A falta de vergonha na cara é um "mal" que não atinge o poder judiciário. Desde dezembro de 2014, çuas inçelenças togadas já receberam R$ 2 bilhões em dinheiro extra para o bolso de promotores e juízes, desembargadores e ministros; desde que o Conselho Nacional de Justiça decidiu que esse time todo "tem direito" a R$ 4,3 mil mensais de "auxílio-moradia".
Uso as aspas porque até mesmo juízes admitem que não se trata de dinheiro para moradia e sim uma forma de burlar a lei que impede aumento de salário acima do teto do funcionalismo.
O Ministério Público, defensor natural da sociedade, foi no embalo e pediu isonomia.
Com estes R$ 2 bilhões dava para construir mil creches no país, o que representa vaga para que 150 mil mães e pais pudessem trabalhar sossegados. Ou então seria possível comprar 50 mil viaturas especiais de polícia (uma para cada homicídio que ocorre anualmente no Brasil). Ou pagar Bolsa-Família para toda a população de minha cidade com renda per capita de menos de R$ 77 até 2036.
O Judiciário é sumidouro de dinheiro público, porque ninguém ousa enfrentar os magistrados que podem, de uma canetada, destruir a vida de alguém. Governos temem diminuir o orçamento dos juízes, mesmo sabendo que gastam demais e sem necessidade. Legisladores temem fazer leis que contrariem o Judiciário por medo de acabar na cadeia. E assim criou-se o monstro.
É claro que o Judiciário é extremamente necessário às pessoas, ao país, à democracia. Sem juízes, não há civilização possível, talvez. Mas isso não quer dizer que tenhamos de aceitar tudo que pedem, de nos desdobrar para pagá-los mesmo que isso signifique menos creches, menos segurança, que isso signifique menos dinheiro para atender aos mais pobres.
E tem mais por vir. Ainda querem auxílios educação, funeral, saúde, etc...
Curiosamente, a profissão dessas pessoas é definir o que é justo. E o que não é.
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