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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Natalidade Seletiva ou Paternidade Responsável?

Tem cada uma que parece duas. Ontem, o deputado estadual de São Paulo Antonio Salim Curiati teve a casa assaltada. Um dos absurdos que ratificam a falta de ação real e efetiva dos governos em todos os estados do país, mas que seria, digamos, corriqueiro. não fosse pelo Gran Finale que nos proporcionou çua inçelença.
Na defesa de sua família, a criatura criticou a política social do governo federal (até aí, uma boa ação, vindo de quem veio) e defendeu o controle de natalidade da população pobre. "A Dilma vem falar do Bolsa Família. Aí você agracia a comunidade carente, e eles começam a ter filhos à vontade. É preciso controlar a paternidade", disse.
Seguindo na sua filosofia de rodoviária, Curiati citou países onde o ladrão tem as mãos decepadas como punição, mas rapidamente viu a merda que tinha dito e o risco a que se expunha e afirmou não apoiar a iniciativa. "Não sou tão radical assim."
A ação dos bandidos foi muito violenta, sem dúvida. Entraram na casa usando a empregada que tinha ido por o lixo na rua, renderam o deputado e sua esposa, chegando a agredí-los, aos filhos e empregados. Os ladrões ficaram cerca de 40 minutos no local e fugiram levando joias, celulares e dinheiro. Um quarto bandido aguardou fora da casa no carro roubado usado depois na fuga do grupo.
Curiati é médico por formação e está em seu oitavo mandato na Assembleia Legislativa, onde é líder do PP. Já foi também deputado federal e prefeito de indicado de São Paulo, e também ocupou cargos de secretário estadual e municipal na área de assistência social.
A tese de controle da população carente é antiga. Poucos filhos significariam menos bandidos nas cidades pois filho de pobre é fadado ao crime, prega esta teoria. Mas por que? Porque não existirá condição humana de vida disponibilizada pelo próprio estado. Desde o instante da concepção e acompanhamento da gestação (pré-natal), nascimento, educação decente e formação profissional. Sem falar de organização social mínima nas comunidades em que se inserem, repletas de traficantes e milicianos, que controlam a vida de todos pela ausência do estado. Aí sim...Bandidos se formam de montão.
O partido de çua inçelença é o PP, parte da base alugada do governo, representa o que de mais nojento existe no que toca ao fisiologismo, entre outras coisas de pior consequência. Não seria conveniente que começasse a selecionar seus afiliados, parindo representantes responsáveis e comprometidos com a coletividade e não com seus próprios bolsos?
Pobreza NÃO é sinônimo de bandidagem. Ambiente induzido à pobreza sim.
Deputado, faça valer seu mandato e cuida para que a paternidade de novos parlamentares em todos os níveis da política brasileira seja mais responsável e que se abortem sumariamente os fetos mal gerados no meio da curriola de onde o senhor veio.

2 comentários:

Regina Brasilia disse...

Verdade absoluta. O problema maior da falta de ação do estado onde deve - e insegurança pública é um estopim disso - é criar extremos opostos. Essa é uma realidade que já se desenha, há tempos. E que tememos.

Bem, em termos. Com a preguiça do brasileiro, também não consigo ver, por outro lado, algo como uma "revolta" de opostos...

opcao_zili disse...

Esse indivíduo não tem a mínima noção do que seja PATERNIDADE RESPONSÁVEL. Bandido tem entre os pobres e entre os ricos. Muitos ricos de hoje, principalmente nesse meio infestado, estão ricos porque meteram a mão.
Que vergonha eu sinto dos políticos brasileiros. Pô, que horror!
Bom ele sentir na carne o que a corrupção faz com o futuro do país. Infeliz.