Com informações do IG News
Mulheres vêm se destacando mundo afora. Governantes, cientistas, pilotas, militares, profissionais das mais diversas áreas, enfim, ocupando os espaços que lhe são devidos e merecidos. E prá quem achava que "categoria" é extremamente machista, apresento a índia Creuza Umutina, a primeira cacica do Brasil.
Quando pequena, sua mãe lhe ralhava porque ela gostava de jogar bola e atirar com arco e flecha, o que, convenhamos, não eram diversões adequadas para indiazinhas que deveriam, desde cedo, aprender a cuidar dos homens da tribo. Creuza aguentava as broncas, mas aproveitava todo descuido materno para treinar sua pontaria e jogar o seu futebol.
Essa determinação e o prestígio adquirido por suas habilidades com o arco e flexa, levaram Creuza várias vezes ao pódio dos jogos indígenas e depois ao posto mais alto da aldeia Umutina, em Barra do Bugre/MT, eleita que foi por voto direto em 2004, como a primeira cacique mulher do Brasil. Chamo atenção que a denominação do cargo é comum de dois gêneros, portanto diferente daquela uma lá do planalto, ela é CACIQUE e não cacica.
Como por lá a regra de reeleição é outra, em 2008, aos 42 de idade, repetiu o feito e mudou a gestão de Umutina e deverá ser novamente conduzida em novembro de 2011 já que é candidata fortíssima a faturar o terceiro mandato.
Governante caprichosa, Creuza precisou vencer outros desafios e quebrar outros paradigmas. Alcoolismo, educação e divórcio também compõem a biografia desta mulher.
A infância foi curta. Aos 12 anos, lembra, já estava grávida do marido, escolhido pelos pais. “Daí não dava para escapulir e brincar”, diz. A boneca, de carne e osso gerada em seu ventre, exigia dedicação total. “Era uma criança cuidando de outra criança. Mas era a minha obrigação”, conta.
Foram cinco filhos paridos quase que em sequência. E, sem nunca ter provado um só trago de pinga, a índia conheceu, na vivência da maternidade, os males da bebida alcoólica. “Meu companheiro começou a beber demais logo quando meu segundo filho nasceu. Ficava violento, agressivo. Faltava coragem em dizer para ele que eu não estava feliz.”
Em meio a este drama de seguidas gravidez e alcoolismo do parceiro, Creuza soube descobrir que o talento proibido da meninice seria a sua carta na manga. Com ele conseguiria o respeito da comunidade e daria uma reviravolta na vida. Voltou a treinar a pontaria, relembrou o dom natural e em 2004 foi campeã dos Jogos Indígenas na modalidade, desbancando inclusive o marido, que já havia sido promovido a “ex”.
No meio indígena, o bom desempenho em atividades físicas é admirado, pois indica que a pessoa trilha o caminho do bem. A fama de vencedora e de guerreira se espalhou. Naquele mesmo ano foi eleita cacique, a primeira mulher no posto.
Conhecendo as mazelas de sua tribo, Creuza traçou um plano de ação. Abriu a aldeia para escola, centros de saúde, programas para a dependência química, internet e também antenas de televisão. Professores na aldeia, educação, programa contra o álcool, computadores e internet são as conquistas da cacique
Todos os feitos de Creuza são ligados a sua trajetória pessoal. Quando fala, com orgulho, da escola que conseguiu implantar dentro da Aldeia, ela cita que a sua gestação precoce a afastou dos estudos logo no início do Ensino Fundamental. “Os meninos daqui também quase morriam para chegar ao colégio, longe demais. Tinha de atravessar o rio e passar pela estrada para estudar. Então, trouxemos os professores para perto e ninguém sofre mais para ter educação.”
Ao pontuar o programa contra o álcool – com médicos, palestras e conversas divididas em quatro etapas com o índio que bebe demais (atualmente, segundo levantamento feito pela Secretaria Nacional Antidrogas 38% dos indígenas tentam, mas não conseguem, parar de beber) – Creuza usa o ex-marido como exemplo. “Ele melhorou, casou de novo e eu estou até amiga da nova esposa dele. O álcool é destruidor da família. Prejudica quem bebe e quem está ao lado”, fala.
Para as mulheres, ela fala da importância de cuidar da dieta fazendo mea-culpa, já que também está com quilinhos extras. A Fundação Nacional de Saúde Indígena mostrou que 46,5% delas estão com sobrepeso. Também defende a visita ao médico e passar por exames.
Desde setembro, técnicos têm visitado a Aldeia Umutina para tirar uma gotinha de sangue dos dedos dos índios. Começou nesta tribo a campanha do Ministério da Saúde a campanha de teste rápido da aids, uma novidade benvinda pela cacique.
Sobre a conexão dos 30 computadores à internet e às antenas de TV instaladas nas casas, Creuza fala que podem ajudar a mulher a buscar informação e autonomia, dois critérios fundamentais, avalia ela, para ter dado uma guinada na sua vida.
“E praticar esporte também é bom, né? Veja o meu caso...”, diz respirando fundo e voltando lá para o início da sua jornada. “Minha mãe morreu brava comigo por causa da minha adoração pelo arco e flecha. Mas acho que agora, onde ela estiver, deve estar com orgulho de tudo que eu consegui por causa dele.”
Percebe-se que nossa querida Creuza tem um comportamento beeeem diferente da governANTA do Brasil. Enquanto uma busca na sua própria história os rumos da correção dos problemas de seu povo, a outra se acompanha do que há de pior na nação, gerando cada vez mais mazelas, ao invés de corrigí-las.
