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domingo, 15 de maio de 2011

Tudo Tem Limites: Uma Apologia Ao Erro é Demais

Placas como esta circulam aos montes em nossos e-mails e constam em vários blogs de humor, havendo até um específico para elas; o www.pracasdobraziu.com.br que está temporariamente fora do ar. Elas nos fazem rir pelo modo como nossos populares registram seus pensamentos exatemente da forma como falam.

Já que o cômico e o trágico andam de mãos dadas, elas também apresentam o quão longe de um nível de educação mínimo que seja está a maior parte de nossa gente.

Tomando como base o baixíssimo conhecimento do próprio idioma, cujo exemplo pode-se citar aos montes, imagine a familiaridade que devem ter nossos compatriotas com monstros como matemática, história, ciências, geografia, atualidades, etc.

Esqueci algum? Ah...participação na vida político-administrativa do país.

Cidadão culto, ou ao menos que saiba ler e interpretar, ouvir e debater; incomodam, atrapalham, perturbam aqueles que dominam a república. Desse modo, qualquer asneira que digam com meia dúzia de frases copiadas de algum escritor, ou mesmo com a combinação de palavras bonitas ajustadas aleatoriamente, fazem o maior sucesso nos palanques e programas de TV. Basta ler a coluna Sanatório Geral de Augusto Nunes na Veja On Line.
Ainda assim, muito poucos recursos são efetivamente empregados na educação básica. Sem contar os desvios.

Pois o sucesso das paradas de ontem foi um "livro didático" distribuído pelo MEC (Por uma Vida Melhor, da Coleção Viver e Aprender) a quase 4.500 escolas do país, e que será destinado à "educação" de jovens e adultos. A peça literária bate na tecla de que diferenças entre o que se fala e o que se escreve não deve existir. Como é moda, dizem que é só uma "questão de preconceito".

Em vários trechos do tal livro, editado pela ONG Ação Educativa, que se apresenta como muito respeitada na modalidade, são apresentados erros de sintaxe, concordância, pontuação, e muitos outros como sendo apenas usos comuns da "linguística popular".
Lá pelas tantas, seu texto faz um dos maiores abusos contra a sanidade mental. Simulando um diálogo pergunta: "Mas eu posso falar os livro?" Responde o sábio interlocutor: "Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico".
No entender do MEC (vou aproveitar prá citar o Fernando Haddad, lembram: ENEM, cagadas, provas erradas...), o livro está em acordo com os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) que são as normas a serem seguidas por todas as escolas e livros didáticos.
Na maior das caras de pau que se possa imaginar, uma taR de Heloísa Ramos, co-autora da raridade literária, disse que estão apenas criando polêmica porque o livro tem a coragem de destacar as diferenças entre escrever e falar, que na escola será destacada e se ensinará as corretas formas de convenções ortográficas.

Não sem antes por no mundo a pérola de que "A escola precisa livrar-se de alguns mitos: o de que existe uma única forma certa de falar, a que parece com a escrita; e o de que a escrita é o espelho da fala". E ainda não acabou: "Essas duas crenças produziram uma prática de mutilação cultural que, além de desvalorizar a forma de falar do aluno, denota desconhecimento de que a escrita de uma língua não corresponde inteiramente a nenhum de seus dialetos", continua.
Pipocaram desapontamento, críticas e revolta de todos os lados. Mas os soberbos do MEC continuam achando que estão certos.

Não há mais de 6 meses, tínhamos na presidênca de república um homem de origem humilde, com parcos conhecimentos de cultura e que falava usando a "linguagem popular" como seu ponto forte.

Poha, consegui enxergar coisa boa no EX. Pronto passou. Foi só um momento de leseira.

Pois aquela criatura por várias vezes teve a ousadia de colocar essa sua arma palanqueira como se fosse uma coisa a ser imitada e seguida. Babando pelo canto da boca vociferava exageradamente contra quem sabia falar corretamente, quem havia estudado e outras merd*** afins. Lançou-se ao mundo como o único chefe de governo que não sabe escrever e nunca leu um livro que fosse.

Acho que por isso o MEC resolveu homenageá-lo e encomendou o taR livro.

O Brasil está chafurdando na estupidez há 8 anos; não há dúvidas disso; mas fazer apologia à ignorância e ao erro, é um insulto a todos que estudam para crescer como seres humanos.
Mário de Andrade dizia que não tinha nada contra que 'jente' fosse escrito com 'j', desde que todos escrevessem assim".

A era da mediocridade e da ignorância já foi longe demais.

6 comentários:

Regina Brasilia disse...

Caro amigo Cacique, é a Idade das Trevas que chegou de cum força à língua portuguesa! Não há chance destepaiz se recuperar de 12 anos de PT no poder. Lamentavelmente.

Pfuime disse...

Isto parece um pesadelo,daqueles que só piora...
Quantas gerações serão perdidas com tudo isto?

Parabéns Cacique!

karina disse...

Já dizia Rui Barbosa "A degeneração de um povo, de uma nação ou raça, começa pelo desvirtuamento da própria língua."
O nosso ilustre Rui Barbosa jamais imaginou que o Brasil atravessaria estes desmandos políticos e culturais.das duas uma, ou o Brasil acaba com o PT ou o PT acaba com o Brasil... E a oposição vai junto.

Anônimo disse...

Olha o Gervásio aí gente!

Gelmir Reche disse...

Esta é a nova ortografia proposta pelo MEC?

pitá disse...

Plageando (ou é com j) a pérola da TAR Heloisa Ramos:
" A escola precisa livrar-se de alguns mitos:
- de que os professores precisam ensinar (será que é com "c");
- de que os alunos precisam aprender;
- de que os alunos precisam estudar;
- de que os alunos precisam passar de ano."
Nada disso é preciso, porque depois tudo é resolvido por cotas ou bolsa qualquer coisa.
Viva o Brazil! ( ou será com "s")