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sábado, 12 de março de 2011

Carinhando os Sindicatos

Dona deelma recebeu nessa sexta (11), representantes de seis centrais sindicais, entre elas a CUT e Força Sindical.
Em função de haver batido o pezinho e passado igual a um bulldozer na Câmara e no Senado sobre as propostas de salário mínimo acima dos R$ 545, 00 que empurrou de goela abaixo nos subservientes parlamentares, e das queixas valadas ou não de centrais ou de alguns descontentes temporários, a mandona, ops...a mandatária deu um abano na brazinha de fogueira que os pelegos sindicalistas pensam que ainda têm.
Complementando uma insanidade registrada na história pelo EX através da Lei 12.353, que fez aprovar no congresso e que foi sancionada em 28/12/2010 e portanto, na calada da noite de ano novo, bafajada pela ministra Miriam Belchior doPlanejamento assinou uma portaria ansiada e bafejada pelos sindicatos que dispõe sobre a inclusão de um representante do quadro funcional nos conselhos deliberativos de todas empresas estatais e de economia mista.
Falatava apenas regulamentar e a portaria o fez hoje.
Daqui prá frente, serão obrigadas a manter um trabalhador aos seus conselhos todas as estatais federais com mais de 200 funcionários em seus quadros, ou seja, quase todas, coisa de 59 empresas.
Como se já não chegasse as quase 200 mil vagas de cumpanhêrus instalados na poderosa máquina eleitoral montada, os sindicatos ganharam o direito de indicar quase seis dezenas de “conselheiros”.
Destaco que são algumas das poltronas mais desejadas da máquina: boas remunerações (ver a seguir), pouquíssimo trabalho (uma reunião por mês ou bimestre) e salários apetitosos.
Coisa de R$ 5 a 15 mil por mês.
O tal trabalhador-conselheiro, um funcionário "de carreira" das estatais, será eleito pelos colegas em votação direta. Romântico e democrático né?
Claro que a organização e custos prá essa bendita eleição serão das empresas em conjunto com o respectivo sindicato. Ponha na conta viagens, hotéis; material e cerimônias de campanha.
Os neo-conselheiros terão as mesmas atribuições dos demais: fiscalizar a atuação dos executivos e aprovar as principais decisões das estatais.
O maior dos riscos, a meu ver será o fato de que passam a ter acesso as dados estratégicos das companhias o que, num país onde dados e informações escorregam das mesas para pastas e pen-drives na mesma velocidade com que pacotes de dinheiro mudam de mãos, isso é um perigo e um incentivo à corrupção desenfreada, já que tais conselheiros não poderão ser responsabilizados por crimes que nem saberão que estão cometendo.
A única restrição é que eles não poderão VOTAR em decisões que envolvam relações sindicais, salários e remunerações, benefícios e vantagens, previdência complementar e assistências indiretas. Mas nada os impede de se pronunciar e influenciar seus pares.
Ainda tem uma "pequena" bronca: se a entrada do trabalhador levar o acionista majoritário (a União) à perda da maioria no conselho, a estatal elevará o número de vagas.
Para muuuitas empresas isso vai acontecer, logo serão origadas a abrir novas vagas, junto com essa primeira leva nos seus conselhos. Ao que se sabe, os conselhos de estatais custam mais de R$ 9 milhões por ano. O custo adicional não foi divulgado.
O que a pelegada deveria ter feito que era fincar posição na posição de 6,5% na tabela de retenções e descontos do imposto de renda, comeram mosca e enguliram os 4,5% do (des)governo, sem a definição de uma regra para reajustes futuros.
Outras grandes bandeiras, o fim do fator previdenciário e fixação de política de reajuste para as aposentadorias do INSS, também foram varridas para baixo da mesa.
Aí sairam uns três ou quatro "desaforos" lights, tomaram café quentinho e comeram bolacha Maria.
Ouçam o comentário de Roseann Kennedy da CBN.

Fontes: Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, O Globo, CBN.

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