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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Bolsas Para Doutorado: Só Pode Ser Piada

Dotô Merdandante e Seu Fernando Malddad já andaram vomitando aos quatro ventos que vai ser uma fartura de bolsas de estudo no exterior prá todo mundo. Os primeiros falatórios davam conta de 75.000 (vou escrever por "Estêncil" prá não pensarem que eu errei nos zeros - Setenta e Cinco Mil). Acharam muito? Pois o MEC (aquele mesmo das cartilhinhas erradas) divulgou onti-onti que irá dobrar a oferta e que, ainda em 2011, já sejam oferecidas 2.800 bolsas só de doutorado.
Mas prá não deixar nenhuma dúvida que essa Josta é piada, vejam só o nome do taR programa da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior): PDSE (Programa Institucional de Bolsas de Doutorado - Sanduíche no Exterior). Dá prá levar a sério?
E continua a brincadeira...Prá se enquadrar na lista dos candidatos a mandar alunos para o exterior, os cursos de doutorado deverão ter notas entre 3 e 7 na avaliação da Capes e poderão se candidatar a receber não uma, mas duas cotas de bolsas. Antes, apenas os cursos com nota acima de 5 recebiam uma só cota. Com essa moleza, atingirá mais de 750 milhões...
Prá facilitar ainda mais, o coordenador do programa de pós-graduação será o responsável por designar uma comissão (10% talvez?) para análise de cada proposta de estágio. Os candidatos poderão fazer suas inscrições na página eletrônica da CAPES somente após a aprovação dos seus documentos nas instituições de ensino.
O projeto final será apresentado na próxima semana à governanta pelos dois sinistros.
Do total de bolsas, 45 mil serão ofertadas pela CAPES e 30 mil, serão de responsabilidade do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
De acordo com o MEC, a estimativa de investimento ao longo dos quatro anos será de US$ 936 milhões. (Naquela taxa de 10% serão quase US$ 94 milhões)
Só prá comparar como esse (des)governo pensa (HEIN) "grande", em 2010 foram distribuídas 5.300 bolsas de estudos no exterior. A meta do programa é aumentar esse patamar em 15 vezes, dando prioridade à formação de alunos em áreas consideradas estratégicas para o desenvolvimento do país como engenharias e tecnologia, atingindo alunos dos níveis de pós-doutorado, doutorado, mestrado, graduação e cursos técnicos em nível médio.
Como todas as coisas deles vem de trás prá frente, o plano pronto e já vai liberer grana, mas ainda não firmou parcerias com as instituições de ensino estrangeiras interessadas em receber alunos brasileiros. Mas isso é um detalhe.

Bom...deixa a vida me levar, diria o poeta.

O problema é que conversei já várias vezes com amigos meus mestres, doutores e pós-doutores e ainda um pró-reitor e outro reitor; e foi voz comum que a bronca é trazer os "cérebros de volta" como diz o bigode irrevogável. Os números que eles falam é da ordem de 20%. Eu acho muito alto, mas eles garantem. Se não forem estabelecidos critérios de garantia de compromissos de retorno e para trabalhar para as instituições, vai ser um bolsa-família para graduados: sem fim e sem retorno para a nação. Esse povo vai todo trabalhar na iniciativa privada, isso se voltarem. pagar prá ver, como sempre...

Um comentário:

Regina Brasilia disse...

Cacique! Ia comentar sobre o post phodástico, de sempre. Mas comento sobre sua "instrução" ali na coluna da direita. Muito bom, o aplauso ao blogueiro.

Permita-me contar uma história, para que seus leitores vejam como este espaço de comentários é importante. Outro dia, recebemos um e-mail de uma doutoranda, cuja tese baseia-se no regime de progressão continuada. Ela pediu permissão para usar não apenas um post do blog sobre o tema, mas os comentários publicados, preservando a identidade dos comentaristas. Segundo ela, a opinião dos leitores tem peso grande, maior do que de quem escreve.

Vamos comentar, gente! Parabéns pela iniciativa, Cacique!