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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Cordelando 34: Aprendendo a Fazer Referendum

Cada coisa que eu vejo,
Nesse mundo de meu Deus.
Pensava que governante,
Cara de pau só os meus.
Pois não é que na Orópa,
Na terra dos pensadores.
Apareceram uns caras,
Na matreirice doutores.

Devendo o nêgo e o cachimbo,
Prá tudo que é banqueiro.
Não tendo nada no bolso,
Qualquer que seja o dinheiro.
Seja Euro seja Dracma,
Dólar, Yuan ou Yen,
Esse povo lá Grécia,
Não vai pagar mais ninguém.

Fizeram mil reuniões,
De tudo quanto foi jeito.
Com e sem o aval dos bancos,
Concordando ou até no peito.
Com a porrada cantando,
Na rua todo povão.
Greve, incêndio e puliça,
Teve muita confusão.
Depois de tudo acertado,

Conta trocada por milho.
Desconto mais que a metade,
Melhor do que pai prá filho.
Os helênicos voltaram,
Prá toda rua correndo
Papandreou teve medo.
E convocou referendum.

Do jeito que coisa tá,
Pegando fogo e fervendo.
A conta lá no final,
Dá mais de 90%.
Prá recusar a ajuda,
Que me parece decente.
Só tem que cortar os gastos.
O que é muito coerente.

Só lembrando que a Grécia,
Que fundou democracia.
De uns tempos para cá,
Virou grande pu**ria.
Já tinha muitos programas,
Chamados de social.
Aposentadoria bem curta,
Que prá eles é normal.

No ano 2004,
Na olimpíada que fez.
Lá se gastou muita grana,
Corrupção teve vez.
Obra superfaturada,
Que nunca mais se usou.
Igualzinho como se faz,
Aqui ao sul do equador.

Sem falar nas mordomias,
Das profissões que "maltratam".
Que se aposentam mais cedo,
Pela maldade que causam.
Coisa igual cabeleireiro,
E de sopro instrumentista.
Quem apresenta TV,
Do senado motorista.

Fora os exemplos que dei,
Tem um monte registrado.
E só procurar no seu Gugol,
Logo será encontrado.
Do mesmo jeito que faz,
Quem toca a coisa aqui.
Não contribui nem um pouco.
E já vai se divertir.

Pior ainda nas casas,
Que se dizem ser do povo.
Todo dia se aprova,
Um benefício mais novo.
A diária não comprova,
Muito menos a despesa.
E as contas de telefone,
Crescem que é uma beleza.

Os Projetos do planalto,
Na hora da discussão.
Vira rolo compressor,
Aprova sem discussão.
A despesa só aumenta,
Sem receita se mostrar.
Se a gente não abre o olho,
Outra Grécia vai formar.

Não adianta ter queixa,
Na corte superior.
Quando tem um julgamento,
A todos causa furor.
Aquele da ficha limpa,
Extradição do Battisti.
Tudo é unanimidade.
Contradição não existe.

Aviso aos brasileiros,
Fique ixperto meu irmão.
O que acontece por lá,
Aqui não tá longe não.
Tem monte de cumpanhêru,
Ganhando sem trabalhar.
Quando a gente se der conta,
Vai sobrar prá nóis pagar.

3 comentários:

CHUMBOGROSSO disse...

Cacique, o "cordelzinho" era prá cá. Mirei no calcanhar e acertei no nariz !!! hehehe

opcao_zili disse...

Oi meu amigo,
Nós fizemos a lição de casa na época do real e conseguimos sair do buracão. Vieram as antas de plantão e puseram tudo "na chão". Ninguém merece passar por tudo novamente.

Marcia Neiva disse...

Eita que esse cacique tá cada vez melhor! Adorei... e pensar em toda riqueza filosófica, política e cultura que por aí floresceu...
Mas parece que o mundo ficou de ponta-cabeça. Chama o pajé, cacique! E sigamos cordelando!