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sábado, 21 de janeiro de 2012

Crônicas do Buzão 2: A Colisão

Aprendi com os motoristas que me serviram nestes anos todos de profissão, que existe uma rixa eterna entre os condutores de ônibus das linhas coletivas convencionais, aqueles das linhas de rota específica de empresas fora da zona urbana, os que dirigem ônibus intermunicipais e os de ônibus de turismo.
A cada um deles são atribuídas virtudes e defeitos das mais diversas naturezas. Uma coisa sensacional; digna de servir de tese, pelo menos, de mestrado em sociologia ou antropologia.
Mas isso será uma outra crônica.
Hoje no 542, a nave laranja que uso, o motora foi surpreendido por uma manobra brusca e inesperada, eu diria até irresponsável, de um ônibus de rota; que, saindo de uma parada para pegar uma pessoa, bateu com a lateral no retrovisor do nosso veículo, deslocando-o da posição e quebrando o espelho.
A imagem aí de cima mostra uma coisa bem parecida, apenas se invertendo as posições dos "carros". Até é curioso o nome da empresa: CARACA.
A criatura se fez de morto, mudou para a terceira faixa extrema e se mandou. Entendi que pretendia dificultar a "perseguição" de nosso driver para uma cobrança ou retaliação, quem sabe. Sem ter como se embasar para justificar o prejuízo lá ao seu chefe, nosso motora saiu em louca corrida, mesmo que preso na peimeira faixa por uns bons 1.000 m até que conseguiu ver e memorizar a identificação do causador do acidente, retornando 'a sua velocidade normal.
Mesmo em tão pouco espaço, saltou uma duas paradas, irritando passageiros que queriam descer e por certo, tendo sua santa mãe xingada pelos que ficaram prá nas na espera de um novo ônibus.
Muitas ruas à frente, os personagens voltaram a se encontrar e a cena foi cinematográfica. Uma fechada abrupta e ostensiva em plena via, desce o motora e tenta iniciar um bate-boca, impedido que foi porque o outro arrancou pelo pouco espaço ainda existente, quese batendo de novo no tal retrovisor.
Trânsito interrompido por uns 2 ou 3 minutos, minutos de tensão entre os passageiros de ambas as naves, alguns valha-me Deus, mas a coisa se resumiu a umas fotos com celular para argumentação lá com o patrão dele na garagem mais tarde ou, quem sabe, com algum agente de trânsito ou fiscal da Empresa de Fiscalização da frota urbana.
Fato é que houve uma certa agitação que, graças a Tupã, se limitou ao deixa disso.
Passado o fato, a tragédia vira comédia.

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