Discute-se muito nas redes sociais sobre a UHE Belo Monte. Radicalismos de ambas as partes colocados à margem (sem trocadilho, por favor) cabe que se faça algumas citações sobre o tema Energia. E aqui não estou falando sobre atender pequenas vilas e localidades isoladas, mas de suprimentos de grande monta, coisa de gente grande, valores da ordem de milhares de megawatts instalados e bilhões de kilowatts-hora; inclusive para os escritórios dos defensores das florestas; instalações domésticas ou comerciais dos temerosos da energia atômica; computadores, chuveiros elétricos, fornos de micro-ondas, iPads e outros apetrechos eletro-eletrônicos dos que torcem a cara para termelétricas.
Se tivéssemos um vulcãozinho que fosse nas montanhas do Rio, poderíamos tentar a energia geotérmica. Mas fazer uma linha de transmissão prá Islândia ou pro parque Yellowstone fica meio longe. Biomassa, alguém diria. Genial. Dois coelhos com a mesma cajadada: coleta o esgoto, resolve o problema de saneamento e gera energia...É mas não dá. Os poços de fermentação e gaseificação não cabem nem sob todas as casas.
Putz, ia esquecendo: usinas maremotrizes, usando o balanço das ondas do mar. Aí dá. Matou a charada. Mas tem um entrave, o bendito fator custo x benefício, além das dificuldades de produzir tamanha quantidade de energia com restrição à navegação, a casa da moeda não conseguiria produzir cédulas suficientes prá pagar a obra.
Não me venham indicar artigos e tratados de defensores nem atacantes do empreendimento Belo Monte, outras hidrelétricas, grandes sistemas termelétricos e usinas nucleares. Já li de todas as matizes: críticos e favoráveis; vermelhos e azuis; ecologistas ou progressistas; de um lado e do outro. Cada um tem o direito a ter sua posição e eu tenho a minha. Seja certa ou errada; é a minha opinião.
Prá quem não sabe; sou engenheiro eletricista, com 3 pós-graduações de especialista na área; trabalhei em empresa do setor elétrico por 20 anos, onde ocupei posição de acesso a informações qualificadas; participei de grupos nacionais de planejamento do sistema elétrico brasileiro; convivi com e sou amigo de grandes expoentes técnicos entre os especialistas da área, tenho uma pequena empresa do ramo; enfim, não sou um curioso, mas um estudioso do tema e profundo conhecedor. Dai, peço que não me venham com churumelas ou sofismas nos comentários. Externem suas opiniões sem radicalismo e muito menos ofensas. A democracia aqui depende da educação. A taba é minha.
Admiro os defensores da natureza, até porque também sou um deles. EU MORO DENTRO DA FLORESTA. Mas me refiro àqueles defensores que pisam realmente no barro. Ser ecológicamente correto num escritório ou residência na cidade, teclando em computador de última geração ou seus minimizantes (notebooks, iPad, Iphone, BlackBerrys, etc), acomodados em ambiente climatizado (por calor ou frio gerado pela eletricidade ou gas - sim, gas; ou acha que ele sai sozinho do chão? Tem que usar eletricidade prá tirar ele de lá) aí não...
Pergunto: você estaria lendo esta Josta que escrevo sem eletricidade? Sua cervejinha ou refrigerante ou suco ou água estariam bem geladinhos? Seus alimentos estariam bem conservados na geladeira ou freezer? Uma comidinha rápida poderia ser feita no micro-ondas? O ar condicionado ou aquecedor manteria seu quarto de dormir na temperatura certa? O combustível de seu carro estaria nos postos à sua disposição prá levar seus filhos na escola? Então, ou pare prá ler sem paixão ou compre uma bicicleta, ligue um dínamo na roda traseira e comece a se virar sozinho.
Energia de monte, com muitos zeros à direita, coisa prá valer a pena, hoje e por um bom tempo, só tem 3 caminhos: hidrelétricas, termelétricas e termonucleares. O resto é válido, necessário que se estude, importante como alternativa, coisa pro futuro, mas é coisa prá atender a quitanda da esquina.
Senão vejamos...
