer, nem para ensinar, mas para pressionar aquele que, assustado, está começando a aprender. Como esse tipo de fiscalização ou gerenciamento, obviamente, também já mostra sinais da sua ineficiência, volta-se a pensar em comprar a engenharia embutida nos equipamentos “empurrando o fardo” para seus fornecedores. Fica mais barato – dizem. Assim, na prestação de serviços de engenharia estamos quase retornando aos idos de 1960!
Isso mostra, de forma inequívoca, que se está atuando nos efeitos e não nas causas. Necessário é, pois, repensar os conceitos e fazer distinção entre engenharia e desenhos de engenharia. Produzir desenhos é tarefa mecânica.
Produzir engenharia é atividade essencialmente mental, intellectual. A máquina de engenhar, de produzir idéias, é a mente humana. Os softwares dessa máquina são os conhecimentos obtidos em muitos e demorados “downloads” nos “sites” da vida profissional e a matéria prima dessa fábrica de idéias é a informação.
Nas décadas de 1980 e 1990, com os recursos mais escassos, buscou-se uma forma de medir a produção da engenharia. Sem melhor opção passou-se a medir a engenharia medindo-se a produção de desenhos. Com isso, chegamos ao estágio atual: mede-se, compra-se e vende-se engenharia pela quantidade de horas ou de papel produzido: os desenhos. Essa forma, naturalmente, produziu efeitos negativos na qualidade. Para melhorá-la optou-se então pela fiscalização, optou-se por investir no gerenciamento.
Mas, como só fiscaliza ou gerencia bem quem sabe fazer, para essa atividade são contratados os profissionais mais experientes. Com isso observa-se que, via de regra, o conhecimento daquele que sabe não está sendo usado para fazer, nem para ensinar, mas para pressionar aquele que, assustado, está começando a aprender. Como esse tipo de fiscalização ou gerenciamento, obviamente, também já mostra sinais da sua ineficiência, volta-se a pensar em comprar a engenharia embutida nos equipamentos “empurrando o fardo” para seus fornecedores. Fica mais barato – dizem. Assim, na prestação de serviços de engenharia estamos quase retornando aos idos de 1960!
Isso mostra, de forma inequívoca, que se está atuando nos efeitos e não nas causas. Necessário é, pois, repensar os conceitos e fazer distinção entre engenharia e desenhos de engenharia. Produzir desenhos é tarefa mecânica.
Produzir engenharia é atividade essencialmente mental, intellectual. A máquina de engenhar, de produzir idéias, é a mente humana. Os softwares dessa máquina são os conhecimentos obtidos em muitos e demorados “downloads” nos “sites” da vida profissional e a matéria prima dessa fábrica de idéias é a informação.
Para produzir soluções de engenharia trabalham-se as informações com os conhecimentos que se tem, conhecimentos estes adquiridos em projetos passados, em experiências vividas. Se a informação, tal qual o conhecimento, é incompleto ou ruim, a solução o será na mesma proporção e qualidade. Até chegar a ser solução, uma idéia precisa ser processada, modificada, re-processada e confirmada por cálculos, esboços, gráficos,etc.
E é ao longo desse processo que o profissional se capacita e dá soluções rápidas e eficazes aos diversos problemas. O verdadeiro produto da engenharia não é o desenho, é a solução.
Sem ela não há o que desenhar e nem o que construir. O desenho é, por assim dizer, apenas a
embalagem do produto, a imagem da idéia concebida na mente de um engenheiro. Por isso, pode-se dizer que os remédios receitados pelos engenheiros são entregues em caixinhas nos vários tamanhos padrão-ABNT: do A0 ao A4. E hoje, o computador pode colocar qualquer remédio em qualquer uma dessas caixinhas, e até em menores do que essas. Como medir isso?
Como medir a produtividade de um engenheiro?
Como valorizar a experiência acumulada na mente de um Profissional? Pela quantidade de
desenhos (caixinhas) produzidos com suas idéias?!
Como uma empresa capacitará e manterá novos profissionais? “Inventando” caixinhas desnecessárias para ser mais bem remunerada?
A realidade do mercado tem mostrado que vender caixinhas não é bom negócio. Aliás, financeiramente o bom negócio agora é pressionar (ou fiscalizar?) os que ainda não sabem nem fazer as caixinhas e nem o que colocar dentro delas.
Enquanto a solução não vem, será bom fazer uma pausa na maquinação de contratos tão deprimentes que teve seu ápice nos infames leilões reversos.
Será bom não colocar para concorrer na mesma raia o engenhar e o desenhar. Será bom que os profissionais experientes não se limitem a pressionar sem ensinar.
Será bom que as Escolas de Engenharia se aproximem sem ocupar o espaço das Empresas e que introduza em seus currículos uma disciplina que ensine o aluno a pensar, a usar esse fabuloso e ainda desconhecido mecanismo mental humano.
Será bom que os que estão começando na profissão, dispondo já dos recursos da informática, tenham com quem aprender a pensar, a engenhar soluções: coisas que o computador não faz.
Será bom que esses novos profissionais não confundam saber fazer engenharia com saber usar
um bom software de engenharia. Finalmente, será muito bom que os mais novos aprendam a pensar para que não usem o computador para produzir caixinhas de surpresas.
E é ao longo desse processo que o profissional se capacita e dá soluções rápidas e eficazes aos diversos problemas. O verdadeiro produto da engenharia não é o desenho, é a solução.
Sem ela não há o que desenhar e nem o que construir. O desenho é, por assim dizer, apenas a
embalagem do produto, a imagem da idéia concebida na mente de um engenheiro. Por isso, pode-se dizer que os remédios receitados pelos engenheiros são entregues em caixinhas nos vários tamanhos padrão-ABNT: do A0 ao A4. E hoje, o computador pode colocar qualquer remédio em qualquer uma dessas caixinhas, e até em menores do que essas. Como medir isso?
Como medir a produtividade de um engenheiro?
Como valorizar a experiência acumulada na mente de um Profissional? Pela quantidade de
desenhos (caixinhas) produzidos com suas idéias?!
Como uma empresa capacitará e manterá novos profissionais? “Inventando” caixinhas desnecessárias para ser mais bem remunerada?
A realidade do mercado tem mostrado que vender caixinhas não é bom negócio. Aliás, financeiramente o bom negócio agora é pressionar (ou fiscalizar?) os que ainda não sabem nem fazer as caixinhas e nem o que colocar dentro delas.
Enquanto a solução não vem, será bom fazer uma pausa na maquinação de contratos tão deprimentes que teve seu ápice nos infames leilões reversos.
Será bom não colocar para concorrer na mesma raia o engenhar e o desenhar. Será bom que os profissionais experientes não se limitem a pressionar sem ensinar.
Será bom que as Escolas de Engenharia se aproximem sem ocupar o espaço das Empresas e que introduza em seus currículos uma disciplina que ensine o aluno a pensar, a usar esse fabuloso e ainda desconhecido mecanismo mental humano.
Será bom que os que estão começando na profissão, dispondo já dos recursos da informática, tenham com quem aprender a pensar, a engenhar soluções: coisas que o computador não faz.
Será bom que esses novos profissionais não confundam saber fazer engenharia com saber usar
um bom software de engenharia. Finalmente, será muito bom que os mais novos aprendam a pensar para que não usem o computador para produzir caixinhas de surpresas.
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