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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Primeiro Ato: Câmara Federal

Dantescas as cenas na Câmara Federal na tarde/noite de ontem.
Líderes sindicais conhecidamente berradores e agitadores em tempos passados sendo vaiados ou fazendo defesas que não convenceram nem os mais inconscientes e alienados cidadãos do país.
Genuflexões assustadoramente identificadas como compradas com cargos e/ou verbas prometidas; ou impostas por subserviências evidentes até no simples observar.
E tudo se fez de acordo com a determinação do governo.
Aqueles que invocavam as estimativas historicamente registradas como inquestionáveis do DIEESE, entendendo como a mais pura verdade as fantasmagóricas contas do margarina.
E tudo se fez de acordo com a determinação do governo.
Discussões intermináveies e repetitivas de tópicos fartamente do conhecimento de todos por horas a fio.
E tudo se fez de acordo com a determinação do governo.
Deputados ocupando a tribuna e os microfones de plenário quase que às lágrimas com promessas de juras eternas de amor e fidelidade, não vistas nem nos mais duráveis casamentos que se tenha notícia.
Resumindo: um vexame a servir de exemplo por toda a história.
No fim da patética sessão, dona deelma obteve ontem sua primeira "vitória" no legislativo mantendo o valor de R$ 545,00 para o salário mínimo, apenas cincão acima do que o EX encaminhou ao congresso ano passado, conforme já escrevemos AQUI no blog.
As alternativas eram uma emenda do DEM e alguns outros partidos que propunham o valor de R$ 560,00 e a proposta do PSDB que mantinha o valor adotado por José Serra na campanha, ou seja R$ 600,00.
Discutindo o primeiro valor, apareceram vozes quase que hipnótizadas que diziam sobre acordos anteriores à sessão e suas desistências, anúncios de uso indevido de assinaturas e denúncias diversas de fazer corar os habitantes do inferno.
Já para o valor de R$ 600,00; apareceram dissonantes citações de quem nem sabia como se comportar, por suas necessidades de ser oposição e os desejos mais perniciosos de se acomodarem em nefastas ginásticas políticas conflitarem terrivelmente.
As citações na imprensa anunciavam que seria o "primeiro teste" do governo. Que coisa nenhuma. Cargos e emendas efetivadas ou prometidas já haviam assegurado a maioria que se necessitava.
O texto aprovado estabelece ainda a regra de definição do SM até 2015, com base na aplicação de uma combinação da inflação e do índice de crescimento da economia dos dois anos anteriores.
Por essa regra, o Ministério da Fazenda, em seus delírios de crescimento da economia, prevê mínimo de R$ 616,00 em 2012. Desde o dia 1º de janeiro, o salário mínimo é de R$ 540,00 estipulado pela MP do EX.
Caso a aprovação no Senado ocorra ainda em fevereiro, os R$ 5,00 a mais passam a vigorar em março, sem retroagir para janeiro. Aí será mais uma cena digna da Marquês de Sapucaí.
O texto diz ainda que nos próximos anos, os valores serão determinados por decreto, sem passar pela análise do Congresso. Esse ponto, porém, ainda será votado nominalmente e está contestado por ser inconstitucional, segundo a interpretação de muitos juristas.

Um comentário:

Regina Brasilia disse...

Cacique, na Esplanada, havia uma pequena multidão de gente levada pela Força Sindical. Foi só sair a notícia que dona presidente ameaçou demitir o Luppi se o PDT votasse contra o mínimo mínimo de $ 545, para sumirem.

As galerias, nem de longe, estavam cheias como em outros tempos.... Não sei onde é que enfiaram aquele povo que estava lá, pronto pra acompanhar a votação.