Tomemos com exemplo o lugar da moda: a favela da Rocinha. Fala-se de 20.000 residências. Claro que hoje é tudo no gato (ou macaco, ou clandestino, ou forfait, sei lá como chamam vocês em suas regiões). Mas vamos estudar como um novo centro de consumo. Numa estimativa beeeem conservadora, são 60.000 kw de requisito permanente de potência, levando em conta todas as variantes de clientes lá existentes.
Ontem se falou de aerogeradores (turbinas eólicas, movidas pelo vento). As maiores máquinas comerciais existentes no mercado estão na faixa de 2.000 kw/unidade. Dá prá colocar 30 na Rocinha? Cada pá dos coletores tem cerca de 10 a 15 metros. Portanto estamos falando de máquinas monstruosas de cerca de 300 toneladas instaladas a mais de 70 metros de altura. Não fiquem imaginando os românticos moinhos de Holanda da época de Dom Quixote ou da música de Alceu Valença. E precisam de vento constante. "Ah mas a Rocinha é litoral". E dai? O vento não é constante e portanto tem que se ter suprimento confiável alternativo, logo...Hidro, termo ou termonuclear. E também sofrem acidentes gravíssimos e produzem poluição sonora enorme; sem falar os danos aos bandos de aves migratórias e até às baleias. Escrevi sobre isso AQUI. Complete a informação.
Tá, de volta ao suprimento à Rocinha. Tentemos células fotovoltáicas. Uma grande central do gênero cujos dados mais completos consegui, está em Leipzig (leia-se laipizich), Alemanha (não é essa imagem que usei). São 33.500 módulos foto-conversores, pode atender até 5.000 kw e custou 20 milhões de Euros. Mas ocupam 33.000 m2, ou seja a área de 27 piscinas olímpicas. Meio grandinho prá enfiar na favela né? Ah...E só funciona com sol. Nublou, lascou...De noite, necas. Tem que instalar baterias. Mas aí vem químicas, vida útil, poluição de lençois subterrâneos, áreas de descartes...Bom esquece, deixa prá lá. De novo; hidro, termo ou nuclear. Tem a alternativa termo-solar mas vamos começar a pensar em áreas do tamanho do Rio de Janeiro inteiro prá atender a Rocinha.
E ambos os sistemas também poluem. Os reflexos dos espelhos e das lentes coletoras devem ser bem direcionados senão viram "faróis" que podem influenciar na aviação.
Putz, ia esquecendo: usinas maremotrizes, usando o balanço das ondas do mar. Aí dá. Matou a charada. Mas tem um entrave, o bendito fator custo x benefício, além das dificuldades de produzir tamanha quantidade de energia com restrição à navegação, a casa da moeda não conseguiria produzir cédulas suficientes prá pagar a obra.
Estamos de volta ao velho conjunto hidro, termo, nuclear.
Mr. Bill Clinton, aquele da pirulitação com a secretina, esteve aqui na taba esse ano prá ganhar uma babita no Forum de Sustentabilidade. Falou uma coisa sensacional: "O Brasil deve liderar a produção de energia limpa. Mas não construindo hidrelétricas na Amazônia". Pronto. De volta às cavernas.
Outra genial foi de tia Angela Merkel, logo depois do acidente em Fukushima. "Vamos fechar as usinas termonucleares na Alemanha". Tá tia...Então me responde ISSO.
Chegou? Caso tenham mais perguntas, coloquem aí em baixo nos comentários. Se souber, respondo na hora; senão vou estudar. Sempre fiz assim nos anos de professor.
De volta a Belo Monte.
A obra é gigantesca mas não é o fantasma que pintam dela. O problema do empreendimento é estar no momento sendo conduzida por mãos erradas e com interesses espúrios, despertando a cobiça pessoal de muita gente, sedentos das taxas de sucesso envolvidas, mas isso são outros quinhentos. A concepção original da usina (coisa acima de 10.000.000 kw instalados, prá manter a mesma referência lá de cima) e do resto do complexo Xingu (usinas reguladoras), contempla mitigação de danos à floresta e aos povos da região, indígenas ou não; e geração permanente de energia da mesma monta, com pouquíssima variação entre enchentes e vazantes dos rios, um dos fatores contra na versão atual.
