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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Privatização das Distribuidoras

Sempre espoliadas pelos governadores, as distribuidoras de energia no modelo antigo do setor elétrico, cerreavam aos cofres estaduais centenas de milhões de prejuízo por anos a fio. A maioria delas foi privatizada por administradores responsáveis tão logo a legislação permitiu.
Outros preferiram manter a mina de votos e uma forma a mais de comprar votos com energia elétrica. Outros, mais espertos ainda, federalizaram suas empresas, epurrando no colo da gata maior, a ELETROBRAS o pepino gigantesco, surgindo mais uma empresa no grupo da holding: A Eletrobras Distribuidora de Energia, que asumiu a bomba dos sistemas de Rondônia, Roraima, Acre, Alagoas, Piauí e Amazonas, aqui agrupando além da Manaus Energia (uma ex-regional da Eletronorte), o saco sem fundo da CEAM, responsável pelas operações do interior.
Ainda teve uma beiradinha diferente com a CELG (GO) onde a gata-mãe assumiu 51% ds ações da empresa estadual. Por mito pouco, não sentaram no abacaxi da CELPA (PA) que conseguiram empurrar para um grupo privado, já que o grupo REDE está praticamente falido.
Pois nem o tesouro aguentou a bomba de efeito retardado. As empresas são tão deficitárias que a a governANTA agora quer privatizar a josta.
Anunciou a Reuters Brasil que agora a Eletrobras avalia vender distribuidoras federalizadas, diante do novo cenário para o setor elétrico criado pela renovação das concessões. As fontes da Reuters são secretas mas acompanham detalhadamente o tema, uma do governo e outra próxima da Eletrobras.
A fonte do governo disse que a deelma já deu, há tempos, aval para que a Eletrobras se desfaça de sua participação nessas empresas. A questão é que a própria diretoria da Eletrobras vinha relutando em se desfazer das distribuidoras, para manter seus cargos e dos apaninguados, mas agora, com as dificuldades no caixa por causa das concessões, vai faltar dinheiro para colocar nessas empresas.
Com a mudança nas regras da tarifa recentemente anunciado (embuste: trata-se de devolução de tarifas pagas a maior), a Eletrobras terá receita de venda de energia e geração de caixa menores nos seus ramos principais de geração e transmissão de energia, os motores do grupo e os segmentos que serão mais afetados pela renovação automática das concessões, provocando um impacto gigantesco do peso dos péssimos resultados das distribuidoras no balanço da holding.
Sabe-se claramente que o maior problema das empresas federalizadas, é a gestão. Uma única diretoria central com diretores regionais administra tudo junto. Hábitos, padrôes costumes completamente diferentes sob a mesma bandeira, além de serem muito vulneráveis a influências políticas estaduais, existem problemas na operação técnica.
Existe a possibilidade, já discutida no governo e na estatal, da Eletrobras vender apenas parte das distribuidoras, passando a ser sócia minoritária e empurranddo o resto prá quem?......Para os fundos de pensão, que injetariam a grana, permitindo atrair a administração de um operador privado especialista e bem sucedido do setor elétrico para cuidar do dia a dia da operação.
Claro que a curriola nega a orientação do governo para vender as distribuidoras, mas sabe-se que a empresa está avaliando seus negócios, de acordo com o novo cenário, buscando redução de custos e aumento de receita.
Para colocar números no rombo, cinco das seis distribuidoras federalizadas da Eletrobras tiveram prejuízo combinado de 507 milhões de reais no primeiro semestre de 2012, com geração de caixa negativa de 109 milhões de reais no período. A estatal não disponibilizou o resultado da distribuidora no Acre para esse período.
O governo já vem tomando medidas para evitar que a Eletrobras seja utilizada, novamente, como bóia de salvação para empresas em dificuldades --como o grupo fez ao assumir o controle de distribuidoras estaduais no passado.
Recentemente, o governo criou instrumentos regulatórios que ajudarão a evitar que a Eletrobras futuramente volte a assumir empresas endividadas, ao publicar no fim de agosto uma medida provisória que fortaleceu o instrumento de intervenção pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).A MP 577 pavimentou a intervenção já decretada pela ANEEL em oito distribuidoras do Grupo Rede.
Ou seja, interrompendo o processo de privatização da administração Fernando Henrique, assumiram um enorme problema, pago com nossos impostos e que agora é tão grande que talvez, não apareça quem queira. De novo sobrará, através dos fundos de pensão.

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