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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Cordelando 16: Ressuscitando a CPMF

Durante as eleição,
Que teve ano passado.
A muié e o ancião,
Aquele do dedo cortado.
Diziam a todo mundo,
Enganando o eleitor,
Imposto novo não tinha,
Juro por Nosso Senhor.

Nem bem começou o mandato,
E na cadeira sentou.
Viu que a trolha era grande,
Remexeu mas não entrou.
Ela tinha pouca grana,
Prá cumprir o que foi dito.
E os dizê da campanha,
Ficou logo esquecido.

Uma coisa atravessava,
Os caminho da muié.
Teve lá uns piripaque,
Doença sei que não é.
Beber, ela bebe pouco,
Nem precisa de engov,
A ressaca que ela teve,
Chama Emenda 29.

Essa lei que inventaram,
Pro povo é natural.
Por deslocar prá saúde,
Um bocado de cacau.
Serve prá comprar remédio,
Fazer exame também,
Cirurgia refinada,
E até prá ter neném.

Hospital prá todo lado,
Gabinete de dentista.
Atendimento perfeito,
Que ninguém é masoquista.
E os dotô recebendo,
Aquilo que lhe é justo,
Sem abrir o contra-cheque,
E cair duro de susto.

Claro que ainda tem o risco,
De fazerem falcatrua.
Comprarem o que não precisa,
Ou com o preço nas altura.
Mas vem de lá TCU,
Que nos papel não varêia,
E joga todos ladrão,
Bem lá dentro da cadeia.

O problema como eu disse,
É que a grana acabou.
Pedir prá aumentar imposto,
Pode dar um bololô.
A gritaria é grande,
Mesmo tendo ao seu lado,
Aquele monte de pulha,
Que não se faz de rogado.

Prá fugir desse embaraço,
Uma idéia lhe ocorreu.
Chama lá qualquer palhaço,
Diz que é ele e não fui eu.
Que inventou a proposta,
Prá manter o seu emprego,
Ou aprova outra taxa,
Ou é presente de grego.

Voluntário lá não falta,
Prá cumprir essa missão.
Todo mundo cheira as calça,
Da presidenta Dilmão.
Que se dizia gerente,
Dos planos dessa nação.

Vacarezza todo prosa,
Saiu logo em socorro.
Dizendo a meia boca,
Por essa muié até morro.
Se for prá fazer a lei,
Que crie a taxa de novo,
Entrego a minha cabeça,
Jogue nos peito do povo.

Mas a coisa não tá fácil,
De passar pelo congresso.
Pois não é uma coisa nova,
É somente o regresso.
Da tal CPMF,
Que existiu uma vez.
E que o senado acabou,
Num movimento que fez.

Só digo uma coisa prá ela,
Alerta tô de montão.
Assim como também tá,
O restante da nação.
Prá aprovar essa poha,
Num vai ser moleza não.
Ela que fique esperta,
Porque vai ter multidão,
Gritando e levando faixa,
Na esplanada dos ladrão.

3 comentários:

moimemei disse...

Impressionante querido Cacique...
Que talento é este?
Os teus cordéis deveriam chegar até o povo que não sabe de nada do que está acontecendo.
Contar a história real nestes versos seria uma ótima forma de instrução para eles.
Nós nos divertimos com o teu talento inquestionável,mas a coisa é séria.

Bjs!

Sonia disse...

Impecável, irretocável e absolutamente imperdível!!
Precisa ser divulgado e com urgência esse seu talento!! :))

opcao_zili disse...

O que não falta, esta semana, é assunto para cordel da Tribo, não cacique. E você está esbanjando, meu amigo. Parabéns.
Que roubem menos e o dinheiro sobrará.