Sem falar que o regime hídrico dos rios que correm para o norte é inverso ao dos que correm para o sul o que torna o balanço energético efetivo muito maior que os 10.000 GW que citei. Refaça-se o projeto. Retorne-o à condição original. Discuta-se-o à exaustão com a sociedade Brasileira, e somente a nossa, solucione-se os problemas (inclusive relativos a corrupções) e decidamos nós, se fazemos ou não.
Eu acho que devemos fazer. Costumo falar: na engenharia, para os bons engenheiros, não existe a expressão "Ah, Não Dá". Tem que arranjar a forma certa de contornar (no bom sentido) alguns danos inevitáveis.
Em tempo: Ridículo o filminho Gota d'Água dos globais. Como artistas que são, estão muito bem ensaiados. Um perfeito jogral de quermesse. Quanta babozeira. Esse povo NUNCA veio na Amazônia meeeesmo. Ficam em Manaus, no hotel tropical, no ar condicionado e sendo bajulados aos montes. E muitos deles nem isso. Em Copacabana, Lagoa ou Jacarepaguá (PROJAC) é fácil falar assim. A usina não é para a Amazônia mas para ligar os ar condicionados e fornos de micro-ondas destes imbecís mesmo.
Da forma que está, a usina não é boa. Tem que voltar ao projeto original, com a complementação necessária de regulação, fica uma maravilha de serviço. Com uma das maiores estabilidades geradoras do mundo, como são as usinas das bacias do sul-sudeste.
E os índios xingus que realmente serão atingidos pela área alagada são muito poucos. A reserva permite a eles terem toda as suas necessidades nômades atendidas com usina e tudo.
Todos os problemas levantados por esse grupo de ecologistas de beira de praia podem ser contornados.
Este vídeo é uma farsa novelística financiado sabe-se lá por quem. Pura balela.
Tem sim que ficar de olho na corrupção e bandalheiras que possam fazer em Belo Monte ou nas obras de Seu Cabral, aí, bem pertinho destes artistas, que preferem o financiamento de seus espetáculos com dinheiro da Ana de Holanda.
Da forma que está, a usina não é boa. Tem que voltar ao projeto original, com a complementação necessária de regulação, fica uma maravilha de serviço. Com uma das maiores estabilidades geradoras do mundo, como são as usinas das bacias do sul-sudeste.
E os índios xingus que realmente serão atingidos pela área alagada são muito poucos. A reserva permite a eles terem toda as suas necessidades nômades atendidas com usina e tudo.
Todos os problemas levantados por esse grupo de ecologistas de beira de praia podem ser contornados.
Este vídeo é uma farsa novelística financiado sabe-se lá por quem. Pura balela.
Tem sim que ficar de olho na corrupção e bandalheiras que possam fazer em Belo Monte ou nas obras de Seu Cabral, aí, bem pertinho destes artistas, que preferem o financiamento de seus espetáculos com dinheiro da Ana de Holanda.
Façam um vídeo semelhante pro que acontece e aconteceu nas obras da Odebrecht, Camargo Correa, Delta, Queiros Galvão, etc. Questionem Seu governador sobre os aviões e helicópteros. Perguntem a ele por que nunca está no Rio quando dá problema.
Saiam em maratona pelo país prá ver como andam as obras do PAC. Perguntem à mesma deelma onde foram parar os bilhões que os ministros delea roubaram pros seus partidos.
Vão ler e conversar com quem é do ramo e não é xiita depois voltem prá se informarem de novo. Onde que poha que Elisângela, Maitê e aquela mocinha que nem sei o nome pesquisaram que conferiu a elas tamanha sapiência? Fala sério.
25 comentários:
Oi cacique,
Excelente aula.Obrigada
Quanto a esses babacas que só sabem protestar e que nem entendem do assunto, deveriam ficar calados e não passar atestado de burros, que são.
Pô, o Brasil virou uma exposição de ignorâncias! Ninguém se manca?
Isso parece casa de Mãe Joana>> gringos dando palpites, comandando protestos, ditando ordens!
Larga nóis!!!!Esquece!Deleta!Olvida!
Olá Ajuricabat,
Chefe, foi uma aula sobre produção de eletricidade: custo-benefício.