Minha chamada como colega cacique é: CREUZA PARA PRESIDENTE JÁ.
Quando pequena, sua mãe lhe ralhava porque ela gostava de jogar bola e atirar com arco e flecha, o que, convenhamos, não eram diversões adequadas para indiazinhas que deveriam, desde cedo, aprender a cuidar dos homens da tribo. Creuza aguentava as broncas, mas aproveitava todo descuido materno para treinar sua pontaria e jogar o seu futebol.
Essa determinação e o prestígio adquirido por suas habilidades com o arco e flexa, levaram Creuza várias vezes ao pódio dos jogos indígenas e depois ao posto mais alto da aldeia Umutina, em Barra do Bugre/MT, eleita que foi por voto direto em 2004, como a primeira cacique mulher do Brasil. Chamo atenção que a denominação do cargo é comum de dois gêneros, portanto diferente daquela uma lá do planalto, ela é CACIQUE e não cacica.
Como por lá a regra de reeleição é outra, em 2008, aos 42 de idade, repetiu o feito e mudou a gestão de Umutina e deverá ser novamente conduzida em novembro de 2011 já que é candidata fortíssima a faturar o terceiro mandato.
Governante caprichosa, Creuza precisou vencer outros desafios e quebrar outros paradigmas. Alcoolismo, educação e divórcio também compõem a biografia desta mulher.
A infância foi curta. Aos 12 anos, lembra, já estava grávida do marido, escolhido pelos pais. “Daí não dava para escapulir e brincar”, diz. A boneca, de carne e osso gerada em seu ventre, exigia dedicação total. “Era uma criança cuidando de outra criança. Mas era a minha obrigação”, conta.
Foram cinco filhos paridos quase que em sequência. E, sem nunca ter provado um só trago de pinga, a índia conheceu, na vivência da maternidade, os males da bebida alcoólica. “Meu companheiro começou a beber demais logo quando meu segundo filho nasceu. Ficava violento, agressivo. Faltava coragem em dizer para ele que eu não estava feliz.”
Em meio a este drama de seguidas gravidez e alcoolismo do parceiro, Creuza soube descobrir que o talento proibido da meninice seria a sua carta na manga. Com ele conseguiria o respeito da comunidade e daria uma reviravolta na vida. Voltou a treinar a pontaria, relembrou o dom natural e em 2004 foi campeã dos Jogos Indígenas na modalidade, desbancando inclusive o marido, que já havia sido promovido a “ex”.
No meio indígena, o bom desempenho em atividades físicas é admirado, pois indica que a pessoa trilha o caminho do bem. A fama de vencedora e de guerreira se espalhou. Naquele mesmo ano foi eleita cacique, a primeira mulher no posto.
Conhecendo as mazelas de sua tribo, Creuza traçou um plano de ação. Abriu a aldeia para escola, centros de saúde, programas para a dependência química, internet e também antenas de televisão. Professores na aldeia, educação, programa contra o álcool, computadores e internet são as conquistas da cacique
Todos os feitos de Creuza são ligados a sua trajetória pessoal. Quando fala, com orgulho, da escola que conseguiu implantar dentro da Aldeia, ela cita que a sua gestação precoce a afastou dos estudos logo no início do Ensino Fundamental. “Os meninos daqui também quase morriam para chegar ao colégio, longe demais. Tinha de atravessar o rio e passar pela estrada para estudar. Então, trouxemos os professores para perto e ninguém sofre mais para ter educação.”
Ao pontuar o programa contra o álcool – com médicos, palestras e conversas divididas em quatro etapas com o índio que bebe demais (atualmente, segundo levantamento feito pela Secretaria Nacional Antidrogas 38% dos indígenas tentam, mas não conseguem, parar de beber) – Creuza usa o ex-marido como exemplo. “Ele melhorou, casou de novo e eu estou até amiga da nova esposa dele. O álcool é destruidor da família. Prejudica quem bebe e quem está ao lado”, fala.
Para as mulheres, ela fala da importância de cuidar da dieta fazendo mea-culpa, já que também está com quilinhos extras. A Fundação Nacional de Saúde Indígena mostrou que 46,5% delas estão com sobrepeso. Também defende a visita ao médico e passar por exames.
Desde setembro, técnicos têm visitado a Aldeia Umutina para tirar uma gotinha de sangue dos dedos dos índios. Começou nesta tribo a campanha do Ministério da Saúde a campanha de teste rápido da aids, uma novidade benvinda pela cacique.
Sobre a conexão dos 30 computadores à internet e às antenas de TV instaladas nas casas, Creuza fala que podem ajudar a mulher a buscar informação e autonomia, dois critérios fundamentais, avalia ela, para ter dado uma guinada na sua vida.
“E praticar esporte também é bom, né? Veja o meu caso...”, diz respirando fundo e voltando lá para o início da sua jornada. “Minha mãe morreu brava comigo por causa da minha adoração pelo arco e flecha. Mas acho que agora, onde ela estiver, deve estar com orgulho de tudo que eu consegui por causa dele.”
Percebe-se que nossa querida Creuza tem um comportamento beeeem diferente da governANTA do Brasil. Enquanto uma busca na sua própria história os rumos da correção dos problemas de seu povo, a outra se acompanha do que há de pior na nação, gerando cada vez mais mazelas, ao invés de corrigí-las.
Minha chamada como colega cacique é: CREUZA PARA PRESIDENTE JÁ.
Um comentário:
Cacique, minha sogra era filha de índia com português, pessoa íntegra, determinada, valente, a história da "cacica" me trouxe boas lembranças.
Postar um comentário