Parabéns!
Tá! A minha opinião...
A Amazônia não é AVATAR!
Beijos!
Lilian.
Bajular é uma coisa; comentar é muito outra... não creio que muitos se atrevam a comentar esta brilhante matéria.
Que o assunto é pra lá de polêmico, não resta dúvidas.
Falar com especialista, e ainda mais, interessado e bem informado... é dose!
Talvez que mais à altura estivesse a @TelmaMonteiro...
Vivemos transe parecido no Araguaia... Couto Magalhães, Sanbta Izabel e outras menos em evidência...
Tenho um bom Amigo da área, formado em Juiz de Fora... O Lancini (já aposentado e quieto em BSB) de Tucurui e Eletronorte. Talvez você até o conheça.
UHE é dose pra discutir... mal necessário... é licito reconhecer.
A grita dos gringos é natural... estão protegendo o que já fizeram deles há muito!
Não pedem, tomam, se apoderam, e pronto. Vide Nióbio, que a nação solenemente insiste em ignorar!
Muita coisa dá raiva nesse país... por isto vivo no sertão.
Um ótimo desabafo. Não dá pra discutir a nível técnico. Apenas apreciar a nível humano.
É como vc.diz, e o diz bem: "Cada um tem o direito a ter sua posição e eu tenho a minha. Seja certa ou errada; é a minha opinião.".
Sou contra Belo Monte... por muitas razões não-técnicas. Que se danem os iPods, ar-condicionados, TVs, notes e até essa titica de PC do qual externo minhas teimosas convicções. Não sou "de cidade", sou da roça!
Hoka-hey!.. diria Mahpiya Luta! E já faz tanto tempo que cavalga livre, em seus felizes campos de caça. Parabéns, Campeão!
Caro Cacique, tenho trabalhado os últimos 8 anos focado em Projetos Eólicos na área de logística associada e processos aduaneiros e creio poder dar alguns pitacos e fazer um pequeno reparo, bem como já trabalhei em uma grande Construtora assentando canteiros na década de 70.
As máquinas atuais de 2,0 MW usam pás de 45 m. Demais dados estão exatos.
Contudo a próxima geração é de máquinas de 4,1 MW, com peso aproximado de 820 t e pás de 65 m. O aumento de peso desproporcional é porque por questões de segurança e durabilidade as torres passam a ser de concreto armado, o que sem dúvida representará maiores desafios à Engenharia.
Sou defensor ferrenho das NUCLEARES, pois que a despeito do “medo que desperta” ainda a de menor efeitos catastróficos. Quais os riscos ? Fukushima e Chernobyl e “lixo nuclear”? A meu ver é “zero” se considerarmos a sua frequencia e recorrência.
Alguém já pensou na catástrofe se um terremoto romper a Usina de Jupiá e Ilha Solteira? De roldão “estourará Itaipu e nossos “hermanos” paraguaios, uruguaios, argentinos e uma parte de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul serão “lavados” do mapa. Não é à toa que os argentinos deixaram de construir abaixo de Itaipu a Usina de Corpus, tão grande quanto Itaipu.
As usinas hidroelétricas brasileiras foram construídas levando em conta também fatores geopolíticos (Golbery) e sua concentração na Bacia do Paraná é uma bomba armada.
Alguém um dia mediu o “efeito estufa” provocado pelas hidrelétricas construídas? Alguém um dia mediu a influência do peso das áreas alagadas sobre o “peso da terá” e seu deslocamento de eixo? Os custos estúpidos das linhas de transmissão?
Pergunto: HIDROELÉTRICA ou NUCLEAR ?
Cacique, eu não sabia que vc "mexia com força" !!!! hehehe
Como disse no Twitter, DISCORDO em tudo do texto... Em relação aos atores globais, cacique... Tiro no pé, hein? Malvino Salvador é manauara. Maitê Proença foi/é do Santo Daime, eles VIVEM da/na floresta. Marcos Palmeira viveu NA tribo do Xingu COMO índio. Dira Paes é paraense... E se existe um bando de borboleta que defende político, porque nao te-los também na defesa de coisas mais certas e úteis, como a floresta amazônica e contra o genocídio das tradições e terras indígenas?
Cacique, vou ficar esperando teu e-mail com a aula energética, como falamos na TL.
A taba é tua, realmente. E é a TUA opinião, realmente... Então, por que nada disso me soa com DEMOCRACIA?
CIDADANIA, cacique... É disso que precisamos.
Abraços,
Muito esclarecedora a aula brilhante do Cacique.
Não sou do ramo e estou aprendendo, porém, se "atores profissionais" dão depoimentos decorados, é porquê alguém escreveu o texto para eles decorarem.
Quem teria escrito o texto?
Também concordo, porquê é verdade, que qualquer obra feita durante o regime político atual terá "taxas de sucesso", ou alguém duvida disto?
parabéns
Que bom que houveram mutos comentários. Assim só se pode engrandecer as tratativas sobre o tema. Vamos por partes, como diria, Jack o extripador...Faço brincadeiras sobre coisas sérias, sem desmerecer gravidades ou importâncias dos fatos; porque entendo que ambientes descontraídos sejam mais produtivos que os carrancudos. Trei que postar em trechos, por causa da limitação de 4096 caracteres. Por que tão quebrado? É base digital, o equivalente a 4.000 em base 10. Matemática bebês. rs rs
1. Não me arvoro a ser dono de verdade nenhuma e portanto este texto não é o ponto final de coisa nenhuma. Nem é texto de aula e muito menos tratado sobre energia. É a minha opinião, a partir do conhecimento teécnico que tenho e como especialista SIM que sou; que tenho o direito de ter e externar; guardadas as proporções de flexibilizar nos pontos em que outros sabem ou se expressam melhor que eu.
2. Elogios são bons e agradáveis, é claro, mas não me movem. Minha vulnerabilidade à pavulagem (termo amazônico para exibicionismo e vaidade) é muito pequena. Não inflo como balão ao ser citado. Fico dentro dos limites cabíveis a qualquer ser humano normal. Não me sobe à cabeça.
Continuando...
3. O que procurei explorar, sem exaurir o tema, foi custo x benefício de produção de energia. Sei dos bem que fazem e do potencial das fontes alternativas. Mas gostaria que pensassem em "geração de base". Aquela que segura a peteca enquanto os sistemas secundários flutuam. E aí só tem um jeito: hidro, térmicos e termonucleares (pelo menos por enquanto) que valham à pena em grandes volumes. Cada uma com seus defeitos e facilidades.
4. Ao Álvaro, em especial: ótimo comentário. Do jeito que eu esperava. Com possibilidade de engrandecimento do post. Por sua lembrança, vou encaminhar à Telma que também acompanho e admiro, para que ela faça suas ponderações a respeito. Serão de grande valia ao debate. Quanto às demais usinas da amazônia, citadas ou não, muitas são viáveis e permitem fazer as necessárias modificações para mitigar efeitos colaterais no ambiente. Não conheço o Lancini, embora tenha trabalhado na Eletronorte. Se puder por-me em contato com ele agradeço. Moro em cidade, mas por força de meu ofício ou curiosidades de lazer, sempre tive ou gostei de bater pernas nos rincões do país, que conheço de ponta a ponta. Confesso que sou eletro-dependente. Sem energia fico absolutamente imóvel. Debater sobre fontes de energia é sempre um foro muito polêmico mas, se pudermos colocar extremismos de lado, é possível caminhar numa direção comum, ainda que em zig-zag, sem ter que retroceder. O fator principal é que, seja qual for o caminho (ou as trilhas meio tortas)a tomar, temos condições de fazê-lo nós mesmos, seja tecnicamente, seja politicamente, seja socialmente. Não precisamos de pitaqueiros de fora de nossas fronteiras.
5. Agradeço ao Chumbo as correções e informações adicionais sobre os aerogeradores. Por oportuno, sugiro que procurem no google sobre acidentes com este tipo de máquinas e suas consequências. Alerto que são gravíssimos.
e segue...
6. Também tenho "simpatia" por usinas termonucleares. Podem ficar mais próximas dos centros de consumo, economizando muito dinheiro em linhas de transmissão. Se falamos em sistemas duplicados em avião, nas UTN eles são tri, quadri ou quintuplicados. Passíveis de acidente? Sim, são. bem como os românticos cata-ventos (aqueles mesmos das fazendas e sítios e não ironicamente tratando dos aerogeradores).
6. Chumbo está correto ao alertar sobre ruína de barragens. Peço que procurem na Tribo sobre a UHE russa Sayano Shushenskaya (http://tribodosmanaoss.blogspot.com/2011/03/uhe-sayano-shushenskaya-russia.html).
7. Também está ele correto sobre a função de "bomba hidráulica" de Itaipu. Nos governos militares no Brasil e Argentina, pairava a suspeita de que nossos hermanos estariam desenvolvendo uma bombita atômica. Além de suas funções elétricas, Itaipu teria o objetivo militar de varrer tudo a jusante (depois da barragem) do mapa.
8. Sobre o efeito estufa nos reservatórios; é fato que só se tem dados muito superficiais. Eu desconheço medições confiáveis sobre tal. Uma coisa é certa: os rebanhos de várias matizes mundo afora, existentes para nos suprir de carnes, produzem muito mais metano em seus "puns" que os reservatórios. Sobre isso há estudos confiáveis. Tem no são gugol, é só buscar.
9. Desconheço o tema sobre deslocamento do eixo da terra pelo efeito do peso das barragens gigantescas. Já falei pro Chumbo que vou estudar sobre o tema e retornarei assim que tiver algo confiável. Se alguém souber de alguma coisa, meus e-mails estão aí do lado.
10. Sobre mexer com força ,meu caro Pb, na época da escola de engenharia respondíamos que "Não mexo com força, só em fio". rs rs
11. Que bom que nossa representante da fauna amazônica é discordante. 1
12. Não considero tiro no pé as citações sobre os globais. O fato de Malvino ser ou não manauara parece ter importância prá você na minha posição? Se ele fosse grego ou paraense em nada mudaria. Se a querida atriz Maitê toma lá o chá do Santo Daime não a faz conhecedora da região. Isso não se aprende por osmose nem muito menos por ingestão. Palmeira no xingu vivendo como índio pode até acrecentar um bocado de informação sobre a vida, hábitos e costumes das tribos no debate, mas não faz dele um herdeiro dos Villas Boas. Mesma coisa da Dira Paes. Quantos dos nossos conterrâneos entendem tanto de floresta quanto nós de física quântica?
mais um tiquinho...
13. Você sim conhece; pois é, assim como eu, andarilha nas plagas e leitora voraz do que se publica, seja sério ou não sobre nossos domínios. Mas há que ser ouvinte também de quem tem outras informações. Repito de não me arvoro de dar aula de energia prá ninguém. O que eu sei dá pro gasto, mas é bastante (no sentido de muito e não de suficiente). E pode acrescentar ao debate sadio, como o que se pretende aqui.
14. É minha opinião, mas não necessáriamente é a mais certa nem a mais errada. Tá escrito lá. Não troco a menos que seja convencido que haja caminhos mais suaves. Limito a democracia a este espaço que desfrutamos aqui e da forma como está sendo feito. Ou você pensava que deixaria sua contribuição de fora? Nem a sua nem a de ninguém que possa engrandecer.
15. Mas democracia tem limite: NÃO admitirei de forma nenhuma que abra a porta desta taba, que É MINHA SIM, para ser enxovalhado e ainda publicar ofensas contra mim ou a quem me lê. No direito, é no mínimo legitima defesa de propriedade, estou certo?
16. Agora Hilda querida, diz aí com franqueza: Como soa aos seu ouvidos apaixonados por esse mundão verde em que vivemos, os diversos "Eu pesquisei" no filminho Gota d'água? fala sério...
E a porta einda está aberta, mandem bala aiiiií....
O EU PESQUISEI, cacique... deverias ter visto o filme em que foi baseado... SAO ACHISMOS que muitos fazem... Todo mundo diz eu sei, eu pesquisei... so que ninguem faz isso.
Eles fazem twitcam, quase todos os dias. Chamam tecnicos da Unicamp pra APRENDER...
Quantos que conheces que fazem isso? Eu conheço poucos, bem poucos que se nutrem e espalham ao povo que tbm quer aprender.
Minha crítica é que o fato deles serem atores nao os desmerece. Tem gente na TL que posa de PhD e nao leva a SURRA que estão dando no rapaz. Isso é justo? Por ser ator ele nao pode ser cidadão? Nao pode usar da fama pra levantar debate? Porque é esse o objetivo. Ver o video e nao procurar saber o que fazem e sentar a pua, amigo... Pode ser bom pra todos, pra mim é INJUSTO e nisso eu bato mesmo.
Ontem, entrevistaram um tecnico da USP - Francisco Hernandez, do Inst. Eletrotécnica e Energia - Quem fez melhor? O governo? Alguem da TL?
Agora querem ESCOLHER o que o rapaz vai defender? Vejo muita gente fazer tuitaço, mas POUCOS indo de encontro a CORRUPÇÃO.
É isso. O ATOR pelo menos esta usando a ferramenta que conhece pra defender a floresta.
Isso nao significa que eu ache certo ou errado o que ele faz, mas vou defender o direito dele fazer custe o que custar!
Parabéns, cacique! Pra um leigo como eu, seu texto foi bastante esclarecedor.
Eu disse e repito: me preocupa o impacto ambiental dessa obra, mas que outras alternativas temos? Esses artistas globais imbecis falam de usar energia solar e eólica como se fosse a coisa mais simples do mundo! Um bando de doidivanas desinformadas brincando de ser cidadãos conscientes, e o povão vai na onda.
Aquela garota do filme diz que pesquisou. Pesquisou aonde? No site da Marina Silva? Aff...
Só não entendi uma coisa voce fala no seu texto o seguinte:
"Sem falar que o regime hídrico dos rios que correm para o norte é inverso ao dos que correm para o sul o que torna o balanço energético efetivo muito maior que os 10.000 GW que citei"
10.000 GW?
Ora Itaipu gera apenas 14.000 MW não tem algo errado aí não?
Excepcional artigo. Uma aula. Não é minha área, e confesso que não tenho muito interesse em entender, a fundo, a celeuma da obra. Belo Monte é tão polêmica que até na minha forma de conduzir o pensamento, é ambígua. Sempre sou da opinião que, se é ruim para azesquerda, é ótimo para o Brasil e para o mundo. Logo, Belo Monte seria excepcional. Mas também penso que se é bom para o PT, especificamente, é uma droga para o país. E o PT quer porque quer.
O que salva a favor da utilidade usina é que o PT quer porque quer não pelo desenvolvimento da nação. Mas pela energia em seus bolsos - o velho e bom vil metal, já que a obra é mais que bilionária. Quanto mais cara, mais sobrepreço para a corrupção petista faturar.
Por isso, não critico a obra. Só o superfaturamento!
Mais uma vez, excepcional texto, Cacique.
A pergunta sobre os 10.000 GW 10.000.000 KW: seria a potência instalada aproximada da usina Belo Monte em sua versão original, pré-adaptação aceleradora do andamento da obra pelos petralhas.
Um adendo: até o nome da usina original era outro: Chamava-se Kararaô, que significa Grito de Guerra na lingua dos Kaiapós.
Pera aí não explicou a coisa direito:
"A pergunta sobre os 10.000 GW 10.000.000 KW: seria a potência instalada aproximada da usina Belo Monte em sua versão original, pré-adaptação aceleradora do andamento da obra pelos petralhas."
10.000 GW (GIGA WATT)seria quase 1.000 vezes mais que os 14.000 MG (MEGA WATT) Belo Monte nunca teria esta capacidade, não seria 10.000 MW não? que pelo que li seria na verdade 11.000 MW mas só durante uns 3 meses durante as cheias dos rios na vazante se teria só 1.000 MW e que a media anual seria na verdade uns 3.000 MW
OPS...Faiô...Na pressa de escrever, troquei as unidades. Belo Monte teria coisa de 10.000 MW e não 10.000 GW. A redução de geração para algo em torno de 4.000 MW se dá na concepção atual na época das vazantes. No projeto original, com as usinas reguladoras, fica próximo de 10.000 MW firmes.
Cacique, li com bastante calma o seu texto e conferi cada um dos links indicados. Realmente, o assunto é complexo e não é dando pitaco de amador que se pode combinar com o bom senso.
Para opinar sobre esse assunto é preciso conhecimento de causa e pelo que notei você sabe do que está falando.
Após observar tudo em detalhes, tenho que admitir que a construção da usina é uma necessidade para o Brasil, devido ao seu gigantismo, devido à sua demanda. Não há como fugir disso.
O que não concordo é que ela seja construída com esses gestores políticos que aí estão, porque não é novidade para ninguém que com toda certeza vão superfaturar esta e qualquer outra obra, como sempre fizeram (e infelizmente continuam impunes).
Se não fosse esse o governo, se fosse o Serra, por exemplo, acredito que a administração de uma obra desse porte estaria em melhores mãos, mais competentes ou no mínimo, mais honestas.
A minha rejeição à construção dessa usina é somente devido à desconfiança de que ela será feita dentro dos mínimos padrões de competência e bom uso do dinheiro público, só isso.
Quanto às melhores alternativas em matéria de produção de energia, tenho que concordar, a hidroelétrica parece ser ainda a melhor alternativa. A eólica e a solar ainda carecem de maiores estudos, pesquisas e investimentos, é coisa que só o futuro poderá revelar os benefícios e prejuízos.
Obrigada por me fazer refletir melhor sobre o assunto.
Minha filha me perguntou sobre Belo Monte e fiquei devendo uma resposta mais lúcida, agora já tenho. Grata por isto.
Li, li e li, gastei 20 vezes mais tempo do que ver aquele video ridículo com atores cuspindo de tudo que absolutamente não sabiam, mas valeu. Concordo que é um mal necessário. Quanto aos desvios de fundos pelo superfaturamento, cabe a cada um de nós verificar de perto e denunciar. No final o PT estará estraçalhado. Se até Indhira Gandhi foi pra cadeia por gastar grana que não era sua...
Sim, aqui na India o povo chia por pouco. Se reclamassem os bilhões que somem no Brasil, daria até pena de morte
Mestre Cacique, faço questão de chamá-lo assim.
Não tenho condições de opinar sobre o tema, sou totalmente ignorante sobre o assunto, apesar de meu marido ter sido supervisor de uma usina hidrelétrica.
Aplaudo o conteúdo e cada comentário, os argumentos revelam o nível elevadíssimo do debate.
Tenho orgulho dos amigos com os quais mantenho contato, cada vez mais fico satisfeita por estar incluída nessa turma.
Este espaço está tratando do tema com muita seriedade, por isso não há espaço para conjecturas, porém, informalmente, apresentamos um tom crítico a tudo o que esse desgoverno se propõe a fazer por falta de confiança no caráter e na competência das autoridades que comandam o país, não exatamente pela finalidade do projeto.
Algumas pessoas manifestaram esse ponto de vista aqui, portanto, é uma pena que seja assim.
Ridículo querer colocar os geradores eólicos na Rocinha, né? Boa piada!
Meus argumentos são o que se vê no mercado, onde estão investindo e o que de novo se está desenvolvendo. Veja:
http://eptv.globo.com/terradagente/NOT,0,0,379932,Uma+Alemanha+a+ser+copiada.aspx
http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=180403
http://oglobo.globo.com/blogs/petroleo/posts/2011/11/04/as-eolicas-vieram-para-ficar-415018.asp
http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2011/11/primeiro-parque-eolico-da-petrobras-entra-em-operacao-comercial-no-rn.html
http://www.energias-renovables.com/energias/renovables/index/pag/eolica/colleft/colright/eolica/tip/articulo/pagid/17646/botid/3/len/es/
http://www.institutocarbonobrasil.org.br/energias1/noticia=728719
http://www.radioagua.org/index.php/blog/item/745-nova-tecnologia-e%C3%B3lica-pretende-triplicar-produ%C3%A7%C3%A3o-de-energia#.Tph3XnxO9Jk.twitter
http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/planeta-urgente/petroleira-investe-em-energia-eolica/
Quem acompanha o noticiário mundial vê quais são as tendências...
Tens que ir mais fundo.
Today is documentation weather, isn't it?
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